Deputado pede a CES sugestões para saúde no Orçamento

O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, propôs ao Conselho Estadual de S...

21/06/2005 - 00:01
 

Deputado pede a CES sugestões para saúde no Orçamento

O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente da Comissão de Saúde da Assembléia, propôs ao Conselho Estadual de Saúde (CES) que encaminhe à comissão uma proposta de como deve ser elaborado o orçamento da Saúde para 2006. A proposta foi feita nesta terça-feira (21/6/05), durante reunião em que foi discutida a aplicação de recursos na área, com a presença da mesa diretora do CES e do presidente da Frente Parlamentar da Saúde no Congresso Nacional, deputado federal José Rafael Guerra.

O presidente do CES, Nicodemus de Arimathea Silva Júnior, apresentou dados da execução orçamentária do Estado de 2004 e de 2005 e mostrou que, nos 12,16% previstos no orçamento de 2004 para o setor, não chegam a 7% os recursos aplicados verdadeiramente na Saúde. Estão incluídos na conta gastos com saneamento básico, Hospital Militar e da Previdência, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, entre outros. Na execução orçamentária de 2005, a intenção é aplicar 13.26%, mas os recursos para a área de saúde propriamente dita são ainda menores - 6,3%. Para o presidente do CES, não seria necessário aguardar a regulamentação da Emenda Constitucional 29 - que prevê a aplicação de 12% dos impostos e transferências federais livres nos serviços e atenção básica à saúde - para que Minas Gerais cumpra essa determinação.

O deputado federal José Rafael Guerra, que abriu a reunião, disse que a regulamentação da Emenda Constitucional 29 é essencial para que União, Estados e Municípios apliquem corretamente os recursos porque vai permitir a fiscalização por tribunais de contas, conselhos de saúde, entre outros órgãos. Também ele criticou a inclusão no orçamento da saúde de recursos repassados para hospitais militares, mas admitiu que todos os estados fazem isso. Segundo ele, até o Governo Federal incluiu os gastos com o hospital das Forças Armadas na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2006. O deputado defendeu que esses recursos sejam retirados do Ministério da Defesa, e não do SUS, porque o atendimento não é aberto a todos e sim para uma clientela fechada.

Questionado pelos deputados Carlos Pimenta (PDT), presidente da Frente Parlamentar da Saúde da Assembléia, Sebastião Helvécio (PDT), relator do projeto de lei da LDO na Casa, e pelo deputado Fahim Sawan (PSDB), Rafael Guerra disse que falta vontade política para regulamentar a Emenda 29. Ele disse que tem lutado por isso, mas não tem encontrado boa vontade das equipes econômicas e lembrou, ainda, que o aumento concedido pelo Governo Federal para os planos de saúde foi de 79%, de 2000 a 2005. Nesse mesmo período, a tabela do SUS teve aumento de 39%, metade da inflação. "Por isso os hospitais estão acabando e os serviços são sucateados, de segunda categoria", afirmou.

O assessor técnico do CES, Paulolinto Pereira, apresentou o balancete mensal do Fundo Estadual de Saúde até 31 de maio deste ano, e mostrou que há R$ 305 milhões em restos a pagar. Para o deputado Adelmo Carneiro Leão, "restos a pagar" em Minas Gerais significam "restos a fazer", num descumprimento oficial, pelo governo, do orçamento previsto para o estado. "Em Minas Gerais, todas as análises, exceto a do governo, mostram que a Emenda Constitucional 29 não está sendo cumprida", afirmou.

O presidente do CES, Nicodemus de Arimathéa Silva Júnior, pediu apoio da Assembléia para a elaboração de uma lei que reformule o CES, ainda hoje regulamentado por um decreto-lei de 1991. O deputado Adelmo Carneiro Leão esclareceu que projeto nesse sentido é iniciativa privativa do Poder Executivo.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Sebastião Helvécio (PDT); Fahim Sawan (PSDB); o 1º-secretário da Mesa Diretora do CES, Geraldo Heleno Lopes; e o assessor do deputado federal José Rafael Guerra, Wagner Eduardo Ferreira.

 

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