Plenário ratifica regime especial de tributação para empresa DVG

Críticas da oposição e elogios dos deputados da base do governo marcaram a votação em Plenário, na manhã desta quarta...

18/05/2005 - 00:00
 

Plenário ratifica regime especial de tributação para empresa DVG

Críticas da oposição e elogios dos deputados da base do governo marcaram a votação em Plenário, na manhã desta quarta-feira (18/5/05), do Projeto de Resolução (PRE) 2.227/05, que ratifica regime especial de tributação à empresa DVG - Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. Desde outubro do ano passado, a empresa se beneficia do crédito presumido de 68,34% do ICMS devido nas operações internas de venda para órgãos públicos de tratamento de água e construtoras contratadas para obras de saneamento, e de 33,34% para os demais clientes. O projeto, de autoria da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, foi aprovado em turno único e, agora, será analisado em redação final para depois ser promulgado pela Mesa da Assembléia.

Por falta de quórum, foi tornada ainda sem efeito a votação do PL 2.228/05, também da comissão, que ratifica regime especial de tributação à empresa TAM Linhas Aéreas S/A. Caso o projeto seja aprovado, a carga tributária do ICMS devido nas operações de compra de querosene de aviação dentro de Minas pela empresa ficará reduzida de 25% para 3%. O benefício está em vigor desde 13 de março e precisa ser ratificado pela Assembléia para valer até 31/5/06. Com isso, o Estado deixa de arrecadar R$ 10 milhões e, em contrapartida, a TAM se compromete a operar 40 novos vôos diários no Aeroporto de Confins. Também acabaram não sendo apreciados outros projetos que tratam de regime especial de tributação para a Varig e a Gol Transportes Aéreos.

Além do PL 2.227/05, que trata da DVG, há outras duas proposições na pauta de Plenário, os PLs 2.230/05 e 2.232/05, que ratificam regime especial de tributação às empresas Unocann Tubos e Conexões Ltda e Polyvin Plásticos e Derivados Ltda. Em julho de 2004, as três empresas solicitaram à Secretaria da Fazenda (SEF) regime especial de tributação nas operações de venda de tubos e conexões de PVC, alegando impossibilidade de competição com as concorrentes instaladas na Bahia. Segundo a SEF, os benefícios da Bahia impedem as empresas mineiras de vencer concorrências para fornecer tubos e conexões para as empresas públicas de tratamento de água e esgoto e para as empreiteiras contratadas para obras de saneamento básico no Estado.

A SEF estima em R$ 3,8 milhões o total da renúncia de receita das três empresas em 2005. Em compensação, elas assinaram um termo de compromisso com o Estado em que garantem manter o mesmo nível de recolhimento de ICMS do período de maio de 2003 a abril de 2004. A DVG também promete investir R$ 10 milhões em Minas nos próximos três anos, gerar 50 empregos diretos e 50 indiretos e aumentar seu faturamento bruto em 50%. A Unocann assegura que vai aumentar seu faturamento em 30%, gerar 50 empregos diretos e indiretos e utilizar a capacidade ociosa de sua fábrica, que recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão nos últimos dois anos. E a Polyvin diz que vai fazer investimentos de R$ 50 mil, criar nove empregos e aumentar seu faturamento bruto em 40%.

Oposição cobra política tributária coerente e base de governo, reforma tributária federal

Os deputados da oposição cobraram, durante a Reunião Extraordinária de Plenário, a adoção de uma política tributária global pelo governo do Estado e não a concessão de benefícios caso a caso. O líder do Bloco PT/PCdoB, deputado André Quintão (PT), cobrou empenho do governo na discussão da melhor política tributária para Minas. Na opinião dele, os incentivos fiscais que têm sido dados, ao longo dos anos, não se vinculam a uma lógica de desenvolvimento econômico e social, mas acabam beneficiando grandes grupos econômicos. Reivindicou também a contribuição do governador Aécio Neves para que a reforma tributária federal seja concluída, afirmando que a unificação de alíquotas é a solução para combater a guerra fiscal entre Estados.

André Quintão foi acompanhado nas críticas pelos deputados Weliton Prado e Rogério Correia, ambos do PT. Correia também informou ao Plenário que encaminhará nesta quarta (18) à Mesa da Assembléia requerimento para criação da CPI da Saúde. A comissão, segundo ele, pretende tratar da não-aplicação, pelo governo, de recursos devidos ao Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o parlamentar, o Estado deixou de aplicar, nos últimos dois anos, R$ 1 bilhão no setor.

Já os deputados da base do governo usaram a palavra para defender a adoção de regimes especiais de tributação pelo governador Aécio Neves, afirmando que a medida garante empregos e geração de renda e impede a evasão de empresas para outros Estados. Fizeram elogios ao governador e cobraram do governo federal a aprovação da reforma tributária os deputados Leonardo Quintão (PMDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), Carlos Pimenta (PDT), Lúcia Pacífico (PTB), Irani Barbosa (PTB), Alencar da Silveira Jr. (PDT), Paulo Cesar (PFL) e Miguel Martini (sem partido). Eles mencionaram diversos casos de evasão de empresas para outros Estados, atraídas por incentivos fiscais, citando problemas nas áreas de laticínios, produtos farmacêuticos e eletrônicos, entre outros.

Também falou o líder do Bloco Parlamentar Social Progressista, deputado Dilzon Melo (PTB), que apontou como causa principal da guerra fiscal a não-aprovação da reforma tributária em nível federal. Segundo o parlamentar, o governador defende os interesses de Minas e os empregos no Estado, além de ser reconhecido pelas outras unidades da Federação por sua gestão competente e voltada para o desenvolvimento.

Já o deputado Irani Barbosa (PTB) reivindicou do presidente Mauri Torres (PSDB) que ele próprio indique os integrantes da comissão especial que analisará a situação dos cartórios.

 

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