Parlamento Jovem rejeita redução de idade penal para 16 anos

A mais importante das 93 propostas apresentadas à Plenária do Parlamento Jovem - a que pedia a redução da maioridade ...

10/06/2005 - 00:00
 

Parlamento Jovem rejeita redução de idade penal para 16 anos

A mais importante das 93 propostas apresentadas à Plenária do Parlamento Jovem - a que pedia a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos - foi rejeitada por mais de uma centena de votos, na segunda etapa de votações, realizada na tarde desta sexta-feira (10/6/05) no Plenário da Assembléia Legislativa. A proposta foi defendida por quatro estudantes e criticada por outros quatro. Ao final, dos 115 votantes, a decisão foi tomada por 111 votos contra quatro.

A sessão deliberativa da segunda edição do Parlamento Jovem começou no último dia 2, quinta-feira, mas o tempo foi insuficiente para votação das 81 propostas, dentre as quais 48 foram destacadas. Ficaram 37 para esta segunda reunião, mais 12 novas que foram apresentadas. Com mais de uma semana para refletir a respeito das propostas, os estudantes decidiram suprimir 13 das antigas e cinco das novas. Inúmeras tiveram sua redação alterada e algumas foram fundidas.

O Parlamento Jovem abrandou sua posição inicial, que era de endurecimento das penalidades para infratores abaixo dos 18 anos. Não aceitou sequer que fossem considerados crimes - e não "atos infracionais" - os estupros e assassinatos cometidos por adolescentes. A maioria dos jovens votou pela valorização e plena aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente e pelas medidas preventivas da criminalidade juvenil e pelas iniciativas de ressocialização dos infratores.

No entanto, os estudantes não acataram propostas de aumentar a divulgação do ECA, nem das penalidades aplicáveis a menores. Tampouco concordaram com a oferta de cursos de férias nas escolas sobre cidadania, drogas, gravidez precoce e doenças sexualmente transmissíveis, nem de criação de uma lei que obrigue as TVs comerciais a produzir e veicular programas educativos, abdicando dos programas de apologia da violência.

Dos 115 presentes, duas dezenas foram aos microfones para defender ou criticar os destaques. Os deputados presentes, Maria Tereza Lara e André Quintão, ambos do PT, reconheceram talento para a oratória ou para o debate político em vários desses adolescentes, inclusive naqueles que defenderam posições minoritárias.

Concluídos os trabalhos, as propostas aprovadas - cerca de 70 - foram recebidas pela deputada Maria Tereza, que preside a Comissão de Participação Popular. Algumas serão transformadas em projeto de iniciativa popular, outras serão encaminhadas aos órgãos competentes. As próximas edições do Parlamento Jovem poderão ser regionalizadas, segundo o deputado André Quintão, com a participação de estudantes das outras cidades onde a PUC Minas possui unidades.

 

 

 

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