Empresários do setor de gás natural veicular reivindicam incentivos

Redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) cobrado na venda de gás natural v...

27/04/2005 - 00:00
 

Empresários do setor de gás natural veicular reivindicam incentivos

Redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) cobrado na venda de gás natural veicular (GNV). Essa é a principal reivindicação dos diversos segmentos empresariais do setor para incentivar o uso do combustível no Estado. Nesta quarta-feira (27/4/05), a Comissão de Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembléia Legislativa promoveu audiência pública para discutir a criação de políticas governamentais de incentivo à utilização do gás natural, com vistas a evitar possíveis demissões em empresas que fazem parte da cadeia do gás natural.

A iniciativa da audiência - que reuniu representantes de revendedores de combustíveis, de fabricantes de equipamentos para adaptação de veículos para uso do GNV, de órgãos responsáveis pela fiscalização do setor, da Câmara Setorial do Gás Natural Veicular e Industrial, da Gasmig e da Petrobras - foi do presidente da Comissão do Trabalho, deputado Alencar da Silveira Jr (PDT).

De acordo com o parlamentar, o GNV vendido em Minas Gerais é um dos mais caros do País, e os reajustes de preços promovidos recentemente tornaram o produto menos competitivo frente a outros combustíveis, o que representa um desestímulo ao uso do gás e uma ameaça de demissões nas empresas do setor. Alencar da Silveira Jr afirmou que Minas é o único estado que aplica a alíquota de 18% para o gás veicular, sendo que em outras unidades da federação a alíquota é de 12%. Além da redução do ICMS, o deputado aponta a redução do IPVA como outra medida capaz de incentivar o uso do gás.

Campanha da Gasmig foi bem sucedida

O primeiro posto de GNV em Minas foi inaugurado em outubro de 1998, em Belo Horizonte, quando eram formadas longas filas para abastecimento. Atualmente, são 65 os postos em operação, em 14 municípios de várias regiões do Estado. Segundo o gerente de Captação de Clientes da Gasmig, José Góes Jr, a campanha de incentivo ao gás veicular, em que a Gasmig investiu R$ 2,5 milhões nos últimos 12 meses, foi um sucesso. Antes, a cada mês menos de 200 carros eram adaptados para uso do gás. Hoje, são convertidos até 850 veículos por mês. Ele disse que os reajustes praticados pela distribuidora ficaram abaixo dos índices de inflação. Ao justificar a prática de tarifas diferenciadas para o gás veicular e para o gás industrial, ele explicou que a empresa tem investido no desenvolvimento de um mercado que não existia.

Petrobras - Vítor Meniconi, gerente de Empreendimentos da Refinaria Gabriel Passos, da Petrobras, esclareceu que a estatal é responsável apenas pela garantia do suprimento do gás, que é proveniente da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro. Ele informou que a Petrobras está estudando a construção de dois novos gasodutos para abastecer Minas Gerais. O primeiro, com origem em Volta Redonda (RJ), poderá dobrar a atual oferta de gás e atingir a região do Vale do Aço. O segundo, a partir de Paulínea (SP) e utilizando o gás natural importado da Bolívia, com traçado até Jacutinga, no Sul de Minas.

Queda nas vendas

Sérgio Mattos, vice-presidente do Minaspetro, Fernando Rennó, representante dos postos de abastecimento, e Cláudio Lambertucci, presidente do Sindirepa/MG, apontaram problemas de queda na venda de GNV com a diminuição da diferença de preço entre o gás e a gasolina, e também disseram que a redução da alíquota de ICMS é a melhor alternativa para o Estado incentivar o setor.

Áureo Miranda Stradiotto, representante dos instaladores registrados e dos fabricantes de equipamentos na Câmara Setorial do Gás Natural Veicular e Industrial, afirmou que nos estados onde há incentivos oficiais ao uso do gás veicular, o crescimento do setor é maior. Segundo ele, 40% da frota convertida para gás está no Rio de Janeiro, e 28%, em São Paulo. Ele acrescentou, ainda, que a participação de Minas Gerais no número de veículos convertidos caiu de 7% para 4% em 2004, podendo chegar a apenas 2% em 2005, caso não haja a definição de uma política de incentivos ao setor.

Política tributária

As deputadas Elisa Costa (PT) e Jô Moraes (PCdoB) concordaram que é preciso aprofundar o debate sobre a política tributária estadual e o incentivo a setores importantes para impulsionar o desenvolvimento da economia mineira. Elisa Costa lembrou que o governo já concedeu regimes tributários especiais para empresas de vários setores, e defendeu a construção de um ramal do gasoduto até Governador Valadares, no Vale do Rio Doce.

Jô Moraes acentuou a importância da existência de empresas estatais, como a Petrobras, que podem ter atuação estratégica para o desenvolvimento do mercado interno. Ela lembrou, ainda, que se o Estado concedesse incentivos para o desenvolvimento de pequenos e médios empreendimentos genuinamente mineiros, como fez em relação à implantação da fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora, o retorno, para o Estado, poderia ser muito mais positivo do que foi no caso da multinacional alemã.

Presenças - Deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) e deputadas Elisa Costa (PT) e Jô Moraes (PCdoB). Participaram também, como convidados, Cláudio Arnaldo Lambertucci, presidente do Sindirepa/MG; Pedro Henrique Zwaal, coordenador da Câmara Setorial do Gás Natural Veicular e Industrial; Áureo Miranda Stradiotto, representante dos instaladores registrados e dos fabricantes de equipamentos na Câmara Setorial; Adriana Cristina de Castro, representante dos organismos de inspeção na Câmara Setorial; Sérgio Mattos, vice-presidente do Minaspetro; Fernando Rennó, representante dos postos de abastecimento de GNV; José Góes Júnior, gerente de Captação de Clientes da Gasmig; Vítor Márcio de Marco Meniconi, gerente de Empreendimentos da Petrobras; e Mirian de Paula Rêgo, gerente de Planejamento da Gasmig.

 

 

 

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