Lúcio Urbano é aprovado em sabatina para Ouvidoria-Geral

Com elogios dos deputados a sua longa folha de 50 anos no serviço público, sendo 36 na Magistratura, o desembargador ...

26/04/2005 - 00:01
 

Lúcio Urbano é aprovado em sabatina para Ouvidoria-Geral

Com elogios dos deputados a sua longa folha de 50 anos no serviço público, sendo 36 na Magistratura, o desembargador Lúcio Urbano teve seu nome aprovado pela Comissão Especial, para exercer o cargo de Ouvidor-Geral do Estado. A argüição foi nesta terça-feira (26/4/05), numa reunião presidida pela deputada Jô Moraes (PCdoB). O parecer do relator, deputado Ermano Batista (PSDB), aprovado pelos quatro deputados membros da Comissão, considera o desembargador plenamente apto ao exercício do cargo, e vai a Plenário na manhã desta quarta-feira. A votação será secreta e decidida por maioria simples.

Urbano começou a expor sua biografia desde a infância, na cidade mineira de Bonfim. Ingressou no serviço público aos 16 anos, no Instituto João Pinheiro, depois tornou-se serventuário da Justiça. Formou-se em Direito em 1961 como melhor aluno, e passou em 1º lugar no concurso para Defensor Público. Em 1977 ingressou no Tribunal de Alçada, depois foi aprovado em 1º lugar para o Ministério Público e para a Magistratura. Promovido a desembargador por merecimento, esteve um período na Justiça Eleitoral, quando presidiu a eleição de 1994. Em 1997, tornou-se presidente do Tribunal de Justiça, e em 2003 foi nomeado secretário da Defesa Social, pelo governador Aécio Neves, exercendo o cargo por 27 meses.

Lúcio Urbano disse que lhe coube a tarefa de estruturar a Secretaria e promover a integração das polícias Civil e Militar. Considera como grandes desafios da sua administração a reformulação do sistema carcerário, que implantou juntamente com o secretário adjunto Agílio Monteiro, e também os programas preventivos contra a criminalidade. "A prevenção ao uso de drogas tem que ser prioritária, porque 90% dos crimes têm origem na droga", afirmou.

O desembargador informou aos deputados que, assim que recebeu a indicação do governador, passou a estudar a Lei 15.298, que criou a Ouvidoria-Geral, e elogiou o texto elaborado pelos deputados, ao idealizarem uma instância para fiscalização e aperfeiçoamento dos serviços públicos. "O ouvidor é defensor do povo, mas ninguém pode arvorar-se a essa função sem o respaldo dos representantes do povo", reconheceu.

Em seguida, o candidato passou a detalhar o surgimento da figura do "ombudsman" em 1809, na Suécia, e a partir daí nos outros países escandinavos, o que resultou numa sensível melhoria dos serviços públicos. Disse que vai buscar essa eficiência também em Minas Gerais, e que, se for aprovado pelos deputados, já tem em mente um prédio para instalar a sede e um grupo de funcionários para iniciar os trabalhos da Ouvidoria.

Os deputados não fizeram propriamente uma sabatina ao candidato, mas elogios a sua rica folha de serviços e à objetividade do seu conhecimento. Biel Rocha (PT), que é o ouvidor da Assembléia, disse perceber no postulante o desejo sincero de promover a melhoria dos serviços do Estado, e afirmou que "o desafio é resgatar a Política, com P maiúsculo para o cidadão". João Leite (PSB) manifestou o seu respeito pelo trabalho do desembargador no período em que foram colegas no secretariado Aécio Neves. "Só ele, com sua experiência e seriedade, poderia assumir a tarefa de integrar as duas polícias".

O relator, deputado Ermano Batista, indagou ao candidato se ainda exerce a advocacia ou qualquer outra atividade remunerada. Lúcio Urbano respondeu que pediu sua suspensão na OAB assim que foi nomeado secretário da Defesa Social, e que se mantém afastado da advocacia. "Secretário não pode advogar. Ouvidor pode menos ainda", disse ele. O parecer conclui pela aptidão do postulante, que mostrou conhecimento profundo da nova função e competência para exercê-lo.

Presenças: Deputada Jô Moraes (PCdoB), presidente; deputados Ermano Batista (PSDB), relator, Antônio Júlio (PMDB), Márcio Kangussu (PPS), Biel Rocha (PT), João Leite (PSB) e Sebastião Costa (PPS).

 

 

 

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