Deputados verificam carência de pessoal para leitos de UTI do
Ipsemg
A carência de profissionais foi apontada, pela
direção do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado
(Ipsemg), como uma das principais dificuldades para a implantação
dos 48 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital
Israel Pinheiro. As dependências do setor foram visitadas pelos
deputados da Comissão Especial do Ipsemg, a requerimento dos
deputados Edson Rezende (PT) e Carlos Pimenta (PDT), nesta
terça-feira (17/05/05). O superintendente hospitalar do Ipsemg,
Christóvão Xavier, que acompanhou a comissão durante a visita,
informou que hoje funcionam 20 leitos de UTI - fora as seis unidades
pediátricas - no Hospital Israel Pinheiro, sendo que dez foram
implantadas em 2003.
O Hospital tem estrutura física já pronta para
abrigar 48 leitos de UTI, mas, segundo Chistóvão Xavier, a
inauguração dos leitos será feita aos poucos. Ele informou que, até
julho, outros dez leitos devem estar funcionando, e que os
equipamentos que faltam para ser adquiridos estão em fase final de
licitação. O superintendente esclareceu que cada dez leitos exigem
uma equipe completa de profissionais - um auxiliar de enfermagem
para cada 1,5 pacientes, um médico e um enfermeiro. Como os
profissionais trabalham por turno, seriam necessários cerca de 38
por dia.
O superintendente também defendeu a necessidade de
uma avaliação criteriosa antes da abertura de novos leitos. "Quando
dispúnhamos de dez leitos, tínhamos uma demanda reprimida de cerca
de 500 pacientes em um ano. Com a ampliação para 20 leitos, esse
número caiu para pouco mais de 200. Acreditamos que, com a
inauguração de mais dez, essa demanda seja zerada", avaliou o
superintendente.
Deputado afirma que servidores nunca ficaram sem
atendimento
O presidente da comissão, deputado Miguel Martini
(sem partido), afirmou que o objetivo deve ser o de otimizar o
atendimento e os recursos. "A instalação deve ser gradativa, porque
a existência de leitos além da demanda implica em desperdício",
explicou. O deputado esclareceu ainda que a falta de leitos também
gera um gasto excessivo, porque os pacientes que deveriam ser
atendidos pelo Ipsemg são internados em hospitais conveniados a
preços mais altos. "Nenhum servidor deixa de ser atendido. O
problema é que essa demanda que não pode ser atendida pelo instituto
acaba saindo mais cara", concluiu.
A solução para a falta de mão-de-obra seria a
realização de concurso público, conforme defendeu a presidente do
Sindicato dos Servidores do Ipsemg, Andrea Myrrha, que também
acompanhou a visita. Segundo ela, a contratação temporária de
funcionários seria uma alternativa emergencial, até que o concurso
fosse realizado. O deputado Edson Rezende afirmou que, embora o
Estado não tenha sinalizado para a contratação de novos servidores,
a comissão poderá apresentar um requerimento pedindo informações a
esse respeito. Segundo ele, o que está em jogo é o atendimento dos
servidores e o barateamento do custo das internações. O deputado
Ivair Nogueira (PMDB) também defendeu a realização de concurso
público para preencher as vagas abertas com a instalação dos novos
leitos de UTI.
Energia - Outro problema
causado com a duplicação do número de leitos da UTI foi a sobrecarga
elétrica, causada por um subdimensionamento do projeto. Segundo o
superintendente Christóvão Xavier, esse problema já está sendo
solucionado juntamente com a Cemig. Ele garantiu ainda que, a
energia de que o Ipsemg dispõe será suficiente para manter em
funcionamento os novos leitos.
Centro odontoló gico já supera metas da OMS
Antes de visitarem a UTI do Hospital Israel
Pinheiro, os deputados foram conhecer as novas instalações do Centro
Odontológico do Ipsemg, inauguradas em março deste ano, após dois
anos de reforma. O superintendente do centro, Jorge Thebit,
acompanhou os deputados na visita, mostrando o funcionamento do
serviço. Segundo ele, o Ipsemg realiza em média 40 mil procedimentos
por mês e cerca de 400 mil por ano, entre os de atenção primária e
secundária. Desse número, cerca de 250 mil referem-se a consultas e,
por ano, 35 mil beneficiados concluem o tratamento.
A dentista do Centro Odontológico e doutoranda em
Política e Planejamento da Saúde pela Fiocruz, Marilene Barros de
Melo, afirmou que o centro já alcançou as metas estabelecidas pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2010. Ela apresentou dados
de que o CPOD (Dentes cariados, perdidos e obturados) deveriam ser,
em média, de no máximo três em crianças de até 12 anos, em 2000. No
Ipsemg, esse número já era menor que um por pessoa, em média, antes
da reforma. Outro valor de referência da OMS é que os jovens
deveriam alcançar os 18 anos com o mínimo de 85% dos dentes
presentes, em 2000 e 90%, em 2010. No Centro Odontológico esse
índice é hoje de 92%.
Presenças - Deputados
Miguel Martini (sem partido), presidente da comissão; Ivair Nogueira
(PMDB), vice; e Edson Rezende (PT)
|