Na Costa Rica, 6% do PIB são destinados à educação

A experiência bem-sucedida da Costa Rica em educação pública foi relatada pela assessora legal do Ministério de Educa...

14/06/2005 - 00:00
 

Na Costa Rica, 6% do PIB são destinados à educação

A experiência bem-sucedida da Costa Rica em educação pública foi relatada pela assessora legal do Ministério de Educação Pública, Idania Arteaga Monge, em depoimento aos deputados da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, nesta terça-feira (14/6/05) pela manhã. A reunião ocorreu a requerimento do presidente, deputado Doutor Viana (PFL), e do deputado Paulo Piau (PP). Naquele país, 6% do Produto Interno Bruto (PIB) são investidos em educação, o que significa, em 2005, US$ 836,82 milhões (ou R$ 2,092 bilhões). Está em tramitação no Legislativo federal projeto que eleva o índice para 10% e a expectativa é de aprová-lo este ano. Além de mostrar aos deputados qual é a realidade do ensino na Costa Rica, a convidada ouviu da diretora Legislativa, Cláudia Sampaio, informações sobre o trabalho dos deputados mineiros.

O intercâmbio de informações com a Costa Rica na área de educação começou com uma visita de comitiva da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) àquele país, para conhecer a realidade do ensino superior. Agora, é a vez de representantes da Costa Rica virem ao Brasil e, em Minas, conhecerem o trabalho da Assembléia e do Executivo. Os deputados elogiaram o fato de que, naquele país, a educação é considerada direito fundamental não somente para os que nasceram na Costa Rica, mas também para os que lá residem. Num país com 4 milhões de habitantes, 1 milhão é de estudantes, que freqüentam um sistema de ensino que é 80% público. Outro dado para se orgulhar é a taxa de analfabetismo, que se situa na faixa de 4,9%.

O assessor da Seplag Alexandre Guimarães, que acompanhou Idania Monge na visita à Assembléia, lembrou que a educação é um direito de todos os que estão no território - que se destaca pela presença de quase 1,5 milhão de colombianos e nicaragüenses. Ele informou aos deputados que a assessora da Costa Rica veio a Minas conhecer também os projetos estruturadores do Executivo, principalmente os voltados para a área da educação. Já o secretário adjunto de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, João Alberto Paixão Lages, apontou ser esse intercâmbio importante para o fortalecimento dos países. O vice-presidente da Companhia Mineira de Promoções (Prominas), Luiz Henrique de Vasconcellos, lembrou que, em 1948, o Exército da Costa Rica foi extinto e a verba que lhe era destinada foi transferida para a educação e a saúde.

Ao ouvir o relato dos convidados, o deputado Doutor Viana (PFL) elogiou o avanço da Costa Rica no aspecto educacional e destacou a importância da troca de informações. Ele também repassou aos presentes vários dados sobre a economia, a educação e a geografia daquele país. Já o deputado José Henrique (PMDB) quis saber sobre o ensino superior da Costa Rica, além de relatar a experiência mineira e, em particular, a do Vale do Rio Doce. O parlamentar lamentou o fato de que a região, com mais de 2 milhões de habitantes, não possui uma universidade pública.

Outros aspectos interessantes relatados por Idania Monge dizem respeito à fiscalização dos recursos investidos na educação e à descentralização do processo decisório. Todo o dinheiro é repassado às chamadas juntas de educação, integradas apenas por pais de alunos. São eles que apontam quanto e onde é necessário gastar. Também eles encarregam-se da fiscalização do dinheiro aplicado. O aprimoramento do currículo é uma constante e, em 2004, o Ano da Educação, foram incluídos quatro temas nos currículos dos alunos: educação sexual, ambiental, cívica e de trânsito. Mas, em entrevista, Idania Monge destacou que também há problemas. Entre eles, a taxa de analfabetismo e carências em infra-estrutura.

Fala da ALMG - Na reunião, a diretora Legislativa, Cláudia Sampaio, falou sobre as diretrizes de funcionamento do processo legislativo mineiro. Destacou que a orientação é garantir que a tomada das decisões seja revestida da maior participação possível. Desta forma, os três pilares do processo legislativo são a decisão por maioria simples, a composição proporcional dos órgãos colegiados e a ampla possibilidade de manifestação das minorias parlamentares. O Regimento Interno da Casa reflete isso, ao determinar que a análise de um projeto de lei se faz por aprovação pela maioria; tramitação em dois turnos; e exigência de parecer prévio de comissões.

Cláudia Sampaio também informou à convidada que a marca da Assembléia é ter incorporado a participação popular no processo de tomada de decisões, fortalecendo ainda mais a representação político-parlamentar. Essa participação está presente nos seminários legislativos e fóruns técnicos e nas atividades da recente Comissão de Participação Popular - que transforma demandas dos cidadãos em projetos de lei, ações legislativas e requerimentos. "Há um esforço para a criação de mecanismos democráticos de decisão", enfatizou, referindo-se à Assembléia como vanguardista nesse aspecto.

Requerimentos - A comissão aprovou ainda os seguintes requerimentos:

* Do deputado José Henrique (PMDB), que solicita audiência pública para debater a criação da Universidade Federal do Vale do Rio Doce, em Valadares.

* Do deputado Doutor Viana (PFL), que solicita audiência pública para debater a aplicação das tabelas no plano de carreira da educação.

Presenças - Deputados Doutor Viana (PFL), presidente; José Henrique (PMDB), Ermano Batista (PSDB) e Sargento Rodrigues (PDT).

 

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715