Plenário comemora os 60 anos da vitória na Segunda
Guerra
O heroísmo dos ex-combatentes brasileiros,
especialmente dos 1.500 voluntários que lutaram contra tropas
nazistas sob condições extremas, no inverno dos montes Apeninos, na
Itália, durante a Segunda Guerra Mundial, foi celebrado no Plenário
da Assembléia, na sexta-feira (13/5/05). A reunião especial
comemorativa dos 60 anos do Dia da Vitória, realizada a pedido do
deputado Leonardo Quintão (PMDB), teve a presença de veteranos da
Força Expedicionária Brasileira e autoridades do Exército e da
Aeronáutica, além de seus familiares.
Em seu discurso, o deputado Leonardo Quintão
lembrou que, antes de enviar combatentes à Europa, a ditadura Vargas
"seguia o caminho do totalitarismo, espelhando-se nos até então
bem-sucedidos regimes de força instalados na Alemanha, Itália e
Espanha". Segundo o deputado, a vitória dos Aliados, entre eles o
Brasil, trouxe para o Brasil o bônus de livrar-se da ditadura.
O deputado deu outros dados: a partir de julho de
1944, após dois anos de preparação, o Brasil embarcou três
regimentos de infantaria para Nápoles, na Itália: o Ipiranga, o
Sampaio e o Tiradentes. Em setembro, começaram os primeiros combates
da artilharia e as primeiras vitórias. O 1º Grupo de Aviação de Caça
adquiria prestígio diante das forças aéreas operando na Itália. Em 2
de maio do ano seguinte, cessaram as hostilidades na Itália. A 1ª
Divisão de Infantaria Expedicionária tivera 443 mortos, e o 1º Grupo
de Aviação de Caça da Força Área Brasileira 8 baixas fatais.
Voltaram feridos 2.700 brasileiros. Ao todo, a FEB capturou mais de
20 mil inimigos.
O presidente da Associação Nacional dos Veteranos
da FEB, tenente-coronel Joel Lopes Vieira, agradeceu as homenagens:
"Demonstrações como estas nos trazem a certeza de que o nosso
sacrifício, o sangue que lá derramamos, os companheiros que tombaram
no sacrossanto dever de defender a pátria, não foram em vão.
Decorridos 60 anos, ainda não apagou da memória da humanidade o que
representou aquele terrível conflito, que ensangüentou, vitimou e
espalhou o terror por todos os recantos do nosso planeta".
Por sua vez, o brigadeiro Raul José Ferreira Dias,
comandante do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica
(Ciarr), lembrou sua convivência com os heróis da aviação na Base de
Santa Cruz, e depois o período em que foi designado para um posto na
Itália, quando ouviu de um velho morador histórias da generosidade
do pracinha brasileiro, em dividir com os famintos sua ração.
Páginas escritas na história
Para o general Paulo César de Castro, "cobriram-se
de glória todos, aviadores e pracinhas. Regiões tão distantes como
Serchio, Monte Prano, Monte Castelo, Montese, Castelnuovo e Fornovo,
entre outras, foram definitivamente inscritas com denodo, sangue,
bravura, esforço e sacrifício, por nossas forças, nas páginas da
história do Brasil, ao lado de Guararapes, de Tuiuti, de Itororó, de
Lomas Valentinas e de Angostura.".
O presidente da solenidade, deputado Célio Moreira,
destacou em seu pronunciamento que os pracinhas "aprenderam a lutar
durante a própria luta, que desenvolvendo técnicas de patrulha e de
emboscada. Sobreviveram ao rigoroso inverno forrando os coturnos com
palha e jornal".
Presenças: Deputado Célio
Moreira (PL), que presidiu a reunião; deputado Leonardo Quintão
(PMDB), autor do requerimento pela reunião; general Paulo César de
Castro, comandante da 4ª Região Militar e 4ª Divisão do Exército
Brasileiro, brigadeiro Raul José Ferreira Dias, comandante do Centro
de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciarr); tenente-coronel
Joel Lopes Vieira, presidente da Associação dos Veteranos da Força
Expedicionária Brasileira (Anvefeb); vereadora Elaine Matozinhos;
Ary Victorino Dias, presidente da Associação dos ex-Combatentes do
Brasil, Seção Minas Gerais; juiz Décio de Carvalho Mitre, do
Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais.
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