Visita técnica a Papagaios vai apurar demandas do setor de
ardósia
A Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e
Cooperativismo fará uma visita técnica à Prefeitura de Papagaios,
região Central do Estado, nesta quinta-feira (2/6/05), às 10 horas,
para avaliar as principais demandas da indústria de extração e
beneficiamento de ardósia. A visita atende a uma reivindicação dos
representantes do setor, feita em audiência da comissão realizada em
22/9/04. Entre as demandas, estão: infra-estrutura de transporte,
especialmente em trecho de 13 quilômetros de estrada entre Sete
Lagoas e Papagaios; necessidade de instalação de uma subestação da
Cemig, visando à expansão do setor; e desenvolvimento tecnológico,
com pesquisa de materiais e máquinas mais modernas. O endereço da
Prefeitura é avenida Dona Joaquina do Pompeu, 64 - Centro.
A visita ocorre em função de requerimento
apresentado pelo deputado Doutor Ronaldo (PDT), que estará em
Papagaios com o vice-presidente da comissão, deputado Carlos Gomes
(PT). O deputado Doutor Ronaldo é representante político da região
de exploração da pedra, que ocorre nos municípios de Papagaios,
Felixlândia, Pompéu, Paraopeba, Curvelo, Martinho Campos, Leandro
Ferreira e Caetanópolis. Segundo ele, a extração de ardósia é uma
atividade de grande importância, pois responde por cerca de 5 mil
empregos diretos e outros 5 mil indiretos. Somente em Papagaios,
cidade-pólo do segmento, estão cerca de 190 indústrias, que produzem
410 mil toneladas/ano. Minas responde por 95% da produção nacional e
por 98% das exportações de ardósia.
Audiência em setembro de 2004 abordou problemas
ambientais
A audiência do ano passado abordou, entre outros
assuntos, o problema ambiental causado pela expansão do setor,
devido às 4,5 milhões de toneladas anuais de rejeitos e aparas,
empilhadas de qualquer maneira à beira das estradas ou lançadas às
margens de córregos. Deputados e convidados discutiram alternativas
de utilização das aparas e da água, para que a atividade possa ser
considerada limpa. Décio Barcelos, da Associação dos Mineradores de
Ardósia (Amar/MG), reivindicou apoio do governo com pesquisas para
utilização dos rejeitos, infra-estrutura viária e energia. A
associação informou, na reunião, que todas as indústrias reciclam a
água utilizada para serrar a ardósia, mas que fracassaram as
tentativas de tratá-la antes de devolvê-la aos cursos d'água.
O geólogo Cid Chiodi, da empresa de assessoria e
projetos Kistemann & Chiodi, relacionou algumas possibilidades
de utilização das aparas, como a substituição da brita em concreto
para pavimentação e para a substituição de parte dos componentes da
cerâmica. Citou também os mosaicos artesanais, mas admitiu que o
volume seria insignificante. O pó da ardósia poderia ser utilizado
para a fabricação de cimento, e há pesquisas promissoras para que as
aparas se tornem fertilizante após catalização com esterco de
frango, muito abundante na região.
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