Remédios para tratamento da Aids têm distribuição regularizada

A distribuição gratuita de medicamentos para tratamento de Aids no Estado já foi regularizada, segundo informaram rep...

15/06/2005 - 00:01
 

Remédios para tratamento da Aids têm distribuição regularizada

A distribuição gratuita de medicamentos para tratamento de Aids no Estado já foi regularizada, segundo informaram representantes do governo estadual aos deputados da Comissão de Saúde da Assembléia, na reunião desta quarta-feira (15/6/05). A distribuição de dois antiretrovirais (remédios que compõem o coquetel usado no tratamento da Aids) na rede pública de saúde havia sido prejudicada no segundo semestre do ano passado. "Mas o abastecimento já foi regularizado em todo o Estado", garantiu a coordenadora do Programa Estadual de DST/Aids, Maria Teresa Costa Oliveira.

A reunião foi convocada a pedido dos deputados Adelmo Carneiro Leão (PT) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), preocupados com os problemas enfrentados pelos portadores de HIV que deixaram de receber medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "Houve um desabastecimento nunca antes verificado desde a implantação do programa nacional de combate à Aids", disse Dalmo Ribeiro Silva. Segundo ele, o Ministério da Saúde alegou dificuldades na importação de matéria-prima para a fabricação do AZT, um dos principais componentes do coquetel anti-Aids.

Conforme Maria Teresa Oliveira informou, o tratamento de DST/Aids é feito em parceria entre os governos federal, estadual e municipal. Ao Ministério da Saúde cabe o fornecimento dos antiretrovirais. Em Minas, o governo do Estado se encarrega da distribuição dos remédios para tratamento das infecções oportunistas. E as prefeituras cuidam da oferta de medicamentos para as outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). A Secretaria de Estado da Saúde (SES) gasta R$ 500 mil por ano com o Programa de DST/Aids, que beneficia 11.260 pacientes. Há registros da doença em 600 municípios mineiros, mas a maior parte dos casos está concentrada nas seis maiores cidades do Estado: Belo Horizonte, Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Betim e Uberaba.

Saúde básica também tem problemas

Os problemas na distribuição de medicamentos não se restringem aos portadores de DST/Aids. O atendimento aos pacientes com problemas de saúde menos graves também é problemático, na opinião do representante do Sindicato dos Farmacêuticos, Valtovânio Cordeiro de Vasconcelos. "A lista de medicamentos básicos distribuídos pelo SUS tem só 40 itens. Morrem mais pacientes de hipertensão e asma do que de Aids", acusou. Ele também levantou o problema da dispensação de remédios pela rede pública sem o devido acompanhamento de farmacêuticos e a falta de interligação entre os governos federal, estadual e municipal na gestão do SUS.

A representante da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Mirtes de Castro Machado, admite que há atrasos na distribuição de medicamentos básicos fabricados pela autarquia, mas o problema deve ser resolvido com a ampliação da produção. Em Minas, são gastos três reais per capita ao ano com assistência básica à saúde, quando o mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de sete reais per capita anuais, como informou a diretora de assistência farmacêutica da SES, Maria Helena Lemos Gontijo. Ela identifica problemas no tratamento de doenças raras, já que a tabela de repasses do Ministério da Saúde estaria defasada. Somente o Programa de Medicamentos de Caráter Excepcional (que beneficia 33 mil portadores de enfermidades raras) consome R$ 10 milhões ao mês da SES.

Maria Helena Gontijo também acusou a falta de articulação de programas do Ministério da Saúde. O deputado Adelmo Carneiro Leão disse que pretende cobrar explicações do governo federal sobre o desempenho desses programas. "Em nenhum momento vamos preservar o Ministério da Saúde, que deve prestar contas para que a política estadual de saúde seja adequadamente discutida", afirmou. O deputado disse que pretende aprofundar as discussões sobre a distribuição de medicamentos essenciais em um ciclo de debates a ser realizado no Plenário.

Requerimentos - Foram aprovados dois requerimentos para realização de audiências públicas: do deputado Fahim Sawan (PSDB), para debater políticas de tratamento para anorexia e bulimia; e do deputado Adelmo Carneiro Leão, para discutir novamente em reunião conjunta com a Comissão de Defesa do Consumidor a nova regulamentação da produção de medicamentos manipulados.

Presenças - Deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), vice; Ivair Nogueira (PMDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Rêmolo Alosie (PSDB).

 

 

 

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