Comissão de Direitos Humanos visita cadeia de Itajubá

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa visitou nesta sexta-feira (17/6/05) a cadeia pública de Itaj...

17/06/2005 - 00:00
 

Comissão de Direitos Humanos visita cadeia de Itajubá

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa visitou nesta sexta-feira (17/6/05) a cadeia pública de Itajubá, no Sul de Minas, onde conheceu as precárias condições de alojamento dos presos. Com capacidade para 52 detentos, a cadeia abriga atualmente 127 pessoas, em celas apertadas, sem iluminação nem ventilação. Eles reclamaram para o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), da má qualidade da comida e da falta de assistência médica adequada. Há relatos também de torturas por parte do ex-delegado regional de Itajubá, Antônio Dias, que deixou a delegacia há pouco mais de um mês.

O detento Fábio Mendonça alega que apanhou de policiais civis para confessar a autoria de um homicídio que ele não teria cometido. Outro policial identificado como torturador é o carcereiro Paulo Sérgio dos Santos, mais conhecido como Xuxa. O novo delegado regional de Itajubá, Sérgio da Silva, diz que já pediu a transferência de Xuxa para outra delegacia, mas não obteve resposta da Chefia da Polícia Civil. Segundo o deputado Durval Ângelo, Xuxa já teria sido condenado por homicídio e mesmo assim não foi afastado de suas funções.

Sérgio da Silva também acusa o ex-delegado Antônio Dias de insuflar a última rebelião da cadeia de Itajubá, ocorrida há três semanas. "Os presos não reivindicaram nada, queriam só desordem e a volta do antigo delegado", justifica. Contra Antônio Dias também pesam denúncias de corrupção e diversas irregularidades enumeradas num dossiê encaminhado pela Comissão de Direitos Humanos à Chefia de Polícia. O deputado Durval Ângelo não quis detalhar o conteúdo do dossiê porque as denúncias estão sendo investigadas pela Corregedoria da Polícia.

Outra rebelião na cadeia de Itajubá foi registrada em fevereiro deste ano, quando os detentos se amotinaram e depredaram as instalações da carceragem. A cadeia é um lugar inseguro porque conta com apenas oito policiais civis que se revezam na guarda dos presos. "É uma distorção. Policial civil é para investigar crimes, e não para tomar conta de preso", avalia o deputado Durval Ângelo, que pretende levar o problema ao chefe da Polícia, Otto Teixeira. O deputado também prometeu cobrar do Poder Judiciário a regulamentação da remissão da pena dos detentos que estudam e desenvolvem trabalhos de artesanato. Apenas 12 presos de bom comportamento se beneficiam da remissão de pena porque trabalham na manutenção de estradas da região.

Em Arceburgo, disputa política e ameaças de morte

Pela manhã, a comissão fez reunião em Arceburgo, pequena cidade do Sul do Estado onde os ânimos andam exaltados por causa da animosidade entre vereadores da base de sustentação do prefeito e o único parlamentar da oposição local. José Giolo filho (PT) reclama de agressões verbais durante as reuniões da Câmara Municipal e diz ter recebido ameaças de morte por telefone por conta da oposição que faz ao prefeito Antônio Roberto da Costa (PL). "Por duas vezes tive que me retirar da sessão por falta de segurança. Para mim é humilhante ser eleito e não conseguir exercer o mandato", afirma o vereador.

O presidente da Câmara, vereador José Crisóstomo da Costa (PSDB), disse nunca ter presenciado ameaças durante as reuniões de Plenário, mas apenas vaias e gritos de pessoas na platéia. "Não tenho como controlar o acesso das pessoas à Câmara", alega, completando que para garantir maior segurança aos vereadores, determinou a realização de reuniões fechadas.

O delegado de Guaxupé, José Eustáquio Nicolau de Lima, informou que já foram instalados sete procedimentos para investigar as denúncias apresentadas por Giolo. "Já identificamos quatro pessoas que aparecem bêbadas para tumultuar as reuniões da Câmara e podem estar a serviço do grupo contrário a Giolo. Vamos pedir à Justiça que proíba o acesso desses homens às reuniões", adiantou.

A origem das hostilidades a Giolo pode estar no isolamento do vereador na Câmara. Ele foi eleito pela coligação PL-PT-PSDB, que também elegeu o prefeito com uma diferença de apenas 247 votos. A coligação rival, formada por PMDB, PFL e PDT, se aliou ao prefeito e Giolo, único representante do PT, foi para a oposição. "Percebi algumas pessoas revoltadas com o fato do vereador eleito pela base ter ido para a oposição. Mas eu trato todos os vereadores da mesma forma", garantiu o prefeito.

O deputado Durval Ângelo disse que vai cobrar do Ministério Público e da Polícia Civil a continuidade das investigações. "Temos que impedir que pequenos acontecimentos gerem situações mais graves", afirmou.

Presenças - Deputado Durval Ângelo (PT), presidente; e também o vereador Eliel Ferreira da Costa; o diretor do fórum de Guaxupé, Sebastião Antônio da Silva; o comandante da Polícia Militar de Guaxupé, sargento Vagner Lopes de Souza; e o tenente Éder Tadeu de Godói.

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715