Comissão de Assuntos Municipais vai à Zona da Mata nesta quarta (1o)

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa vai à Zona da Mata nesta quarta-feira (1...

31/05/2005 - 00:01
 

Comissão de Assuntos Municipais vai à Zona da Mata nesta quarta (1o)

A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa vai à Zona da Mata nesta quarta-feira (1o/6/05) para discutir três problemas que afetam a população da região: a crise na Mercedes-Benz, as deficiências do aterro sanitário de Juiz de Fora e a cobrança de pedágio na BR-040.

Às 8 horas, os deputados da comissão e os integrantes do Comitê de Acompanhamento das Negociações junto ao Grupo DaimlerChrysler visitam a fábrica da Mercedes em Juiz de Fora. A visita é parte das ações para evitar o encerramento das operações da montadora alemã em Minas Gerais. Segundo informações do gabinete do deputado Edson Rezende (PT), que pediu a realização da visita, o Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região está apreensivo com a decisão da empresa de montar o modelo Classe C na fábrica.

Em abril, a DamilerChrysler anunciou que desistiu de utilizar a planta para produzir o utilitário esportivo da família Smart e confirmou que vai suspender a produção do Classe A no segundo semestre deste ano. A unidade tem 1.100 trabalhadores, cujos empregos estão garantidos por um acordo de estabilidade até fevereiro do ano que vem. Os cortes já começaram nos fornecedores da Mercedes, que geram outros 600 empregos. A fábrica de Juiz de Fora foi projetada para produzir 70 mil unidades por ano, mas a previsão para este ano é de apenas 3.600 unidades do Classe A.

Para instalar-se em território mineiro, o grupo alemão investiu US$ 820 milhões. De acordo com o deputado Edson Rezende, a unidade recebeu R$ 112 milhões do governo do Estado, outros R$ 325 milhões do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e R$ 1,36 bilhão do Fundo de Desenvolvimento de Indústrias Estratégicas (Fundiest). Da prefeitura de Juiz de Fora, a Mercedes se beneficiou de R$ 20,6 milhões em obras de infra-estrutura e recebeu o terreno de 2,6 milhões de metros quadrados para instalar a fábrica. A empresa também se beneficiou da isenção de ICMS e ITBI por 20 anos.

Aterro com problemas contamina a região

Às 11 horas, a comissão faz uma reunião na Câmara Municipal de Juiz de Fora (Rua Halfeld, 955 - Centro) para discutir os problemas do aterro sanitário da cidade. A audiência pública também foi solicitada pelo deputado Edson Rezende, a partir de denúncias dos altos custos do aterro e de falhas que permitiram a contaminação do entorno da região que recebe o lixo.

O aterro de Salvaterra está em operação desde 1999 e tem autorização para funcionar até 2006. Ele ocupa uma área de 1.424 km2 junto à BR 040, a 11 quilômetros de Juiz de Fora, e recebe todos os dias 350 toneladas de lixo, de acordo com informações disponíveis na home-page do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb).

O problema é que o aterro não tem cobertura de lixo nem drenagem pluvial, o que provoca deslizamentos de resíduos durante o período chuvoso. O último desmoronamento rendeu à prefeitura de Juiz de Fora multa de R$ 53 mil aplicada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Com a contaminação do entorno do aterro por chorume e lixo hospitalar proliferam moscas, ratos e urubus, ameaça para os aviões que utilizam o Aeroporto da Serrinha, que fica nas proximidades.

Diante de todos esses problemas, o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani, decretou estado de emergência e abriu licitação para contratação de serviços urgentes no aterro, como remoção do lixo carreado pela água da chuva e recuperação da parte que recebe resíduos sanitários. A recuperação total da área pode custar entre R$ 6 milhões e R$ 8 milhões, segundo estimativas da prefeitura.

Foram convidados para a reunião o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho; o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani; e o presidente da Feam, Ilmar Bastos Santos.

Pedágio prejudica moradores de Simão Pereira

À tarde, a comissão reúne-se em Simão Pereira, pequena cidade de 2 mil habitantes a 20 quilômetros de Juiz de Fora. O objetivo da reunião, que será realizada na Câmara Municipal (Rua Dr. Duarte de Abreu, 90), é discutir os problemas enfrentados pelos moradores que têm que conviver com o pedágio na BR 040, localizado a 300 metros da entrada da cidade. A reunião está marcada para as 16 horas e foi solicitada pelo deputado Biel Rocha (PT), preocupado com os prejuízo do pedágio para os habitantes de Simão Pereira.

"A população, que já possuía grande dependência de municípios vizinhos onde se encontram a sede do Poder Judiciário, Ministério Público, delegacia de polícia, agência de correios, bancos e hospitais, agora se vê isolada economicamente", aponta o deputado. Muitos moradores de Simão Pereira trabalham em Juiz de Fora e Matias Barbosa e têm que pagar todos os dias R$ 12 de pedágio para entrar e sair da cidade. O Movimento Cidadão - Pedágio Livre fez um abaixo-assinado com 1.100 assinaturas pedindo passe livre para os habitantes de Simão Pereira, mas não obteve resposta da Concer, concessionária do trecho privatizado da BR-040.

Foram convidados para a reunião o prefeito de Simão Pereira, Antônio José Gonçalves da Silva; o presidente da Câmara Municipal, vereador Gilson Chapinotti Lyrio; o coordenador-geral da 6a Unidade de Infra-Estrutura Terrestre (Unit), Gelson Cunha; o diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), José Alexandre Nogueira de Teixeira; o diretor-presidente da Concer, Pedro Antônio Jonsson; e o presidente da Câmara Municipal de Matias Barbosa, José Custódio Nunes.

 

 

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