Evento do PFL na ALMG lança César Maia pré-candidato à Presidência

Lideranças do PFL de todo o Brasil participaram, nesta sexta-feira (29/4/05), de Reunião Especial no Plenário da Asse...

29/04/2005 - 00:00
 

Evento do PFL na ALMG lança César Maia pré-candidato à Presidência

Lideranças do PFL de todo o Brasil participaram, nesta sexta-feira (29/4/05), de Reunião Especial no Plenário da Assembléia de Minas em que foi lançado o pré-candidato do partido à Presidência da República, o prefeito do Rio de Janeiro, César Maia. Na reunião, que contou com senadores, deputados federais e estaduais, além de prefeitos e vereadores pefelistas, Maia apresentou as chamadas "15 teses", formuladas pelo PFL, que apontam para um novo modelo macroeconômico para o País. O encontro, marcado por críticas contundentes ao governo federal, foi requerido pela bancada do PFL na Assembléia. Antes do encontro, Maia e o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), acompanhados de outras lideranças pefelistas, concederam entrevista coletiva no Salão Nobre da ALMG.

O prefeito do Rio de Janeiro disse que o PFL, depois de discutir com acadêmicos e estudiosos, está apresentando aos correligionários e à sociedade um esboço do programa de governo do partido para as próximas eleições presidenciais. Segundo ele, o projeto, que deverá ficar pronto até junho deste ano, no congresso do partido, busca responder a três perguntas: por que a economia brasileira não tem crescido de forma sustentável nos últimos 25 anos; por que é tão difícil derrubar definitivamente a inflação; e por que os juros são tão altos.

Para responder a essas questões, César Maia enumerou as "15 teses", que traduziriam as causas desses problemas crônicos do Brasil. Em suma, o País padeceria de insegurança política, provocada por ações equivocadas do governo federal, como a intervenção nas agências reguladoras e invasões de propriedades. A insegurança aconteceria também na área jurídica, causada, principalmente, pelo volume de precatórios não pagos pelos governos federal, estaduais e municipais, atingindo R$ 100 bilhões.

Carga tributária - A carga tributária elevada do País, na casa dos 40% do Produto Interno Bruto (PIB), seria outro entrave. O Brasil foi um dos países em que a produtividade média das empresas cresceu menos, nos últimos 25 anos, segundo o documento, que destaca também o pequeno volume de investimentos públicos no período. O prefeito defendeu uma nova distribuição de recursos entre os entes federados, de modo que estados e municípios possam saldar suas dívidas e crescer. Outra medida nesse sentido seria a federalização do ICMS, visando acabar com a guerra fiscal. Uma solução a médio e curto prazo para pagar os créditos acumulados pelos estados referentes a exportações também foi defendida por César Maia.

Lei que normatiza previdência não é cumprida

Outra dificuldade a ser enfrentada pelo País, na visão do PFL, seria quanto aos compromissos da Previdência. De acordo com Maia, apesar de a lei que define normas para fundos de pensão e aposentadoria de estados e municípios ter sido aprovada em 1998, até hoje nenhum estado e poucos municípios a cumprem, não respeitando o teto de 12% dos orçamentos para essa finalidade. Outra tese endossada pelo prefeito foi a de que a Lei de Responsabilidade Fiscal deveria ser cumprida também pelo governo federal. Quanto ao superávit primário, o partido entende que o Brasil deve abandonar essa diretriz, que vem inibindo gravemente os investimentos públicos.

Na visão do pefelista, "a política externa do governo Lula é um desastre e pode levar o risco-país ao infinito". A aproximação com o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, seria uma das ações que estariam atrapalhando as relações com os Estados Unidos, o que impediria o acesso do Brasil ao Primeiro Mundo. Para o PFL, a poupança interna brasileira seria outro dificultador, pois estaria num nível abaixo do necessário para induzir o crescimento.

Natureza da esquerda - Por último, César Maia coloca como último entrave a natureza da esquerda tradicional que governa o País. Para ele, esse grupo político seria contra o federalismo, antilegislativo ("haja vista a enxurrada de medidas provisórias emperrando o Congresso Nacional") e contra a autonomia do Judiciário, "tanto que tentou amordaçar o Ministério Público".

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), reafirmou a posição do partido de fazer oposição responsável e fiscalizadora. "Não basta criticarmos o governo, mas apresentar alternativas", postulou. Ele acrescentou que, a partir de 2003, o PFL adicionou a essas bandeiras uma verdadeira "cruzada nacional contra o aumento de impostos". Essa luta, destacou Bornhausen, levou à derrubada da Medida Provisória 232, que aumentava a carga de tributos para o setor de serviços. Ele anunciou que, no dia 16 de junho deste ano, o PFL vai realizar seu congresso de refundação, lembrando os 20 anos de criação do partido. E conclamou os presentes a ampliarem o espaço político pefelista, de modo a evitar "a calamidade de um segundo governo do PT".

Presenças - Além das autoridades já citadas, compuseram a mesa dos trabalhos o deputado Elmiro Nascimento, que presidiu a reunião, Marco Maciel (PE), ex-vice-presidente da República; José Agripino Maia (RN), líder do PFL no Senado; e César Borges (BA); e os deputados federais José Tomaz Nonô, 1º-vice-presidente da Câmara dos Deputados; José Carlos Aleluia, líder da Minoria; Rodrigo Maia, líder do PFL; o presidente do PFL/MG, Eliseu Resende; o ex-governador Francelino Pereira; e o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro. Também estiveram presentes ao encontro os deputados pefelistas Gustavo Valadares, líder do PFL na Assembléia; George Hilton, que se filiou oficialmente no partido durante a reunião; Paulo Cesar, Gustavo Corrêa, e Doutor Viana; e o secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, Marcos Montes.

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715