Divinópolis sedia encontro regional do Centro-Oeste

Cerca de 250 pessoas, representando 40 municípios da região Centro-Oeste de Minas Gerais, participam em Divinópolis, ...

13/04/2005 - 00:01
 

Divinópolis sedia encontro regional do Centro-Oeste

Cerca de 250 pessoas, representando 40 municípios da região Centro-Oeste de Minas Gerais, participam em Divinópolis, nesta quarta-feira (13/4/05), do Encontro Regional "Desafios da Agenda Municipal 2005". A presença de lideranças, prefeitos, vereadores e autoridades da região foi saudada pelo 3º-vice-presidente da Assembléia Legislativa, deputado Fábio Avelar (PTB), que presidiu a mesa de trabalhos. A reunião em Divinópolis é o 10º dos 12 encontros promovidos pela Assembléia, em parceria com diversas entidades.

O deputado Fábio Avelar abriu os trabalhos e destacou, em sua fala, o potencial de desenvolvimento da região Centro-Oeste, em especial Divinópolis. Ele lembrou que os municípios passam por dificuldades em sua administração, diante da realidade política e econômica atual, e que não basta ter competência, é preciso também de cooperação. "Esse encontro insere-se no âmbito da cooperação, para debater questões relevantes e obter subsídios para o sucesso da missão dos municípios", afirmou.

A necessidade de implantação de um plano diretor foi o tema de uma duas palestras da manhã desta quarta-feira, coordenadas pelo deputado Domingos Sávio (PSDB), que ressaltou a presença de representantes de 40 municípios da região, significando, segundo ele, que o Centro-Oeste está unido. O especialista em políticas públicas e gestão governamental da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), Sandro Veríssimo de Miranda, explicou que o plano diretor é um instrumento básico de política de desenvolvimento municipal. É ele que vai estabelecer as diretrizes para o planejamento a longo prazo. Sandro lembrou, ainda, que o plano diretor pode evitar ou corrigir distorções do território.

O especialista da Sedru explicou quais municípios devem ter plano diretor e lembrou que os que têm mais de 20 mil habitantes e integram regiões metropolitanas ou aglomerados urbanos devem elaborar seu plano até outubro de 2006. Segundo ele, no caso de Divinópolis, que já tem um, a cidade terá que revê-lo de acordo com o Estatuto da Cidade, que prevê participação popular, a gestão democrática, a publicidade e a linguagem acessível para a elaboração do plano diretor.

O prefeito de Divinópolis, Demétrio Arantes Pereira, confirmou que a cidade já possui um plano diretor desde 2000, e que ele será adequado às novas regras previstas no Estatuto da Cidade. Ele destacou a relevância do plano como "instrumento de gestão importante para o planejamento municipal". O presidente da Câmara Municipal, Vladimir de Faria Azevedo, também alertou que as políticas públicas devem ser constituídas com planejamento".

O professor de arquitetura e representante do Crea/MG, João Júlio Vitral Amaro, explicou que o plano diretor "atesta um acordo dos cidadãos sobre onde a cidade vai crescer, que feição ela terá". Segundo ele, o plano é uma costura de instrumentos políticos, indicando como a cidade será no futuro. "Os instrumentos políticos têm efeitos colaterais, mas, bem dosados, contribuem para o planejamento". E completou: "planejamento urbano não é fácil, mesmo".

Participação política - A institucionalização de instrumentos de participação política do cidadão foi o tema abordado pela professora do Departamento de Ciência Política da UFMG, Marlise Matos, na primeira palestra da manhã. Ela citou como esses instrumentos o voto, a interlocução com a sociedade civil e a própria Escola do Legislativo, entre outros. O desafio, segundo ela, é como transformar as demandas da sociedade em políticas aprovadas pelos representantes eleitos, sancionadas pelo Executivo e implementadas. "A criação e aperfeiçoamento desses instrumentos que vão permitir a participação dos cidadãos", disse a professora.

Participantes e deputados destacam importância dos encontros regionais

A deputada Maria Tereza Lara (PT) enfocou dois objetivos dos encontros regionais: de promover a participação popular e a elaboração do plano diretor. O secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), João Alberto Paixão Lage, aplaudiu a iniciativa da Assembléia Legislativa em promover esses encontros, no sentido de apoiar, formular, implantar e revisar os planos diretores municipais. Informou ainda que a Sedru realiza, em junho, o programa "oficinas das cidades", em parceria com o Ministério das Cidades, para contribuir no planejamento das administrações municipais. O prefeito de Santo Antônio do Monte e presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Itapecerica, Leonardo Lacerda Camilo, também parabenizou a Assembléia pela iniciativa.

Aliado aos encontros regionais, o 3º-vice-presidente da Assembléia lembrou da importância dos cursos de capacitação promovidos pela Escola do Legislativo, voltados para agentes municipais e vereadores, que acontecem até 4 de junho. A importância da participação dos agentes municipais nesses cursos também foi reforçada pelo gerente-geral da Escola do Legislativo, Alaôr Messias Marques Júnior.

No final dos debates da manhã, o gerente de mercado da Caixa Econômica Federal, Tarcísio Antônio Lopes, falou sobre o programa de financiamento da instituição para os municípios, o Programa Nacional de Apoio e Financiamento aos Municípios (PNAFM).

Expositora destaca importância do PPA para os municípios

Os debates da tarde foram abertos pela diretora central de Planejamento, Avaliação e Políticas Públicas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Maria de Fátima Rodrigues Nascimbene, que falou sobre a importância da elaboração do Plano Plurianual (PPA) para os municípios. A diretora da Seplag ressaltou o que deve ser considerado no momento da elaboração de um PPA, quais são: diagnóstico dos municípios, integração com o orçamento, participação popular por meio de audiências públicas, revisão do PPA e implantação de programas prioritários. "O PPA é um instrumento de gestão, que orienta resultados e reflete a necessidade da sociedade", explicou.

LRF - O PPA também foi abordado na palestra do assessor do Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCMG), Márcio Kelles, sobre Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele citou o plano como um dos três instrumentos de planejamento, além da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei de Orçamento Anual (LOA). Segundo Márcio Kelles, a LRF deve considerar as despesas contempladas nos três instrumentos de planejamento. Para ele, a lei é uma nova forma de pensar os recursos públicos e deve equilibrar as finanças públicas em caráter definitivo.

Márcio Kelles citou também, entre vários pontos, os três pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal - planejamento, controle e transparência - e a comparou como se fosse um polvo, "cheio de tentáculos". Esses tentáculos seriam sua ligação direta com outras normas legislativas como o Código Penal, a Constituição Federal, a lei de licitações, entre outros. Ele defendeu a necessidade de haver responsabilidade fiscal com compromisso social, no sentido de que o setor público recebe demandas permanentes de políticas públicas, mas tem que lidar com recursos limitados.

Financiamentos - Além do representante da Caixa Econômica Federal na parte da manhã, outras duas instituições apresentaram sua linha de financiamento para os municípios. O gerente do Departamento de Infra-Estrutura do BDMG, Mário José Ferreira, apresentou o programa "Novo Somma", voltado para investimentos em saneamento básico, infra-estrutura, desenvolvimento urbano e fortalecimento institucional. O Banco do Brasil, representado pelo superintendente regional, Márcio Fonseca da Silva, e pelo gerente de mercado da área de governo, Paulo Henrique, apresentaram os planos de financiamento do BB, como o Programa de Modernização Administrativa Tributária (PMAT). Esse programa é um financiamento a longo prazo destinado ao aumento da eficiência fiscal e melhoria da gestão da máquina pública.

Mesa - Deputados Fábio Avelar (PTB), 3º-vice-presidente da Assembléia Legislativa; Domingos Sávio (PSDB), Carlos Gomes (PT) e Maria Tereza Lara (PT). Também participaram o prefeito de Divinópolis, Demétrio Arantes Pereira; o presidente da Câmara Municipal de Divinópolis, Vladimir de Faria Azevedo; o secretário adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), João Alberto Paixão Lage; o subsecretário de Assuntos Municipais, Aristides Vieira; o prefeito de Santo Antônio do Monte e presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Itapecerica, Leonardo Lacerda Camilo; o prefeito interino de Piracema, representando a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Centro-Oeste, Ilmar Resende Greco; o prefeito de Luz, representando a Associação dos Municípios da Microrregião do Alto São Francisco, Agostinho Carlos; além de outras autoridades locais.

 

 

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