Acidentes de trabalho na Cemig e terceirizadas são tema de audiência

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa realiza reunião na próxima quarta-feira (1/6/05), para debat...

25/05/2005 - 00:01
 

Acidentes de trabalho na Cemig e terceirizadas são tema de audiência

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa realiza reunião na próxima quarta-feira (1/6/05), para debater acidentes de trabalho com mortes, envolvendo trabalhadores da Cemig, principalmente os terceirizados. O requerimento pela audiência pública, do presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), atende à solicitação do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro). Na audiência, que acontece às 9 horas, no auditório da Assembléia, vão ser apresentadas denúncias do sindicato sobre más condições de trabalho na empresa e outras irregularidades, especialmente em função do aumento da terceirização.

De acordo com o sindicato, devido à terceirização e precarização das condições de trabalho, o número de mortes por acidentes de trabalho aumentou muito: de 1996 até março de 2003, 16 funcionários da Cemig morreram em acidentes de trabalho. Já o número de acidentes fatais entre os terceirizados, no mesmo período, foi de 49.

Segundo o Sindieletro, em 2003 e 2004, a Cemig intensificou uma política de redução dos postos de trabalho e, em contrapartida, ampliou consideravelmente o número de terceirizados e de estagiários. Para comprovar suas denúncias, o sindicato mostra a redução do número de trabalhadores em relação ao de consumidores: 17.516 trabalhadores em 1994 para atender a 3,8 milhões de consumidores (217 consumidores para cada trabalhador); em 2003, eram 11.302 funcionários para 5,7 milhões de consumidores, ou seja, 504 para cada trabalhador. A empresa estaria também utilizando 250 estagiários como mão-de-obra barata, sem a devida supervisão.

Ação do MPT - Quanto aos terceirizados, há várias denúncias, encampadas inclusive pelo Ministério Público do Trabalho, que moveu uma ação civil pública contra a Cemig, em 2003. O MPT constatou que eles não têm os direitos trabalhistas respeitados, nem o devido treinamento; são submetidos a jornadas longas de trabalho, sem contar com condições adequadas de segurança, já que as suas empregadoras não cumprem obrigações fundamentais relativas à segurança e saúde do trabalho. Segundo o Sindieletro, todos esses fatos vem provocando acidentes, muitos deles fatais. Outro agravante é o de que os terceirizados, exercendo muitas vezes, funções idênticas a funcionários, auferem remuneração de menos de um terço desses últimos.

Na mesma ação, também são apontadas irregularidades praticadas pela Cemig com seus empregados, que muitas vezes, são submetidos a condições de trabalho inadequadas e sem segurança. O MPT ainda detectou que a Cemig vem terceirizando serviços como a construção e manutenção de redes elétricas, de iluminação pública e leitura de medidores. Por esse motivo, o órgão concluiu que a terceirização na empresa "é ilícita, tanto por se tratar de locação de mão-de-obra e não transferência de serviços, como também por incidir em sua atividade-fim e permanente".

 

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