Reunião coleta sugestões a PLC que exige 3º grau na Polícia Civil

Para melhorar a atuação da Polícia Civil, é fundamental a exigência de formação superior para o ingresso, através de ...

18/05/2005 - 00:01
 

Reunião coleta sugestões a PLC que exige 3º grau na Polícia Civil

Para melhorar a atuação da Polícia Civil, é fundamental a exigência de formação superior para o ingresso, através de concurso público, de novos integrantes na corporação. Essa foi a opinião unânime na reunião, esta quarta-feira (18/5/05), da Comissão de Administração Pública, que discutiu o Projeto de Lei Complementar (PLC) 58/04, do governador, com vistas a coletar sugestões para aperfeiçoar a proposição. O requerimento pela audiência pública, acompanhada por dezenas de policiais que lotaram o Plenarinho IV, partiu do deputado Adalclever Lopes (PMDB). O PLC cria a carreira de agente de polícia, cargos no quadro de pessoal da Polícia Civil e trata da promoção por tempo de serviço para ocupantes de alguns cargos. A proposição já recebeu parecer de 1º turno favorável da Comissão de Constituição e Justiça.

Tratando da Polícia Federal, o presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Estado, Juvercino Guerra Filho, qualificou a exigência do nível superior nessa instituição como um "divisor de águas". Segundo ele, com a melhoria da qualificação do quadro, aumentou a produtividade e a eficiência da PF. "Noutros países, os policiais são recrutados entre os melhores alunos; no Brasil, criou-se o mito de que quando a pessoa não consegue nada, vai para a polícia", avaliou.

Curso superior - O presidente da Federação Interestadual dos Policiais Civis da Região Centro Oeste e Territórios (Feipol), Divinato da Conceição Ferreira, comunicou que 12 estados já têm leis prevendo o 3º grau como requisito para o ingresso na Polícia Civil. Ele também comemorou o fato de a ONU ter reconhecido recentemente que a Polícia Civil ocupa o segundo lugar entre as polícias do mundo na elucidação de crimes violentos. Para Ferreira, a exigência do nível superior é o mínimo que essa corporação pode exigir para fazer frente ao crime, que a cada dia se sofistica mais.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Paraná, Paulo Martins, declarou que seu Estado conseguiu reduzir a criminalidade após a exigência de 3º grau para ingresso na polícia, com reflexos positivos na sua qualificação e modernização. Jorge Luís Garret, também do sindicato, disse que, quando da atuação da CPI do Narcotráfico no Congresso, o governo paranaense se convenceu da necessidade de qualificar os policiais. Na sua avaliação, não são procedentes as preocupações quanto aos reflexos orçamentários da medida. Ele defendeu, ainda, que os policiais tenham formação mínima em áreas do Direito, essenciais para o desenvolvimento de suas atividades.

Já o presidente do Sindicato dos Investigadores de São Paulo, João Batista da Silva Neto, considerou que, com a exigência do nível superior para o ingresso na Polícia Civil daquele Estado, os policiais ganharam auto-estima. Atualmente, de acordo com ele, cerca de 80% deles tem 3º grau.

Sindipol reivindica promoção para todos os cargos

O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindipol), Antônio Marcos Pereira, aplaudiu o projeto, mas fez ressalvas com relação a aspectos pontuais dele. Na visão do dirigente, o texto, quando trata da promoção por tempo de serviço e progressão na carreira, pode dar a entender que estas só valerão para alguns cargos e carreiras. E isso estaria contrariando o acordo firmado entre a categoria e o governo Estadual, em junho do ano passado, que previa promoção para todos os níveis das carreiras. Em resposta, o deputado Adalclever Lopes informou que a bancada do PMDB irá apresentar duas emendas ao projeto: alterando a redação do artigo 7º do PLC 58/04, que trata da promoção por tempo de serviço; e mudando a redação do parágrafo único do artigo 3º, que dispõe sobre o conhecimento técnico e científico dos policiais.

Vagas - O presidente da Associação de Criminalística do Estado, Roberto Simão, pediu a ampliação do número de vagas para perito e médico legista e a volta do cargo de Perito III. Na sua avaliação, as vagas previstas no projeto não são suficientes para suprir a necessidade da Polícia Civil que, há anos, apresenta deficiência no número de profissionais. Nesse sentido, também se expressou o chefe-adjunto da Polícia Civil do Estado, Jairo Lelis Filho, que avaliou não ser possível combater eficientemente a criminalidade crescente com o mesmo quadro de policiais de 20 anos atrás.

Ao fim da reunião, o presidente da Comissão de Administração Pública e relator do projeto, deputado Fahim Sawan (PSDB), afirmou que irá acolher, em seu parecer, sugestões apresentadas na reunião e previu que a ALMG terá agilidade na votação. Também os deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) e Célio Moreira (PL) elogiaram o projeto.

Presenças - Deputados Fahim Sawan (PSDB), presidente; Ricardo Duarte (PT), Adalclever Lopes (PMDB), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Célio Moreira (PL), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Leonídio Bouças (PTB), Chico Rafael (PMDB), Sávio Souza Cruz (PMDB), Leonardo Quintão (PMDB) e Jésus Lima (PT).

 

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