Sindicatos defendem manutenção de serviço de saúde pelo Ipsemg

O serviço de saúde prestado pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) foi o tem...

28/04/2005 - 00:01
 

Sindicatos defendem manutenção de serviço de saúde pelo Ipsemg

O serviço de saúde prestado pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) foi o tema da reunião desta quinta-feira (28/4/05) da Comissão Especial criada para analisar a situação do Instituto. Todos os convidados para o encontro - representantes dos servidores públicos estaduais - foram unânimes em defender o resgate do Instituto como prestador universal de saúde para os servidores públicos do Estado e a manutenção da contribuição compulsória de 3,2%. Eles também afirmaram serem contrários à privatização e à terceirização do Ipsemg.

Uma das participantes da reunião, a presidente do Sindicato do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCMG), Stella Pacheco Pimenta, destacou a necessidade de o Tribunal fazer uma auditoria operacional no Ipsemg para analisar sua real situação. Nesse sentido, o deputado Edson Rezende (PT) apresentou requerimento solicitando que o TCMG faça essa auditoria o mais rápido possível. Segundo Stella Pacheco Pimenta, a auditoria operacional é indicada nesse caso porque faz um diagnóstico, apresenta correções e acompanha se essas correções estão sendo feitas.

A presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg, Andrea Myrrha Guimarães Almeida, apoiou essa idéia e listou uma séria de problemas da instituição, como a indefinição no número de beneficiários. "Sabemos quantos servidores contribuem para o Ipsemg, mas não sabemos o número de dependentes", informou. O coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos de Minas Gerais, Geraldo Antônio Henrique, confirmou que o Instituto não tem controle sobre quantos beneficiários atende.

Requerimentos - Foram aprovados ainda dois requerimentos do deputado Edson Rezende: um solicitando visita da comissão à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Ipsemg e outro pedindo que a Secretaria de Estado da Fazenda informe o montante da dívida do Estado para com o Ipsemg, discriminando o devido com a saúde e a previdência.

Contribuição compulsória aliada à qualidade no atendimento

A contribuição compulsória para prestação de saúde pelo Ipsemg foi defendida pelos representantes dos servidores públicos do Estado, desde que haja uma contrapartida do Instituto por um serviço de qualidade. O presidente da Coordenação Sindical dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais, Renato Barros, e o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos de Minas Gerais, Geraldo Antônio Henrique, destacaram que em Belo Horizonte o serviço de saúde do Ipsemg já é satisfatório e que a deficiência está no interior do Estado. O representante do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado, Antônio Carlos Hilário, também falou sobre o atendimento deficitário no interior de Minas Gerais.

A presidente do sindicato dos servidores do TCMG e o presidente do Sindicato dos Servidores da Assembléia Legislativa, Gilberto Dias de Souza, lembraram que muitos servidores estão se beneficiando da Ação Direta de Inconstitucionalidade, que proíbe a compulsoriedade, para conseguirem um desconto a menos no salário. Isso se deve, segundo eles, à defasagem salarial de 12 anos e à falta de perspectiva de reajuste. Gilberto Dias cobrou ainda que Estado pague a dívida de R$ 1, 2 bilhão ao Ipsemg.

Em relação à receita do Ipsemg, a presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado - 1a Instância, Sandra Margareth Silvestrine de Souza, lembrou que grande parte vem da contribuição compulsória dos servidores públicos, que não têm reajuste salarial há 12 anos. "Não há como competir com a receita de uma operadora privada de saúde", disse ao defender a mudança desse quadro para que todos os servidores do Judiciário possam ser atendidos pelo Ipsemg. "Espero que essa comissão chegue a um denominador favorável ao servidor, que apresente uma proposta, principalmente em relação ao reajuste salarial", disse outra representante dos servidores do Judiciário - 2a Instância, Márcia de Castro Magalhães.

Importância da Comissão Especial é destacada

O trabalho da Comissão Especial do Ipsemg foi destacado pelos participantes da reunião desta quinta-feira. A presidente do Sindicato dos Servidores do Ipsemg, Andrea Myrrha Guimarães Almeida, defendeu a importância do debate para o fortalecimento, manutenção e resgate do Instituto. Opinião semelhante tem o presidente da Coordenação Sindical dos Servidores Públicos do Estado de Minas Gerais, Renato Barros: "Os servidores públicos estão aqui para fazer a discussão sobre o Ipsemg, instituição que defendemos. Queremos buscar, nessa comissão, uma alternativa para o resgate do Instituto na prestação de serviço à saúde". Para o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos de Minas Gerais, Geraldo Antônio Henrique, a importância da comissão é no sentido de discutir a recuperação do Ipsemg.

O deputado Edson Rezende disse que a comissão não tem função de investigar, "mas buscar, diante dos fatos, o diagnóstico da rede de atendimento de saúde para os servidores do Estado, em especial do interior". O relator da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), definiu que esta reunião mostra o consenso entre todos, de buscar um Ipsemg forte, que venha prestar uma assistência de qualidade aos servidores públicos do Estado.

Transmissão - Os deputados Edson Rezende, Carlos Pimenta e Ivair Nogueira (PMDB), vice-presidente da comissão, reclamaram pela ausência de uma equipe da TV Assembléia gravando, integralmente, a reunião para posterior exibição. Eles informaram que vão cobrar da direção da emissora que todas as reuniões possam ser gravadas e transmitidas para o interior, para que as pessoas acompanhem e conheçam a real situação do Ipsemg.

Presenças - Deputados Miguel Martini (PSB), presidente; Ivair Nogueira (PMDB), vice; Carlos Pimenta (PDT), relator; e Edson Rezende (PT).

 

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