Audiência cobra regulamentação de lei sobre produto artesanal

A promessa do advogado-geral adjunto do Estado, Humberto Rodrigues Gomes, de examinar informalmente a minuta de regul...

24/05/2005 - 00:00
 

Audiência cobra regulamentação de lei sobre produto artesanal

A promessa do advogado-geral adjunto do Estado, Humberto Rodrigues Gomes, de examinar informalmente a minuta de regulamentação da Lei 14.180, de 2002, que disciplina a produção e a manipulação de alimentos provenientes do agroartesanato ou de agricultura familiar, foi obtida na reunião desta terça-feira (24/5/05), da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa. A princípio, o advogado-geral adjunto informou que a minuta de regulamentação ainda não tinha chegado ao seu órgão. Informação essa que foi questionada pela representante da Vigilância Sanitária Estadual, Cláudia Parma Machado. Segundo ela, a minuta foi encaminhada à Advocacia-Geral do Estado em 26 de maio de 2004, para formatá-la como decreto, que precisa ser assinado pelo governador Aécio Neves.

Surpreso com a informação, Humberto Rodrigues Gomes propôs, então, discutir com as entidades que elaboraram a minuta as questões legais da regulamentação da lei, antes de formatá-la como decreto. Entre essas entidades estão Vigilância Sanitária estadual e municipal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Associação Mãos de Minas, Fiemg, Emater, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), entre outras. Segundo os participantes da audiência pública, a regulamentação é fundamental para que o produtor artesanal e o agricultor familiar saiam da informalidade e possam comercializar legalmente seus produtos. Assim que esse documento ficar pronto, o subsecretário da Casa Civil da Secretaria de Estado de Governo, Carlos Alberto Pavan Alvim, informou que irá encaminhá-lo imediatamente ao governador.

Representantes dos produtores reivindicam entrada no mercado formal

O diretor-executivo do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), William Bicalho da Cruz, reclamou da demora de três anos para regulamentação da lei. "Queremos tirar os artesão da informalidade", cobrou o representante da Ocemg, que responde por cerca de mil cooperativas e um milhão de associados no Estado. Mesma opinião tem a diretora-presidente da Cooperativa dos Produtores Artesanais do Setor de Alimentação de Belo Horizonte (Nutricoop), Helice Sarrizo. Ela explicou que todas as exigências da Vigilância Sanitária para o produtor artesanal foram cumpridas, tais como rotulagem dos produtos e informação da tabela nutricional. "É uma lei que nos dá todo o apoio, mas precisamos da regulamentação para nos adequarmos", opinou.

A consultora técnica da Associação Mãos de Minas, Maria Cristina Mosquim, lembrou que a lei de 2002 deveria ter sido regulamentada em 90 dias. Destacou que a minuta de regulamentação contém questões como prazo de validade, classificação do produtor de acordo com a destinação e características do produto, credenciamento e habilitação de produtores. Ela fez um histórico do trabalho feito em relação ao produtor artesanal que resultou na elaboração da lei, que é fruto do Projeto de Lei 1.105/00, do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT).

O deputado Adelmo Carneiro Leão se identificou como portador da proposta do setor produtivo artesanal, classificada por ele de "valiosa e significativa". Ele destacou ainda a importância da participação da sociedade organizada na elaboração das leis. A deputada Lúcia Pacífico (PTB), como base do governo estadual, se propôs a cobrar a regulamentação da Lei 14.180. "Esse assunto me preocupa antes mesmo de ser parlamentar, mas como dona de casa", disse. Já o deputado Padre João (PT) cumprimentou Lúcia Pacífico, Adelmo Carneiro Leão e Paulo Piau (PP) pela iniciativa de realizar o debate. A ausência do deputado Paulo Piau foi justificada porque o parlamentar foi convocado pelo governador a participar de comitiva oficial do Estado a Patos de Minas.

Presenças - Deputadas Lúcia Pacífico (PTB), Jô Moraes (PCdoB) e deputados Adelmo Carneiro Leão e Padre João, ambos do PT. Além dos convidados citados na matéria, participaram da reunião o diretor da área de artesanato da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Thiago Thomaz; representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Renato Nunes de Faria; da Emater, Mariza Torres Fernandes; e da Vigilância Sanitária Municipal, além de vários produtores artesanais.

 

 

 

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