Deputados realizam visita a Mercedes-Benz e audiências na Zona da Mata

O início da produção do automóvel Classe C, pelo Grupo DaimlerChrysler, a partir do segundo semestre deste ano, foi g...

01/06/2005 - 00:01
 

Deputados realizam visita a Mercedes-Benz e audiências na Zona da Mata

O início da produção do automóvel Classe C, pelo Grupo DaimlerChrysler, a partir do segundo semestre deste ano, foi garantido pelos representantes da empresa que receberam a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa e o Comitê de Acompanhamento das Negociações junto ao grupo, nesta quarta-feira (1º/6/05). A visita à fábrica de Juiz de Fora foi pedida pelo deputado Edson Rezende (PT) e acompanhada também por outros deputados, sindicalistas, vereadores de Juiz de Fora e pelo delegado Regional do Trabalho, Carlos Calazans.

O gerente de produção da Mercedes-Benz, Isidio Penatti, apresentou um histórico da implantação da unidade da montadora alemã em Juiz de Fora, desde a assinatura do contrato com a Prefeitura de Juiz de Fora e o Governo do Estado, em 1996, até o anúncio oficial da descontinuidade da produção do Classe A, feito em abril deste ano. Segundo ele, o aproveitamento da planta para produzir a Classe C seria uma medida para tentar garantir o emprego dos 1,1 mil funcionários que hoje trabalham na empresa - excetuando os terceirizados.

Penatti enfatizou que a o novo modelo será fabricado dentro do módulo de produção CKD (que significa "completamente desmontado"). De acordo com o gerente da Mercedes, isso desmentiria informações de que a empresa não conseguiria manter a mesma plataforma de empregos com a interrupção da fabricação do Classe A. Ele acrescentou que a jornada de trabalho dos funcionários da empresa será regularizada em outubro. Desde abril de 2004, os empregados da Mercedes firmaram acordo de redução da jornada, deixando de trabalhar nas quartas-feiras.

O diretor de Relações Governamentais da empresa, Sérgio Kacas, também garantiu que o volume de produção não será afetado. Ele informou que este ano devem ser produzidos de 22 a 26 carros por dia e que esperam aumentar esse número para 32 por dia, no ano que vem. "A produção da Classe C será toda exportada para os Estados Unidos. Temos um contrato fechado, o que nos dá segurança. Este ano devemos produzir 800 carros e, no ano que vem, mais de 7 mil", anunciou.

A notícia que mais preocupou os deputados foi a de que as peças para montagem da Classe C virão da Alemanha, o que afetaria os postos de trabalhos nas empresas que forneciam para a Mercedes-Benz. "O comitê continuará acompanhando os desdobramentos das negociações com a montadora. Estamos fazendo contatos com o ministro Berzoini. Nossa preocupação maior agora é com os fornecedores", afirmou o deputado Edson Rezende (PT). O deputado Leonardo Quintão (PMDB), presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, comemorou a retomada da produção da Classe C, mas disse que a comissão vai acompanhar a estratégia da empresa para manutenção dos empregos.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, Geraldo Werneck, informou que hoje são produzidos 26 Classe A por dia - exceto nas quartas-feiras, mas a capacidade é para 300 unidades. "A fabricação da Classe C não resolve nosso problema em definitivo por causa dos fornecedores que já estão sendo dispensados", concluiu.

Prefeitura de Juiz de Fora estuda novo local para aterro sanitário

Uma nova área para a instalação do aterro sanitário de Juiz de Fora está sendo estudada pela Prefeitura da cidade. A informação foi levada aos deputados da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização que participaram de audiência pública na Câmara Municipal de Juiz de Fora, pelo diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), Osman Magno de Lima. Segundo ele, o aterro funcionará no bairro Salvaterra até outubro de 2006, prazo estipulado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), e depois deve ser transferido para outro local. "A Feam orientou a prefeitura a tomar medidas emergenciais, já que herdamos o problema da disposição inadequada dos resíduos sólidos da administração anterior", justificou.

O deputado Edson Rezende (PT), que pediu a audiência em Juiz de Fora, disse que acompanha o caso desde 1999, quando os lixos doméstico e hospitalar passaram a ser despejados no Salvaterra. Segundo ele, a área é de preservação ambiental com várias nascentes. Edson Rezende questionou a concessão das licenças prévia, de instalação e de operação, pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Copam), apesar do empreendimento ter recebido pareceres técnicos contrários. "Hoje o aterro não funciona bem apesar de terem sido gastos milhões de reais na tentativa de minimizar o problema", criticou.

A escolha inadequada do local para o funcionamento do aterro foi alvo de críticas também da presidente da Ong Salvaterra, Marta Augusta Ribeiro. Ela denunciou que a área é de manancial de água classe I (praticamente pura). Segundo a ambientalista, o dinheiro público está "escorrendo com o chorume e poluindo as nascentes e o solo".

O diretor regional da Associação Brasileira de Perícia e Gestão Ambiental, Jorge Antônio Barros de Macedo, questionou a postura da Feam, que teria emitido pareceres favoráveis ao aterro, mesmo reconhecendo que os estudos técnicos realizados eram inconsistentes. A Prefeitura foi multada, mas o problema não teria sido solucionado. O engenheiro da Ong Salvaterra, Luiz Ernesto, afirmou que os pareceres da fundação ignoravam os indicadores para a instalação de um aterro sanitário, como a distância da área habitacional, da rodovia, do índice de declividade, entre outros.

A gerente da Divisão de Saneamento da Feam, Denise Bruschi, rebateu as críticas afirmando que o que havia em Juiz de Fora era um lixão, que passou pelo processo de aterro controlado e está funcionando como aterro sanitário há poucos dias. "A Feam não é chamada para licenciar lixão. A licença que concedemos para o aterro de Juiz de Fora foi de dois anos, quando o prazo normal seria de dez. Isso para que a situação seja corrigida com a disposição dos resíduos de forma organizada e a recuperação da área", concluiu.

Pedágio traz prejuízos para população de Simão Pereira

Os deputados da comissão foram ainda ao município de Simão Pereira, a 30 km de Juiz de Fora, para debater a cobrança de pedágio dos moradores de Simão Pereira pela concessionária que explora a BR-040, (Concer). Além dos deputados, cinco vereadores participaram da audiência. O autor do requerimento, deputado Biel Rocha (PT), informou que a praça de pedágio, implantada em 1996 na entrada da cidade, é a única de Minas Gerais. "Nossa preocupação é de que, a partir do próximo ano, quando outras rodovias devem ser privatizadas, mais cidades passem pelo mesmo problema". Hoje, é cobrado R$ 6 de pedágio para quem passa pela praça da BR-040.

O deputado Leonardo Quintão destacou que o pedágio não afeta só os moradores de Simão Pereira, mas toda a cadeia produtiva, onerando o transporte, inviabilizando a logística de empresas e comerciantes. O deputado Sebastião Helvécio (PDT), levou aos participantes da audiência a notícia de que o prefeito da cidade, Antônio Sarté, teria conseguido, junto a Conser, a isenção na cobrança do pedágio para 74 veículos da cidade.

O presidente da Câmara Municipal de Simão Pereira, Gilson Chapinotti Lyrio, falou que dependência da população de sua cidade em relação às cidades vizinhas é muito grande e que o pedágio praticamente inviabiliza a vida dos moradores. Ele comemorou a isenção da cobrança para os 74 veículos, mas lembrou que Simão Pereira tem mais de 350 cadastrados na Secretaria de Estado da Fazenda. O vereador apresentou denúncias de que a Concer não teria cumprido nenhuma cláusula contratual para exploração da rodovia e que estaria usurpando parte da antiga estrada União Indústria - que hoje faz parte do Projeto Estrada Real - para obrigar os viajantes a pagarem o pedágio. "Como vamos desenvolver o potencial turístico da cidade deste jeito?", questionou Gilson Lyrio.

O vereador Nelton Ferreira também apresentou denúncia de que o Dnit teria indicado o Km 817 da rodovia para a colocação da praça de pedágio que está localizada no Km 813, prejudicando os moradores de Simão Pereira.

Ao final da reunião os deputados informaram que solicitarão notas técnicas sobre a documentação e as denúncias apresentadas e formularão requerimentos de solicitação de informações no intuito de esclarecer o projeto original do contrato do pedágio e verificar possíveis irregularidades.

Presenças - Deputados Leonardo Quintão (PMDB), presidente, Edson Rezende, vice; Jésus Lima e Biel Rocha, todos do PT e Sebastião Helvécio (PDT).

 

 

 

 

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