Estudantes reclamam de questionamento sobre curso de Medicina

Dezenas de estudantes, médicos e representantes de instituições de ensino superior discutiram em audiência pública em...

13/04/2005 - 00:00
 

Estudantes reclamam de questionamento sobre curso de Medicina

Dezenas de estudantes, médicos e representantes de instituições de ensino superior discutiram em audiência pública em Ipatinga, nesta quarta-feira (13/4/05), a polêmica sobre a situação de escolas que, conforme disposto na Constituição do Estado, têm autorização de funcionamento concedida pelo Conselho Estadual de Educação. Na reunião conjunta das comissões de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia e de Assuntos Municipais e Regionalização da Assembléia Legislativa, o principal caso tratado foi do curso de Medicina da União Educacional do Vale do Aço (Univaço).

O curso tem autorização de funcionamento concedida pelo Conselho Estadual de Educação, que está sendo questionada na Justiça em ação civil pública movida pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-MG). A posição do CRM é de que a licença deve ser expedida pelo Ministério da Educação. O mérito da ação deverá ser julgado pelo Tribunal Regional Federal.

No mês de março, a concessão de registros profissionais foi negada a onze estudantes que integram a primeira turma de formandos da faculdade. Posteriormente, os alunos conseguiram o registro mediante mandado de segurança. "Por que a lei vale para alguns e não vale para nós? Há outras cursos autorizados da mesma forma e o funcionamento deles não é questionado", protestou o presidente do diretório acadêmico do curso de Medicina da Univaço, Eduardo Bolina.

O diretor da Faculdade de Medicina da Univaço, Carlos Haroldo Piancastelli, afirmou que a qualidade do curso não está sendo questionada. "O corpo docente da faculdade é de altíssimo nível, os laboratórios são de excelência. Prestamos serviços assistenciais a toda a região", ressaltou. Já o representante da fundação mantenedora da Univaço, Alessandro Moreira de Lima, disse que o Conselho Regional de Medicina tem competência apenas para fiscalizar o exercício e a ética dos profissionais.

O representante do Conselho Estadual da Educação, José Januzzi de Souza Reis, também defendeu a legitimidade da autorização de funcionamento de cursos e instituições de ensino superior por esse órgão estadual.

CRM defende credenciamento pelo MEC

A representante do Conselho Regional de Medicina, Sigrid Terezinha Campomizzi, afirmou que o CRM está cumprindo seu dever como autarquia federal. Segundo ela, a primeira ação contra o funcionamento do curso de Medicina da Univaço foi movida pela própria Procuradoria-Geral da República, que considera que a prerrogativa da Constituição mineira de credenciar instituições de ensino superior não está contemplada pela Constituição Federal.

Sigrid Terezinha Campomizzi afirmou ainda que a legislação federal determina ao CRM a atribuição de zelar pelo bom funcionamento dos cursos, e que outras cinco faculdades na mesma situação também estão sendo questionadas na Justiça. "O CRM estará descumprindo a lei se emitir o registro a quem não tem autorização do MEC", disse.

Deputados defendem Constituição mineira

Um dos autores do requerimento pela realização da reunião, o deputado Adalclever Lopes (PMDB), lembrou que são quase 100 mil alunos que estudam em instituições credenciadas pelo Conselho Estadual de Educação. Esses estudantes devem se tranquilizar, segundo o parlamentar, uma vez que a autorização está garantida pela Constituição do Estado. "Enquanto a Justiça não decidir, vale a lei, o que está na Constituição", disse.

O presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, deputado Leonardo Quintão (PMDB), que também pediu a realização da reunião, destacou a situação dos alunos e das famílias envolvidas no problema. "Não estou defendendo a faculdade, mas um direito de vocês", disse aos alunos.

O presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, deputado Doutor Viana (PFL), defendeu a resolução do impasse: "Maior que os prejuízos financeiros dos alunos são os morais e sociais. Temos que ter uma solução definitiva para o problema".

Presenças - Deputados Doutor Viana (PFL), presidente da Comissão de Educação; Leonardo Quintão (PMDB), presidente da Comissão de Assuntos Municipais; e Adalclever Lopes (PMDB).

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - 31 - 2108 7715