Reitor aponta problemas da Uemg e pede apoio dos deputados

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática aprovou, nesta quinta-feira (2/6/05), requerimento do deput...

02/06/2005 - 00:00
 

Reitor aponta problemas da Uemg e pede apoio dos deputados

A Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática aprovou, nesta quinta-feira (2/6/05), requerimento do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) para que o Plenário vote o Projeto de Lei (PL) 150/03, que destina à Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) 8% da renda líquida dos concursos de prognósticos explorados pela Loteria Mineira. A proposição está pronta para ser analisada em 1º turno. Na reunião, solicitada pelo presidente, deputado Doutor Viana (PFL), o reitor da Uemg, José Antônio dos Reis, relatou problemas já conhecidos dos deputados: falta de infra-estrutura e de pessoal; baixos salários dos funcionários; falta de sustentabilidade financeira para que a Uemg cumpra seu papel de levar educação superior gratuita a todo o Estado.

Reis relatou a situação difícil vivida pela universidade, além de apresentar aos deputados o primeiro Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) para o período 2004/08. Ele lembrou que a Uemg não recebe há anos recursos para investimento e que seu orçamento para 2005, de R$ 17 milhões, é o menor entre as 42 universidades estaduais e municipais brasileiras. O Estado do Piauí destina R$ 90 milhões às instituições estaduais. Segundo Reis, a falta de recursos previstos em orçamento, para efeito de contrapartida, tem impedido a universidade de se qualificar em tempo hábil a receber verba do orçamento federal. Ele também defendeu a criação de um fundo de apoio à universidade, o Funduemg, proposto pela Comissão Especial da Uemg, que funcionou em 2003.

A perspectiva de análise em breve, pela Assembléia, das tabelas salariais dos servidores da Uemg foi também citada pelo reitor. As tabelas dos servidores da educação deverão chegar à Casa até o próximo dia 30 de junho. Ele citou o fato de que um professor de unidade agregada ganha quatro vezes mais do que um professor que está no campus de Belo Horizonte e afirmou que os salários estão defasados. Lembrou, ainda, que não houve a nomeação completa dos candidatos aprovados em concurso público realizado em 2002. A construção do campus da Capital também está emperrada, pois até agora só existe, de concreto, um terreno de 100 mil m² no bairro Horto, doado à universidade. Projeto prioritário das Parcerias Público-Privadas (PPPs), até agora a construção não saiu do papel. A Uemg estima que as obras custarão R$ 41,6 milhões.

Palavra dos deputados - "É um filho mal planejado e mal adotado, quase excluído", ilustrou o presidente da comissão, deputado Doutor Viana, referindo-se à Uemg e à sua relação com o Legislativo e o Executivo. "Sabemos das dificuldades da Uemg e vamos reivindicar do governo atuação e apoio efetivos, e não somente afetivos", disse. Outra reunião, solicitada pelo parlamentar, será realizada para ouvir o reitor da Unimontes, Paulo César Gonçalves de Almeida Júnior. Ouvir os reitores tem um objetivo maior, que é preparar os deputados para o fórum técnico sobre ensino superior que a Assembléia promoverá em setembro. Já o deputado Leonídio Bouças (PTB) cobrou um sistema estadual de ensino forte.

Não só os problemas, mas as realizações da universidade também foram relatadas. O reitor informou que a demanda para os cursos atinge a relação de 17 a 20 candidatos/vaga na Capital; e que foi instituída no processo seletivo a reserva de 45% de suas vagas para candidatos afrodescendentes e originários da escola pública, desde que carentes, e ainda para portadores de deficiência e indígenas. Existe hoje uma demanda de 83 municípios mineiros que desejam implantar cursos da Uemg, o que evidencia, acrescentou José Antônio dos Reis, o seu potencial de influência e credibilidade.

PEC que permite liberação das faculdades agregadas também é discutida

O reitor da Uemg defendeu a aprovação da PEC 66/03, de autoria da Comissão Especial da Uemg, que oferece às fundações educacionais de ensino superior a opção de se associarem ou se desvincularem da universidade. Segundo José Antônio dos Reis, a PEC resolve a situação jurídica da universidade. A proposição aguarda parecer do deputado Sebastião Costa (PPS), designado relator em Plenário para dar parecer sobre emenda apresentada durante a discussão da matéria em 1º turno. Uma outra emenda, apresentada pela comissão especial encarregada de analisar a PEC, fixa em 180 dias o prazo para a decisão pelas fundações - dispositivo que, para o reitor, deveria estar em lei e não na Emenda à Constituição, a fim de que a opção possa ser feita com conhecimento de causa.

Referindo-se à PEC 66, o deputado Paulo Piau (PP) ponderou que deveriam ser dadas condições de funcionamento "à Uemg que fica", antes de se decidir pela liberação das faculdades agregadas. Ele indagou se a Uemg conhecia estudos feitos pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobre o assunto. O reitor respondeu que a universidade desconhece o documento e o presidente, Doutor Viana, afirmou que vai cobrar informações da Secretaria.

A Uemg foi desenhada como uma instituição multicampi, que se propunha a absorver nove fundações educacionais existentes em diferentes regiões mineiras. Após 15 anos de sua criação, a universidade tem como próprios o campus da Capital (Escolas de Música, de Design, Escola Guignard e Faculdade de Educação) e uma unidade em Barbacena, uma vez que as nove fundações optantes (Campanha, Carangola, Diamantina, Divinópolis, Ituiutaba, Lavras, Passos, Patos de Minas e Varginha) permanecem como agregadas. Hoje, há cerca de 4 mil alunos nas unidades próprias (Capital e Barbacena). Há também cursos que funcionam fora da sede, em Poços de Caldas, Santa Maria do Suaçuí e Frutal. As agregadas somam cerca de 16 mil alunos.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Doutor Viana (PFL), presidente; Ana Maria Resende (PSDB), vice; Leonídio Bouças (PTB), Paulo Piau (PP), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Domingos Sávio (PSDB), além do reitor da Uemg, José Antônio dos Reis, e dos seguintes integrantes do corpo diretor da universidade: vice-reitora, Janete Gomes Barreto Paiva; pró-reitoras de Ensino, Marília Sidney; de Pesquisa e Extensão, Neide Wood; de Planejamento e Finanças, Maria Celeste Cardoso Pires; do assessor parlamentar, José Gama Dias; dos assessores Afonso Baeta e Ana Lins; e do procurador jurídico, Darci de Moraes.

 

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