Ipsemg prepara mudanças no atendimento à saúde dos servidores

O problema crucial do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg), no que diz respeito ao atendimento ...

14/06/2005 - 00:00
 

Ipsemg prepara mudanças no atendimento à saúde dos servidores

O problema crucial do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado (Ipsemg), no que diz respeito ao atendimento à saúde dos servidores, é de financiamento, e não de gestão. A solução passa por mudanças no atual modelo de financiamento e, entre as propostas em estudo, estão a instituição da contribuição para dependentes e cônjuges dos servidores, a cobrança de contribuição dos pensionistas e a majoração dos valores pagos atualmente. Isso é o que ficou evidenciado na audiência pública da Comissão Especial do Ipsemg da Assembléia Legislativa, nesta terça-feira (14/6/05), com a presença de dirigentes da autarquia e representantes das secretarias de Planejamento e Gestão e da Fazenda.

O presidente do Instituto, Mauro Lobo, informou aos deputados que o foco dos problemas da autarquia está na área de saúde. Segundo ele, a meta da atual gestão é que o instituto funcione "em linha reta", sendo eficaz e prestando um atendimento de qualidade, sem alternar momentos bons e ruins. Por outro lado, lembrou que 79% dos servidores estaduais ganham até R$ 1,1 mil por mês, ou seja, representam um universo de pessoas que não podem pagar um plano de saúde particular. Na opinião de Mauro Lobo, esses servidores não têm outra opção de atendimento, à exceção do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele elogiou o trabalho da comissão, afirmando que o momento é de "oportunidade".

De acordo com Renata Vilhena, secretária adjunta da Seplag, os recursos provenientes da contribuição dos servidores (3,2%) e da contrapartida patronal (1,6%) têm sido repassados ao órgão "rigorosamente em dia", ao contrário do que ocorria anos atrás. Ela disse, também, que o instituto trabalhava sem uma base de dados confiável, por falta de investimentos em tecnologia da informação, mas que esse problema está sendo superado na atual administração, assim como os problemas de gestão que oneravam e reduziam a eficiência na prestação dos serviços.

Para superar as atuais dificuldades, assegurando aos associados, da Capital e do interior, atendimento de qualidade, foi criado um grupo de trabalho, integrado por representantes da Seplag, da Secretaria da Fazenda e do instituto, com o objetivo de buscar formas de aumentar a receita e reduzir as despesas. E, em breve, deverá estar concluída a formatação de uma proposta para o Ipsemg Saúde que, necessariamente, deverá levar em conta a necessidade de aumentar a receita, viabilizando a prestação de serviços na modalidade de autogestão.

Segundo o diretor de Saúde do Ipsemg, Roberto Porto Fonseca, atualmente a arrecadação é da ordem de R$ 20 mensais per capita, enquanto são necessários cerca de R$ 50/mês/per capita para a prestação de serviços de qualidade. Roberto Fonseca defendeu a repactuação do atual modelo de financiamento, com o governo do Estado redefinindo sua política de recursos humanos e os servidores "readequando" sua contribuição. "É inaceitável que dependentes e cônjuges não paguem", analisou. Ele admitiu, também, a possibilidade de o novo modelo adotar, além do pagamento de mensalidade fixa, a coparticipação pelo uso dos serviços. Para o diretor, o ideal é a contribuição solidária, em que os servidores de baixa renda sejam subsidiados.

O universo de usuários do Ipsemg, incluindo servidores estaduais e dependentes e excluindo os funcionários municipais de 74 prefeituras conveniadas, é de 1.081.000 usuários, com potencial de 2.200.000 usuários. Os convênios com as prefeituras serão suspensos no final do mês de junho e somente serão renovados em novas bases. Com esses dados, Roberto Fonseca acredita que o Ipsemg Saúde é plenamente viável, como autogestão, desde que se assegure uma receita mínima mensal de R$ 50 per capita. "Nenhum plano de saúde privado pode oferecer melhores condições de atendimento com qualidade", assegurou.

O presidente da Comissão Especial do Ipsemg, deputado Miguel Martini (sem partido), reforçou as palavras de Mauro Lobo e destacou que a comissão não está investigando qualquer suspeita de irregularidade. "Somos parceiros do Ipsemg", enfatizou. Carlos Pimenta (PDT), relator, também mostrou otimismo com o futuro do instituto, e ressaltou a importância de um atendimento de qualidade também no interior.

Presenças - Deputados Miguel Martini (sem partido), presidente; Carlos Pimenta (PDT), relator, e Ivair Nogueira (PMDB).

 

 

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