Assembléia comemora os 30 anos de fundação da Epamig
Os 30 anos de fundação da Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) foram comemorados com
solenidade no Plenário da Assembléia, na noite desta segunda-feira
(18/4/05), por iniciativa conjunta dos deputados Paulo Piau (PP),
Doutor Viana (PFL) e Ermano Batista (PSDB). Paulo Piau é egresso dos
quadros da Epamig e já dirigiu a unidade de Uberaba.
Presidente da empresa, o ex-deputado Baldonedo
Arthur Napoleão traçou um quadro da situação de penúria em que o
governo Aécio Neves encontrou a empresa, e detalhou o "choque de
gestão" que foi implantado no intuito de soerguê-la. "Fomos
autorizados pelo governador a entrar no Refis e quitar uma dívida
previdenciária e tributária de cerca de R$ 20 milhões. Com isso
pudemos obter a certidão negativa de débito necessária para celebrar
convênios imprescindíveis com o governo federal", disse
Napoleão.
Além dessa dívida, a Epamig procura acordo para
saldar outra ainda maior, de cerca de R$ 30 milhões, correspondente
a uma ação trabalhista que funcionários e ex-funcionários vêm
cobrando na Justiça há 18 anos, referente aos "gatilhos" salariais
do governo Sarney. "Trata-se de direito líquido e certo dos
funcionários, que foi ignorado por sucessivos governos, fazendo com
que esta empresa, cuja marca nacional consolidada é de excelência na
pesquisa, tenha chegado a uma humilhante situação de ver o seu
patrimônio todo penhorado", admitiu o presidente.
Empresa criou o biodiesel mais barato do
Brasil
Os dois deputados oradores preferiram destacar os
êxitos da empresa. Doutor Viana, o primeiro a falar na tribuna,
afirmou que "os pesquisadores mineiros modificaram o cenário da
agricultura brasileira, levando um pouquinho de sabedoria a cada
rincão de Minas", e mesmo com as todas as dificuldades, criaram em
2004 "o biodiesel mais barato do Brasil". Baldonedo acrescentou
também a pesquisa de cultivo de oliveiras, de soja, café, arroz,
algodão, de aproveitamento do couro bovino e de fornecimento de
varietais de uvas para vinhos finos que começam a ser produzidos em
Caldas.
Paulo Piau calculou que cada R$ 1,00 investido na
Epamig significa R$ 1,34 em retorno para a sociedade, e afirmou que
a ciência e a tecnologia não são questão de povo, mas de Estado. "Um
país sem estadista não tem estratégia. Um país sem políticas
públicas comete os mesmos erros de sempre", sentenciou. Deu como
exemplo de pesquisa os Estados Unidos, que investem 3% do seu PIB em
ciência e tecnologia, e a Coréia, que já chegou a investir 7% do
PIB, tornando-se uma potência em pouco tempo. O deputado criou uma
frase para justificar a importância da pesquisa agropecuária no
Brasil: "O agronegócio segura a barra da balança comercial
brasileira, e a Epamig ajuda a segurar a barra do agronegócio".
O deputado Rêmolo Aloise (PSDB), que presidiu a
solenidade, deu vários exemplos de investimentos agrícolas
mal-sucedidos que realizou na juventude. Primeiro empreendeu uma
fazenda com 100 mil cafeeiros de uma espécie produtiva, mas sensível
à geada, e perdeu tudo. Depois plantou em Piumhi 80 hectares de um
tipo de arroz agulhinha gaúcho que não suportava o calor, e não
colheu uma saca sequer. Finalmente comprou uma fazenda em Araguaína,
onde perdeu todo o gado intoxicado por uma erva venenosa. Aloise
falava de escolhas erradas que os técnicos e pesquisadores presentes
na platéia conheciam muito bem, e concluiu: "Se naquela época eu
tivesse recorrido à Epamig, teria investido meu capital com muito
maior segurança".
Presenças - Além das
autoridades citadas, compuseram a mesa também os reitores das
universidades federais de Viçosa, Carlos Sediyama, e de Lavras,
Antônio Nazareno Mendes; o secretário adjunto da Agricultura,
Alberto Duque Portugal; o presidente do Conselho Curador da Fepamig,
David Márcio; o diretor da Faemg, João Roberto Puliti; o primeiro
presidente da Epamig, Helvécio Matana Saturnino; e o presidente da
Associação dos Funcionários da Epamig, Euvécio Cosenza Leite.
Compareceram também a deputada Ana Maria Resende (PSDB) e os
deputados Domingos Sávio (PSDB), Adelmo Carneiro Leão (PT), Marlos
Fernandes (PPS) e Doutor Ronaldo (PDT).
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