Parlamentares do Mercosul discutem integração em
Florianópolis
A deputada Jô Moraes, presidente da Comissão do
Mercosul, da Assembléia, representou o Legislativo mineiro no IV
Fórum do Corredor Bioceânico Central, realizado na última quinta e
sexta-feira (29/04) em Florianópolis, Santa Catarina. O evento foi
realizado simultaneamente com o I Seminário sobre Recursos Hídricos
e ao Encontro de Universidades do Mercosul. O IV Fórum teve como
pauta a discussão de iniciativas de integração na área de
infra-estrutura, cultura, integração universitária e criação de
Centros de Negócios e Cooperação. Na opinião da deputada, a
integração latino-americana tem, nas articulações dos países do
Mercosul e associados, seu principal instrumento de efetivação.
Para a deputada Jô Moraes "o que orientou os dois
dias de debate foi a discussão sobre as alternativas de integração
autônoma da própria região". Segundo ela, apenas um expositor da
mesa de abertura do Fórum, Professor Alcides Abreu, do Brasil,
lançou a pergunta: "Por que não a Alca?", questionamento que não
teria sido comentado nem mesmo pelo seu autor. Na opinião da
deputada, a ausência de integrantes do governo federal foi a falha,
provavelmente por uma visão imprecisa dos promotores do evento sobre
os caminhos da integração.
Corredor Bioceânico - Uma
iniciativa da União de Parlamentares do Mercosul (UPM), o evento
contou com a presença de parlamentares, acadêmicos e executivos do
Brasil, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai. O Intendente da região
de Valparaíso, Luis Guastavino falou, com entusiasmo, da importância
do território entremares de várias nações para a integração do
continente latino. "O Corredor Bioceânico Central é a porta de
entrada para o maior mercado do mundo", disse, provavelmente
referindo-se às possibilidades de exportação para a China, através
do Oceano Pacífico.
"É a hora de aproveitarmos nossos recursos naturais
e nossa proximidade", lembrou o representante do Chile. Segundo ele,
o fenômeno da contiguidade é instrumento útil para a sobrevivência
com integração subregional. O intendente também destacou a
importância da criação de um banco interamericano de
desenvolvimento, da aproximação das universidades e do
desenvolvimento de recursos de infra-estrutura comuns. Para o
representante do Ministério do Planejamento da Argentina, Juan
Alberto Roccatagliata, "a cooperação regional, a infra-estrutura
comum e a coesão social são as três coisas necessárias à integração
da América Latina".
Outras alternativas que podem viabilizar a
integração e o acesso ao Oceano Pacífico foram apresentadas, como as
potencialidades do Aquífero Guarani, e o túnel de Água Negra, sob as
cordilheiras. A continuidade dessa discussão foi anunciada com a
realização, em agosto próximo, do segundo encontro da Organização
Latino-americano dos Governos Intermediários - OLAGI e, no primeiro
trimestre de 2006, do V Fórum do Corredor Bioceânico Central.
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