Parlamento Jovem interrompe plenária sem votar destaques

Três horas e meia de reunião não foram suficientes para que os 169 estudantes participantes do Parlamento Jovem votas...

03/06/2005 - 00:01
 

Parlamento Jovem interrompe plenária sem votar destaques

Três horas e meia de reunião não foram suficientes para que os 169 estudantes participantes do Parlamento Jovem votassem todas as 81 propostas apresentadas pelos três grupos de trabalho. Foram destacadas 48 propostas, e as demais foram aprovadas em bloco, mas na votação dos destaques, com direito a defesa e contraditório, o tempo-limite das 18 horas foi suficiente apenas para decisão sobre 11 destaques. Por aclamação, os estudantes decidiram pela alternativa de marcar uma outra reunião, a depender da disponibilidade do Plenário da Assembléia Legislativa, para votar as 37 restantes.

O Parlamento Jovem é uma promoção conjunta da Assembléia, da PUC Minas São Gabriel e da Escola do Legislativo, e mobilizou centenas de estudantes do 2º grau de cinco escolas públicas e quatro privadas, mais professores e alunos de Ciências Sociais da PUC. Após quatro meses de preparação e escolha do tema "Redução da Idade Penal", os secundaristas chegaram à sessão formal do Parlamento Jovem, na tarde desta quinta-feira (2/6/05). Quando a votação for concluída, as propostas serão recebidas pela Comissão de Participação Popular. Algumas delas se tornarão propostas de Ação Legislativa, outras projetos de lei, e outras encaminhadas às instâncias competentes.

"Observei com alegria o entusiasmo com que os estudantes participam do debate de um tema tão atual, pois estão sofrendo com a questão da violência praticada pelos jovens", disse a deputada Maria Tereza Lara (PT), presidente da Comissão de Participação Popular. "Interessante ver que a maioria, inicialmente, defendia a redução da idade penal, mas à medida em que se aprofundavam no assunto, mudaram de opinião, pedindo políticas públicas para prevenção da criminalidade juvenil e que os infratores fossem submetidos a medidas sócio-educativas", acrescentou.

O deputado André Quintão (PT), que coordenou o evento pioneiro do ano passado, fez comparações positivas ao evento deste ano. "Houve ampliação quantitativa e concentração dos debates sobre um único tema, com maior amadurecimento dos participantes. Reencontramos aqui secundaristas do ano passado que hoje já são alunos de Ciências Sociais da PUC. A plenária deu prioridade à aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente na íntegra, valorizando políticas de proteção à família e à juventude", avaliou.

De fato, na votação dos destaques, a maioria rejeitou a proposta de revisão do Estatuto, e a de criação de uma lei mais rigorosa e eficaz para punir o adolescente infrator. Embora não defendam a impunidade, os estudantes cuidaram de retirar as idéias repressivas do âmbito das propostas de educação e ressocialização, pelo voto da maioria.

Embora assumisse uma posição minoritária, um dos "partidos" criados dentro do Parlamento Jovem, o PCC (Partido de Combate à Criminalidade) defendeu o endurecimento das leis, argumentando que o crime organizado se aproveita das leis brandas para levar os jovens a cometer crimes hediondos contra a vida.

Os deputados admiraram a combatividade dos estudantes em defender seus pontos de vista, e o interesse mostrado pelo grande número de destaques. "A facilidade de expressão de muitos deles nos surpreendeu", disse a deputada Maria Tereza, que manifestou a esperança de ver nascer ali vocações políticas e futuros deputados, comprometidos com a verdadeira função do Parlamento no Brasil.

Para o próximo ano, os deputados pretendem regionalizar o evento Parlamento Jovem, estendendo-o às outras unidades da PUC, em Betim e Contagem, e também às de Arcos (Centro-Oeste), Serro (Alto Jequitinhonha) e Poços de Caldas (Sul).

 

 

 

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