Reunião confirma que mais de 60% das revendas de GLP são clandestinas

A assinatura do convênio entre o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), p...

08/06/2005 - 00:00
 

Reunião confirma que mais de 60% das revendas de GLP são clandestinas

A assinatura do convênio entre o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e a Agência Nacional do Petróleo (ANP), para que o primeiro volte a fiscalizar postos de revenda de gás de cozinha (GLP), foi pedida pelos participantes da audiência pública realizada nesta quarta-feira (8/6/05), pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa. Ofício neste sentido vai ser encaminhado à ANP, pela comissão, depois de aprovado o requerimento da deputada Lúcia Pacífico (sem partido), lido na reunião, mas não votado. Na reunião, foi informado que das mais de seis mil empresas que revendem o produto, 60% são clandestinas.

Para a deputada Lúcia Pacífico (sem partido), que pediu a audiência, para tratar da venda clandestina de gás de cozinha em Belo Horizonte e Região Metropolitana, o objetivo foi apurar a responsabilidade pela falta de segurança no transporte e venda clandestinos do gás. A deputada informou que os pontos clandestinos de venda de gás desafiam os órgãos fiscalizadores e colocam em risco a população. Os chamados "postinhos" são normalmente instalados em padarias, mercearias, depósitos e drogarias. Ela lamentou a não regulamentação de lei municipal de sua autoria. Ficou patente, entre os participantes, a necessidade de uma ação integrada entre os órgãos envolvidos, como Corpo de Bombeiros, sindicato e federação dos revendedores, Ministério Público e Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

O convênio entre Bombeiros e ANP é renovado anualmente, mas desde agosto de 2004 está vencido, segundo informações do representante do Corpo de Bombeiros, capitão Marinaldo Ferreira Lima. Segundo o capitão, a corporação propôs um convênio de dois anos "para não haver interrupção longa nas fiscalizações". Marinaldo Lima disse que o saldo do convênio com a ANP é positivo e, em um ano (2003/2004), das mais de 90 mil vistorias gerais feitas pela corporação, 4.235 foram na área de revenda do gás de cozinha, sendo que 1.269 só na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Além do requerimento pedindo a renovação do convênio, a comissão vai enviar um ofício ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), solicitando informações sobre legislação de transporte de GLP por motos e sidecar (motos com bagageiro lateral anexado).

Entidades pedem volta da Câmara do Gás da Delegacia do Trabalho

Destacando que a presença dos clandestinos só prejudica as revendas legalizadas, o sindicato e a federação dos revendedores de GLP (Sintigás e Fenagás) sugeriram a volta das reuniões da Câmara do Gás, fórum criado em junho de 2004, na Delegacia Regional do Trabalho, e desativado em seguida. Para eles, só uma ação integrada entre os diversos órgãos envolvidos no combate à clandestinidade, como Ministério Público, Movimento das Donas de Casa e Corpo de Bombeiros, pode coibir a ação dos vendedores ilegais. O delegado regional do Trabalho, Carlos Calazans anunciou o retorno das ações da Câmara para julho. Os representantes do Sindigás, Nelson Valentin Ziviane, e da Fenagás, Jorge Lúcio da Silva, sugeriram a participação da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Ordem Econômica, que pode autuar os infratores em crime contra a ordem econômica. Ziviane sugeriu ainda a participação mais ativa das prefeituras, que podem fiscalizar a concessão do alvará de funcionamento.

Jorge Lúcio informou que a entidade prepara uma campanha nacional de educação e esclarecimento da população, para que exija nota fiscal e verifique os documentos do entregador, as condições e o lacre dos botijões. O coordenador da Fiscalização do Procon Estadual, promotor Amauri Artimos da Mata, disse que a situação pode melhorar quando a ANP fizer o cadastro único dos revendedores, que hoje convivem em duas situações: "aqueles que são autorizados diretamente pela agência e os que são autorizados pelas distribuidoras de gás".

Parecer de projeto sobre beneficiamento de café é aprovado

Na primeira parte da reunião, os deputados aprovaram o parecer de 2º turno do PL 1.361/04, da Comissão Especial da Cafeicultura, que dispõe sobre a utilização de resíduos do beneficiamento do café nas atividades de torrefação e moagem. O objetivo do projeto é garantir melhor qualidade da bebida. O parecer foi aprovado na forma do vencido em 1º turno, com a emenda nº 1. A emenda visa corrigir erro material de emenda apresentada ao substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça, no 1º turno. A emenda agora apresentada repõe o parágrafo único do art. 1º do projeto original, que remete para norma do Ministério da Agricultura a conceituação de matérias estranhas e impuras, retirado inadvertidamente na emenda do substitutivo. Tal parágrafo, segundo a relatora do projeto, deputada Lúcia Pacífico, é que norteará a fiscalização do produto.

Presenças - Deputados Chico Rafael (PMDB), presidente; Weliton Prado (PT), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e a deputada Lúcia Pacífico (sem partido), vice-presidente.

 

 

 

 

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