Governo estadual expõe planos de gestão ambiental e revitalização

Os projetos estruturadores "Geração Ambiental MG Século 21" e "Programa de Revitalização e Desenvolvimento Sustentáve...

11/05/2005 - 00:01
 

Governo estadual expõe planos de gestão ambiental e revitalização

Os projetos estruturadores "Geração Ambiental MG Século 21" e "Programa de Revitalização e Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco" foram apresentados aos deputados da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia Legislativa pelo secretário de Meio Ambiente, José Carlos de Carvalho, e seus assessores, na reunião desta quarta-feira (11/5/05). O requerimento foi do deputado João Leite (sem partido), que declarou sua admiração pelo planejamento da área ambiental do Estado.

Carvalho explicou os paradigmas e os marcos conceituais da nova administração ambiental, que agora é feita por bioma, por bacia hidrográfica e foi descentralizada para sete unidades regionais do Comitê de Política Ambiental (Copam). Também houve mudança no processo de licenciamento ambiental, que adquiriu transparência e agilidade, segundo o secretário. A respeito do rio São Francisco, Carvalho evitou criticar o projeto de transposição que o Ministério da Integração Regional está licitando. "Minas gera 73,5% das águas desse rio cujo contexto geopolítico é único. Por isso sua responsabilidade com a revitalização tem que ser proporcional a esses números. Sempre que tem que se posicionar a respeito do São Francisco, Minas se manifesta com sentimento de pátria", afirmou.

Aluísio Fantini Valério, gerente-executivo do projeto estruturador para o São Francisco, acrescentou que 13 linhas de ação foram traçadas para a revitalização do rio, e deu outros números. Na bacia do São Francisco estão: 70% da economia mineira, sete milhões de habitantes, 240 municípios, 40% da área territorial, 60% da biodiversidade e 73% do potencial poluidor. "Quando Minas levanta a voz para defender a bacia, o faz com autoridade e responsabilidade", declarou.

Até 2006, o governo mineiro prevê investimentos de R$ 1,8 bilhão em saneamento ambiental, sendo R$ 1,2 bilhão da Copasa. Os objetivos estratégicos são, entre outros, aumentar a quantidade e a qualidade da água e preservar determinados ecossistemas. Participam uma infinidade de siglas: Ibama, ANA, Codevasf, Seplag e Secretaria da Fazenda, Semad, Feam, Igam, IEF, Secretaria da Agricultura, Emater, Copasa, dez comitês estaduais e dois federais, Ministério Público, polícias, câmaras municipais e prefeituras.

Rubens Vargas Filho, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), relatou que o órgão possui 13 sedes regionais, 48 núcleos e 150 escritórios locais, mas que o empreendedor já pode acompanhar on-line o andamento dos seus processos, eliminando a intermediação que emperrava o trabalho. Geraldo Fausto da Silva, também do IEF, avaliou os projetos de reflorestamento de 22 mil hectares com a Asiflor, a Cemig, a CAF e a Acesita, e mesmo assim anuncia que há déficit na oferta de madeira. Pretende adaptar viveiros para produção de mudas de espécies naturais para recomposição das matas ciliares do rio São Francisco e seus afluentes.

Paulo Teodoro de Carvalho, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), revelou que o órgão tem 204 servidores, mas que conta com a ajuda de 1.800 gestores ambientais ao longo das bacias, representantes dos comitês. Disse que herdou 2.700 processos de outorga atrasados, que levavam de dois a três anos para serem concedidos. "Hoje esse prazo é de 27 dias, e podia ser mais ágil, não fosse a norma que garante tempo para manifestações contrárias à outorga", afirmou. Carvalho anunciou que o decreto permitindo cobrança da água deve ser assinado pelo governador Aécio Neves durante a Semana do Meio Ambiente, em junho próximo.

Indagado pelo deputado João Leite, Rubens Vargas Filho, do IEF, explicou que o Sistema Integrado de Informação Ambiental (Siam) pode ser consultado pelo site www.siam.mg.gov.br por qualquer cidadão que se cadastrar, mas que o sistema ainda não está completo. Discorreu também sobre o projeto chamado "crédito de carbono", implantado em parceria com o Canadá, com a instalação de vários biodigestores principalmente em fazendas de suinocultura.

Outros deputados apresentaram questionamentos e sugestões. Paulo Piau (PP) sugeriu incentivos aos produtores que atuam dentro da legalidade ambiental. Doutor Ronaldo (PDT) perguntou sobre a situação das tribos indígenas que vivem em áreas desmatadas, e recebeu a informação de que estão sendo apoiadas para fazer reflorestamento. Laudelino Augusto (PT) afirmou que, na execução orçamentária de 2004, foram cumpridos 78% dos programas de gestão ambiental e 8,3% do programa de revitalização.

Presenças - Deputados Laudelino Augusto (PT), presidente; Doutor Ronaldo (PDT), vice; João Leite (sem partido), Sávio Souza Cruz (PMDB), Carlos Gomes (PT) e Gil Pereira (PP).

 

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