Deputados vão a Buritizeiro discutir ocorrência de gás natural

A Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo vai a Buritizeiro, no Norte de Minas, nesta terça-feira (...

06/06/2005 - 00:01
 

Deputados vão a Buritizeiro discutir ocorrência de gás natural

A Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo vai a Buritizeiro, no Norte de Minas, nesta terça-feira (7/6/05). Deputados, comunidade, Agência Nacional do Petróleo (ANP), governo do Estado e prefeituras vão discutir a ocorrência de petróleo e gás natural na bacia do Rio São Francisco, além de saberem mais sobre a licitação a ser promovida pela ANP em outubro, para exploração e produção de petróleo e gás. A área que fica na confluência dos rios Pacaratu e São Francisco, na região de Buritizeiro, é conhecida como "Remanso do Fogo", por causa das constantes emanações naturais de gás. A reunião, realizada a requerimento da deputada Ana Maria Resende (PSDB), será no Centro Pastoral Paulo Apóstolo (rua José Vicente, 155), às 10 horas.

Segundo matéria do jornal Estado de Minas, na década de 90, Petrobras e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fizeram pesquisas em áreas próximas aos rios Paracatu e São Francisco, mas os estudos não foram aprofundados. Mostraram, por outro lado, que a área tem potencial de conter reservas de gás natural. Segundo a deputada Ana Maria Resende (PSDB), a recente crise interna da Bolívia, de onde vem grande parte do gás utilizado no Brasil, favorece ainda mais as pesquisas. Para ela, a produção de gás natural pode significar geração de emprego e renda e qualidade de vida para a população. Além dos royalties, pode haver o benefício da entrada de empresas que irão explorar as reservas. Ela informa que, há dois anos, a Associação dos Municípios do Médio São Francisco lançou o "Manifesto de Pirapora", no qual cobrou da ANP a licitação.

Convidados - Estão confirmados como convidados à reunião o superintendente de Definição de Blocos da ANP, Milton Frank; o superintendente de Política Energética da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Francisco de Assis Soares; o presidente da Associação dos Municípios do Médio São Francisco, Cristóvão Colombo Vita Filho, prefeito de Lassance; e o pesquisador Nestor Mallard Fiho. Além da deputada Ana Maria Resende, estarão em Buritizeiro a deputada Cecília Ferramenta (PT) e os deputados Doutor Viana (PFL) e Paulo Cesar (PFL).

Sobre a licitação

A ANP já anunciou a sétima rodada de licitações (round 7) de áreas para exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil, prevista para outubro. A rodada dará ênfase à exploração de áreas com potencial para gás natural, de acordo com o site da agência, com o objetivo de fazer frente à demanda crescente do produto. Segundo o jornal Estado de Minas, em matéria publicada em 2004, a agência já teria um projeto para fazer prospecções na bacia do São Francisco, no Norte de Minas. A direção da ANP teria se encontrado com o governador Aécio Neves para tentar conseguir apoio visando à inclusão, no orçamento da União, dos recursos para a pesquisa.

Criada em 1997, a ANP é uma autarquia vinculada ao Ministério das Minas e Energia que responde pelo gerenciamento e fiscalização de todo o setor petrolífero no País, após a queda do monopólio da Petrobras na exploração do produto. Nas seis rodadas anteriores de licitação promovidas pela ANP, foram habilitadas empresas de 85 grupos econômicos. Hoje atuam no país 40 concessionárias de exploração e produção de petróleo e gás natural, provenientes de 14 países. A lista de concessionárias inclui 10 empresas de capital nacional.

Nessas seis rodadas, de acordo com o site da ANP, foram concedidos 343 blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural, totalizando 239 mil km². Essa área representa somente 2,3% da área sedimentar brasileira com interesse para petróleo. Importantes também são os investimentos mínimos compromissados pelos concessionários, decorrentes dos contratos assinados nas rodadas de licitações. A previsão até o ano 2008 atinge um total de 19 bilhões de dólares (83% na fase de desenvolvimento e produção).

Os contratos de concessão, informa a ANP, são divididos em duas fases: exploração e produção. A fase de exploração dura entre dois e oito anos, durante os quais as empresas realizam trabalhos de aquisição de dados geológicos, geofísicos e perfuração de poços. Se houver descoberta comercial, as empresas iniciam a produção, realizando todos os investimentos necessários para o desenvolvimento dos campos descobertos. Nesse caso, além dos impostos e taxas usuais, as empresas deverão pagar royalties, participação especial (taxação extra aplicada a grandes produções) e participação do superficiário (proprietário da terra), nos blocos terrestres.

O bônus de assinatura (valor oferecido pelo bloco), o comprometimento com a aquisição de bens e serviços brasileiros e o programa exploratório mínimo são os fatores usados para definir os vencedores das licitações. As vencedoras, após pagamento do bônus e cumprimento das formalidades legais, assinam um contrato de concessão. Nas seis rodadas de licitação já realizadas, a arrecadação para a União em bônus foi de R$ 2,2 bilhões.

 

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