Veterano da FEB falará na reunião em homenagem ao Dia da
Vitória
"Bom foi terminar a guerra", resume o
tenente-coronel Joel Lopes Vieira, 84 anos, veterano da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), ao comentar o tempo que passou na
Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Ele será um dos oradores da
reunião especial a ser promovida pela Assembléia, nesta sexta-feira
(13/5/05), para comemorar os 60 anos do Dia da Vitória. O Dia da
Vitória, 8 de maio, marca o fim da Segunda Guerra Mundial. A
solenidade será às 20 horas, em Plenário.
Auxiliar do comandante de um pelotão de fuzileiros,
o coronel foi para a guerra aos 23 anos, quando era 2º-sargento no
10º Regimento de Infantaria de Belo Horizonte. Para ele, o pior do
conflito armado e o mais impressionante era ver um companheiro ser
ferido ou morto. "Mesmo assim, precisávamos transmitir confiança à
tropa, pois, se o comandante fracassa, todos fracassam", afirma o
presidente da Seção Regional da FEB em Belo Horizonte.
Além do coronel Vieira, representantes do Exército
brasileiro, da Associação Nacional dos Veteranos da Força
Expedicionária Brasileira (ANV-FEB) e da Associação dos
Ex-Combatentes estarão na Assembléia no dia 13. Também falará na
solenidade o comandante da 4ª Divisão do Exército, general Paulo
César de Castro. Segundo o deputado Leonardo Quintão (PMDB), autor
do requerimento que deu origem à homenagem, essa data "lembra a
conquista da paz e homenageia aqueles bravos brasileiros que lutaram
na defesa de nossa Nação".
Histórico - A FEB foi
enviada à Itália para ajudar no esforço de guerra dos aliados.
Organizada nos moldes americanos, com tropa de todas as armas,
serviços e demais unidades de apoio logístico, a FEB foi formada por
militares de todos os Estados. Os 25.223 combatentes do Exército
foram conduzidos ao Porto de Nápoles em navios de transporte de
tropas americanas, desembarcando na Itália entre 2/7/44 e 8/2/45.
Outros 111 militares, dos quais 67 enfermeiras, chegaram àquele país
de avião. Do total, 457 morreram em combate e outros 2.722 ficaram
feridos.
Segundo o site da Associação dos
Ex-Combatentes, a FEB incorporou-se ao IV Corpo de Exército
Americano na Itália. Os primeiros combates foram em setembro de
1944, no setor do rio Arno, no norte de Pisa. Lutando em terrenos
montanhosos e resistindo a temperaturas que chegavam a 20 graus
negativos, os soldados mineiros estiveram em Monte Castelo,
Castelnuovo, Montese, Zocca, Collechio e Fornovo. Além da
participação direta nos campos de batalha, tropas sediadas em Minas
também foram deslocadas de suas sedes para manter a segurança no
litoral brasileiro.
Entre as realizações da FEB na Itália, destacam-se
o cerco e a prisão da 148ª Divisão de Infantaria Alemã e da Divisão
Itália. As tropas brasileiras alcançaram, ainda, o Vale do Rio Pó e,
dirigindo-se ao noroeste do país, estabeleceram a ligação com o
Exército francês na cidade de Susa, próxima à fronteira
ítalo-francesa, em 2/5/45 - data do término da guerra na Itália.
Apesar de fornecer matéria-prima para os Estados
Unidos, o Brasil manteve-se neutro na Segunda Guerra até agosto de
1942. A neutralidade acabou quando submarinos alemães passaram a
vigiar a costa brasileira e navios foram afundados na Bahia e em
Sergipe e próximo à ilha de Trinidad.
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