Comissão de Assuntos Municipais vai à Zona da Mata nesta quarta
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A Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização
da Assembléia Legislativa vai à Zona da Mata nesta quarta-feira
(1o/6/05) para discutir três problemas que afetam a
população da região: a crise na Mercedes-Benz, as deficiências do
aterro sanitário de Juiz de Fora e a cobrança de pedágio na BR-040.
Às 8 horas, os deputados da comissão e os
integrantes do Comitê de Acompanhamento das Negociações junto ao
Grupo DaimlerChrysler visitam a fábrica da Mercedes em Juiz de Fora.
A visita é parte das ações para evitar o encerramento das operações
da montadora alemã em Minas Gerais. Segundo informações do gabinete
do deputado Edson Rezende (PT), que pediu a realização da visita, o
Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora e Região está apreensivo
com a decisão da empresa de montar o modelo Classe C na fábrica.
Em abril, a DamilerChrysler anunciou que desistiu
de utilizar a planta para produzir o utilitário esportivo da família
Smart e confirmou que vai suspender a produção do Classe A no
segundo semestre deste ano. A unidade tem 1.100 trabalhadores, cujos
empregos estão garantidos por um acordo de estabilidade até
fevereiro do ano que vem. Os cortes já começaram nos fornecedores da
Mercedes, que geram outros 600 empregos. A fábrica de Juiz de Fora
foi projetada para produzir 70 mil unidades por ano, mas a previsão
para este ano é de apenas 3.600 unidades do Classe A.
Para instalar-se em território mineiro, o grupo
alemão investiu US$ 820 milhões. De acordo com o deputado Edson
Rezende, a unidade recebeu R$ 112 milhões do governo do Estado,
outros R$ 325 milhões do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG) e R$ 1,36 bilhão do Fundo de Desenvolvimento de Indústrias
Estratégicas (Fundiest). Da prefeitura de Juiz de Fora, a Mercedes
se beneficiou de R$ 20,6 milhões em obras de infra-estrutura e
recebeu o terreno de 2,6 milhões de metros quadrados para instalar a
fábrica. A empresa também se beneficiou da isenção de ICMS e ITBI
por 20 anos.
Aterro com problemas contamina a região
Às 11 horas, a comissão faz uma reunião na Câmara
Municipal de Juiz de Fora (Rua Halfeld, 955 - Centro) para discutir
os problemas do aterro sanitário da cidade. A audiência pública
também foi solicitada pelo deputado Edson Rezende, a partir de
denúncias dos altos custos do aterro e de falhas que permitiram a
contaminação do entorno da região que recebe o lixo.
O aterro de Salvaterra está em operação desde 1999
e tem autorização para funcionar até 2006. Ele ocupa uma área de
1.424 km2 junto à BR 040, a 11 quilômetros de Juiz de
Fora, e recebe todos os dias 350 toneladas de lixo, de acordo com
informações disponíveis na home-page do Departamento Municipal de
Limpeza Urbana (Demlurb).
O problema é que o aterro não tem cobertura de lixo
nem drenagem pluvial, o que provoca deslizamentos de resíduos
durante o período chuvoso. O último desmoronamento rendeu à
prefeitura de Juiz de Fora multa de R$ 53 mil aplicada pela Fundação
Estadual do Meio Ambiente (Feam). Com a contaminação do entorno do
aterro por chorume e lixo hospitalar proliferam moscas, ratos e
urubus, ameaça para os aviões que utilizam o Aeroporto da Serrinha,
que fica nas proximidades.
Diante de todos esses problemas, o prefeito de Juiz
de Fora, Alberto Bejani, decretou estado de emergência e abriu
licitação para contratação de serviços urgentes no aterro, como
remoção do lixo carreado pela água da chuva e recuperação da parte
que recebe resíduos sanitários. A recuperação total da área pode
custar entre R$ 6 milhões e R$ 8 milhões, segundo estimativas da
prefeitura.
Foram convidados para a reunião o secretário de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos
Carvalho; o prefeito de Juiz de Fora, Alberto Bejani; e o presidente
da Feam, Ilmar Bastos Santos.
Pedágio prejudica moradores de Simão
Pereira
À tarde, a comissão reúne-se em Simão Pereira,
pequena cidade de 2 mil habitantes a 20 quilômetros de Juiz de Fora.
O objetivo da reunião, que será realizada na Câmara Municipal (Rua
Dr. Duarte de Abreu, 90), é discutir os problemas enfrentados pelos
moradores que têm que conviver com o pedágio na BR 040, localizado a
300 metros da entrada da cidade. A reunião está marcada para as 16
horas e foi solicitada pelo deputado Biel Rocha (PT), preocupado com
os prejuízo do pedágio para os habitantes de Simão Pereira.
"A população, que já possuía grande dependência de
municípios vizinhos onde se encontram a sede do Poder Judiciário,
Ministério Público, delegacia de polícia, agência de correios,
bancos e hospitais, agora se vê isolada economicamente", aponta o
deputado. Muitos moradores de Simão Pereira trabalham em Juiz de
Fora e Matias Barbosa e têm que pagar todos os dias R$ 12 de pedágio
para entrar e sair da cidade. O Movimento Cidadão - Pedágio Livre
fez um abaixo-assinado com 1.100 assinaturas pedindo passe livre
para os habitantes de Simão Pereira, mas não obteve resposta da
Concer, concessionária do trecho privatizado da BR-040.
Foram convidados para a reunião o prefeito de Simão
Pereira, Antônio José Gonçalves da Silva; o presidente da Câmara
Municipal, vereador Gilson Chapinotti Lyrio; o coordenador-geral da
6a Unidade de Infra-Estrutura Terrestre (Unit), Gelson
Cunha; o diretor-geral da Agência Nacional de Transporte Terrestre
(ANTT), José Alexandre Nogueira de Teixeira; o diretor-presidente da
Concer, Pedro Antônio Jonsson; e o presidente da Câmara Municipal de
Matias Barbosa, José Custódio Nunes.
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