Comissão analisará políticas públicas para a juventude nesta 5ª
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Um em cada dois desempregados no Brasil é jovem.
Entre os que trabalham, somente 35% têm carteira assinada. São
também os jovens que mais matam e mais morrem em acidentes de
trânsito, além daqueles entre 18 e 24 anos representarem 2/3 da
população carcerária do País. Esses números alarmantes ilustram a
situação difícil vivida pelos jovens brasileiros, que somam mais de
34 milhões, e motivam debate da Comissão de Educação, Ciência,
Tecnologia e Informática, nesta quinta-feira (23/6/05). A reunião
será às 9 horas, no Auditório.
Os números acima são do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação,
e constam de estudo elaborado pela Ong Instituto República e pelo
mandato do deputado Weliton Prado (PT), que pediu a reunião. O
deputado, que tem 29 anos, quer saber quais as políticas públicas
destinadas aos jovens - aqueles que têm entre 15 e 24 anos, segundo
a Organização das Nações Unidas (ONU). Ele também estuda a proposta
de pedir à Casa a criação de uma comissão especial sobre o tema,
para fazer um diagnóstico da situação em Minas e sugerir o
aprimoramento das políticas públicas destinadas ao segmento.
Os homicídios - revela o documento elaborado pela
ong e pelo gabinete - são a principal causa de morte entre os
jovens: a cada duas mortes de pessoas entre 15 e 24 anos, uma foi
por homicídio. Além das estatísticas sobre emprego e violência, o
estudo traz outros dados que demonstram a urgência de políticas
públicas específicas. As dificuldades de permanência na escola e de
acesso à cultura, esporte e lazer preocupam: a necessidade de
trabalhar para complementar a renda da família ainda é o maior
motivo para os jovens abandonaram a escola. De cada 15 jovens
brasileiros, apenas cinco conseguem chegar ao ensino médio e somente
um ao ensino superior. Além disso, 87% dos jovens nunca foram ao
teatro ou a museus e 60% nunca freqüentarem cinemas ou
bibliotecas.
A ausência de políticas públicas específicas é um
antigo problema, aponta o estudo elaborado pela ong e pelo gabinete.
Além disso, as políticas elaboradas atualmente são, em geral,
compensatórias, que essencialmente procuram corrigir desigualdades e
demandas mais urgentes, ao invés de serem setoriais e trabalharem
diretamente o potencial do jovem, desenvolvendo o conceito de
cidadania e a estimulando a participação social. O estudo estimula a
criação de coordenadorias municipais de juventude no âmbito das
prefeituras, mas ressaltando que elas devem ser implementadas com a
total participação dos interessados.
Nomes - Já estão
confirmados todos os convidados à reunião: secretário nacional de
Juventude do governo federal, Roberto de Souza Cury; superintendente
estadual de Juventude de Minas, Roberto Rocha Tross; coordenador do
Observatório da Juventude da UFMG, Juarez Tarcisio Dayrell;
coordenadores municipais de Juventude das Prefeituras de Belo
Horizonte e de Contagem, Nelson Santos Junior e Marco Túlio Costa; e
a assessora da Comissão de Juventude da Câmara Municipal de São
Paulo, a socióloga Helena Wendel Abramo.
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