Segurança Pública pede ao TJ magistrado para adolescentes

Se depender da boa vontade do presidente do Tribunal de Justiça, em breve o plantão interinstitucional de atendimento...

17/05/2005 - 00:01
 

Segurança Pública pede ao TJ magistrado para adolescentes

Se depender da boa vontade do presidente do Tribunal de Justiça, em breve o plantão interinstitucional de atendimento à criança e ao adolescente terá um magistrado nas noites de sexta-feira e durante os finais de semana e feriados. O presidente do TJ, desembargador Márcio Antônio Abreu Corrêa Marins recebeu o pedido dos deputados Zé Maia e Ana Maria Resende (ambos do PSDB), e também do coordenador das promotorias de infância e adolescência do Ministério Público, Ronald Albergaria, na terça-feira (17/5/05), e manifestou-se inteiramente a favor.

O deputado Zé Maia, que preside a Comissão de Segurança Pública, informou ao desembargador que o motivo da visita era o cumprimento, por parte da sua comissão e da Comissão de Educação, de decisão da última reunião conjunta com os membros da Frente de Defesa da Infância e Adolescência. Argumentou que muitos meninos que cometem pequenos furtos e são detidos pela polícia numa noite de sexta-feira, ficam presos até segunda-feira junto a marginais perigosos, pela falta de um juiz que decida seu encaminhamento ou a soltura. Pediu ao presidente do TJ que designasse para o plantão juízes que tivessem perfil adequado para lidar com adolescentes.

Márcio Marins não vê empecilho sequer na afinidade dos juízes: "Todos os nossos juízes têm perfil para essa atividade, e gostam de orientar menores", afirmou. O que oferece dificuldade, segundo ele, é a falta de juízes. "Temos muitas comarcas vagas, e estamos vivendo um momento difícil, de fusão dos tribunais de Alçada e de Justiça. Descobrimos que sequer os sistemas de informática dos dois tribunais são compatíveis. Teremos que instalar um sistema inteiramente novo".

O presidente do TJ informou aos deputados que vai enviar à Assembléia, no próximo dia 6 de junho, um projeto de lei de Organização Judiciária, do qual foi preciso expurgar a criação de comarcas, em nome da urgência de outros temas. "Precisamos expandir nossos serviços, mas o Governo não disponibiliza os recursos, o que nos obriga a fazer muita ginástica para estabelecer prioridades", afirmou o desembargador.

A deputada Ana Maria Resende, vice-presidente da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática, pediu pressa ao Judiciário, alegando que a criminalidade juvenil está aumentando desenfreadamente. Indagou se, depois de designado um juiz para os plantões na antiga Febem do Horto, quanto tempo levaria para o benefício chegar ao interior. O desembargador afirmou que, após a experiência-piloto na Capital, o Judiciário irá estendê-la às cidades-pólo.

Falando em nome do MP e da Frente de Defesa da Infância e da Adolescência, o promotor Ronald Albergaria pediu ao presidente do TJ também agilidade nos julgamentos dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes, que demoram às vezes quatro anos para ser julgados em primeira instância. "O criminoso às vezes continua convivendo normalmente com sua vítima, porque a impunidade campeia nesse tipo de crime", disse Albergaria.

Presenças: Deputada Ana Maria Resende (PSDB) e Zé Maia (PSDB)

 

 

 

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