Mineiranças traz trabalhos de 120 artesãos do Sul de Minas

A tradição da Folia de Reis reza que os foliões só podem entrar numa casa quando são recebidos pelo dono. É levada tã...

13/06/2005 - 00:00
 

Mineiranças traz trabalhos de 120 artesãos do Sul de Minas

A tradição da Folia de Reis reza que os foliões só podem entrar numa casa quando são recebidos pelo dono. É levada tão a sério que o grupo de 15 músicos trazidos de Espírito Santo do Dourado, cidade sul-mineira próxima a Pouso Alegre, esperou do lado de fora da Assembléia Legislativa pelo presidente, deputado Mauri Torres. Não adiantou explicar-lhes que a Assembléia é a casa do povo. Eles só entraram depois que o deputado Laudelino Augusto, em nome do presidente, foi recebê-los.

Os foliões fizeram a saudação ao deputado e entraram cantando rimas em louvor aos Reis Magos em sua visita a Maria e Jesus Menino. Foi a abertura do projeto Mineiranças, na tarde desta segunda-feira (13/6/05) e o primeiro evento de uma programação que movimenta a Assembléia até a próxima sexta-feira. Há quarenta anos o grupo de Folia de Reis é liderado por Reinaldo Malaquias, de 75 anos. Dos 20 integrantes, apenas 15 puderam vir, com seus mantos azuis e violas enfeitadas de fitas. São todos já maduros ou idosos, acima dos 50 anos, com exceção do palhaço acrobata que tem a função de alegrar a platéia.

"Eu canto a folia desde meus sete anos", conta Malaquias, preocupado com a falta de renovação do grupo. "Os jovens de hoje não tem muita influência de cantar a folia. Gostam mais é de pagode e karaokê, essas coisas".

Hospitalidade mineira é característica do Sul de Minas

Na presença de Adair Rocha, representante do Ministério da Cultura, e do vice-prefeito de Espírito Santo do Dourado, Benedito Matos, o deputado Rogério Correia, 2º vice-presidente da Assembléia, fez a abertura oficial e deu as boas-vindas aos foliões, aos artesãos e aos artistas que vieram se apresentar. "Sempre somos bem recebidos no Sul de Minas. Por isso estou aqui, para dar-lhes a melhor acolhida e fazer com que se sintam em casa. Sempre digo que, por sua hospitalidade, o Sul é a parte mais mineira de Minas Gerais", disse Correia.

Laudelino Augusto, deputado petista que é um dos representantes da região, é o organizador do evento. Seu gabinete fez os contatos com grupos artísticos das várias cidades da região, especialmente Pouso Alegre, Itajubá e Caxambu. Jussara Rocha, consultora de produtos turísticos e culturais, assegurou a participação de 120 dos melhores artesãos da região, que enviaram um variadíssimo acervo de peças.

Entre tapetes, esculturas, compotas, bolsas e enfeites de todas as formas e materiais, estão as bonecas de pano de Gerlane Santos, de Caxambu, que recebe encomendas de todas as partes do país, e as peças decorativas de Rafael Chaves, de Itanhandu, que usa terra finamente peneirada de várias cores para compor seus objetos. Há também curiosidades como patinhos engenhosamente cobertos de sementes de melancia, alpiste e painço formando desenhos, feitos pela Associação Comunitária Padre Laureano, de Piranguçu.

"Deus criou a beleza e o homem criou a feiúra: tanta violência, tanta ambição, tanta miséria. Espero que a beleza do Sul de Minas atinja a alma de todos aqui na Capital e de todas as partes de Minas", celebrou o deputado Laudelino, convidando a todos para um lanche com café orgânico, broas, bolos e biscoitos polvilho de sua região. O projeto Mineiranças também tem atrações gastronômicas para degustar e para vender.

Nesta terça, a partir das 12 horas, haverá apresentações teatrais e musicais. Na quarta tem dupla sertaneja e grupo de dança. Na quinta haverá dança folclórica, capoeira e coral sertanejo, e na sexta uma peça de teatro com um grupo de Itajubá. A exposição e venda de artesanato pode ser visitada das 8 às 18 horas, diariamente.

 

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