Evento colherá sugestões para a política de segurança alimentar

Ampliar o debate sobre a futura política estadual de segurança alimentar e nutricional é um dos objetivos do ciclo de...

20/04/2005 - 00:01
 

Evento colherá sugestões para a política de segurança alimentar

Ampliar o debate sobre a futura política estadual de segurança alimentar e nutricional é um dos objetivos do ciclo de debates que a Assembléia de Minas promoverá sobre o tema, na quinta-feira (28/4/05), às 14 horas, em Plenário. O presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas e de São Paulo (Consea/MG e SP), dom Mauro Morelli, é presença confirmada no evento, requerido pelo deputado Padre João (PT), representante da ALMG no conselho. No ciclo de debates, será apresentado e debatido o Projeto de Lei (PL) 2.028/05, que trata da política estadual sobre o assunto. De autoria do governador Aécio Neves, a proposição aguarda parecer para 1º turno, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), na Comissão de Constituição e Justiça.

Pioneirismo - O deputado Padre João quer, com o ciclo de debates, ampliar a discussão sobre o PL 2.028/05, garantindo a participação das 20 regionais do Consea e da sociedade civil organizada. Quando o projeto for aprovado e virar lei, Minas terá se tornado o primeiro estado da federação a ter uma política de segurança alimentar e nutricional. Para discutir a proposição, o ciclo de debates trará ainda à Assembléia o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana e secretário-geral do Consea/MG, Manoel Costa; o consultor do Projeto FAO/MDS da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, Arlindo Gomes Miranda; e o promotor de Justiça Marcelo de Oliveira Milagres, da Comarca de Betim. A abertura caberá ao presidente da Assembléia, deputado Mauri Torres (PSDB).

Ao participar em outubro, na sede do Legislativo, de um ato público em homenagem ao Dia Mundial da Alimentação, dom Mauro Morelli destacou que a futura lei vai assegurar as conquistas obtidas pelo Consea nos seus anos de atuação. "Essa lei vai nos dar instrumentos para que a população assuma a sua cidadania", enfatizou o religioso. Naquela época, Morelli informou que o anteprojeto mineiro de segurança alimentar seria entregue, em breve, ao governador pelo grupo de trabalho formado pelo Consea, Governo e Ministério Público. A proposta foi transformada no PL 2.028/05, que agora será apreciado pelas Comissões de Constituição e Justiça, de Administração Pública, de Política Agropecuária e Agroindustrial e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, antes de ser votado em 1º turno pelo Plenário.

O Consea/MG foi criado em 2001, pelo Decreto 40.324, com o objetivo de prover o acesso à segurança alimentar e nutricional como direito básico do ser humano. Sua meta não é simplesmente atender com alimentos as pessoas na linha da pobreza, mas desenvolver plenamente a cidadania. Reorganizado pela Lei Delegada 95/03, o conselho tem quatro eixos de ação propostos pelo conselho em Minas: combate à desnutrição materno-infanto-juvenil; reforma agrária e apoio à agricultura familiar; habitação, saneamento e meio ambiente; apoio à geração de emprego e renda.

De acordo com o site do deputado Padre João (PT), é função do Consea apresentar ao governador e à sociedade o plano estadual de segurança alimentar, cujos eixos nortearão as ações do Estado, envolvendo todas as Secretarias. O conselho é integrado por secretários de Estado, um deputado e 26 representantes da sociedade civil, eleitos entre os integrantes do Fórum Mineiro de Segurança Alimentar, contemplada a representação das comissões regionais de segurança alimentar.

O que diz o PL 2.028/05

O PL 2.028/05, do governador Aécio Neves, estabelece que a política estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável tem o objetivo de promover ações e políticas destinadas a assegurar o direito humano à alimentação adequada e será executada mediante planejamento integrado e intersetorial de ações governamentais e da sociedade. O projeto também estabelece que o plano estadual de segurança alimentar, no âmbito do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG), deverá identificar estratégias, ações e metas a serem implementadas segundo cronograma definido; indicar fontes orçamentárias e recursos administrativos; e definir formas de monitoramento.

A proposição também cria um sistema estadual de segurança alimentar, composto de pessoas físicas e jurídicas (públicas e privadas) e pelo Consea, por uma coordenadoria geral da política estadual e pelos conselhos municipais de segurança alimentar. Prevê, ainda, que, a cada dois anos, uma conferência estadual apresentará diretrizes e prioridades para o plano estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável, que será revisado também em conferência. Já ao Consea, órgão permanente e vinculado ao gabinete do governador, caberá aprovar o plano estadual, incentivar parcerias e promover a criação e a manutenção das comissões regionais e dos conselhos municipais, entre outras funções.

Os conselhos municipais de segurança alimentar serão, por sua vez, criados por lei municipal e observarão as diretrizes, planos, programas e ações da política estadual. O projeto também estabelece que a participação no Consea estadual e no municipal, bem como nas comissões regionais, é considerada serviço público relevante não remunerado. A futura lei, segundo o projeto original, entrará em vigor 90 dias após a publicação.

Entidades de apoio - O ciclo de debates "Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional" tem como entidades de apoio o Consea/MG, o Fórum Mineiro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável e a Rede de Educação Cidadã MG (Talher/MG).

 

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