Direitos Humanos debate situação trabalhista na Rede Minas

As condições de trabalho dos funcionários da Rede Minas de Televisão, em especial dos jornalistas, foram tratadas pel...

07/04/2005 - 00:00
 

Direitos Humanos debate situação trabalhista na Rede Minas

As condições de trabalho dos funcionários da Rede Minas de Televisão, em especial dos jornalistas, foram tratadas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, em reunião nesta quinta-feira (7/4/05). O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), disse que tem recebido denúncias dos sindicatos dos Jornalistas Profissionais e dos Radialistas de Minas Gerais sobre a "precarização das relações de trabalho" na emissora, que é uma fundação de direito público.

Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Aloísio Lopes, o debate sobre a condição dos funcionários da Rede Minas é oportuno. Ele afirmou que a atual situação na emissora é mesmo "precária", com os trabalhadores exercendo jornada diária de 10 a 12 horas, sem recebimento do adicional de hora-extra, férias e 13o salário, entre outros. Aloísio Lopes criticou também o Termo de Ajustamento de Conduta feito entre o Ministério Público (MP) estadual e a Rede Minas.

Para ele, o termo de ajustamento é mais um instrumento para legitimar as irregularidades existentes, em especial a não-realização de concurso público para contratação de funcionários, que atualmente são admitidos por meio de contrato administrativo com duração de seis meses, que já foi renovado por duas vezes. Pelo termo, o concurso público seria realizado no prazo de 180 dias, a contar da aprovação da lei de cargos e carreiras da emissora - Lei 15.467, promulgada no dia 13 de janeiro deste ano. Portanto, a Rede Minas tem até o dia 13 de julho para realizar o concurso público, como lembrou o presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT). O diretor financeiro do Sindicato dos Radialistas, Valdir Costa do Nascimento, alertou ainda que o concurso deve ser realizado respeitando as leis dos jornalistas e radialistas.

Para discutir as questões contidas no termo, o deputado Durval Ângelo sugeriu uma reunião no Ministério Público, com representantes dos sindicatos e funcionários da Rede Minas. Essa sugestão foi acatada pela promotora Elizabeth Cristina dos Reis Vilela, do Patrimônio Público, que participou da reunião: "O Ministério Público está com as portas abertas e vai fazer o que for possível em relação ao termo". Durval Ângelo disse ainda que vai apresentar requerimento, na próxima reunião da comissão, para uma visita das comissões de Direitos Humanos e do Trabalho à Rede Minas.

Participantes cobram instalação de Conselho Curador

A instalação do Conselho Curador da Rede Minas foi outra questão levantada pelos participantes da reunião. Sua criação está prevista na Lei 11.179, de 1993, que reorganiza a Fundação TV Minas, e que estabelece que ele é o órgão máximo da emissora, ao qual estariam subordinadas diretoria e administração. De acordo com Aloísio Lopes, há seis anos o governo não cumpre essa lei. Ele cobrou a fiscalização dos Poderes Judiciário e do Legislativo à situação.

Também o deputado Durval Ângelo cobrou uma fiscalização, do Ministério Público, sobre essa irregularidade. A promotora Elizabeth Cristina dos Reis informou que o governo e a Rede Minas foram oficiados e que, no documento, o MP cobra a instalação do Conselho Curador. Ela disse que ainda não recebeu resposta.

Durante a reunião, Durval Ângelo criticou o governo estadual por não ser sensível aos problemas dos servidores; a mídia, por não adotar uma postura crítica em relação ao governo estadual; e o presidente Mauri Torres (PSDB), que, segundo ele, cogitou não autorizar a realização da reunião desta quinta-feira. Durval Ângelo criticou ainda a ausência da TV Assembléia na reunião e lamentou que a reunião não tenha sido filmada, o que, afirmou, "é a primeira vez que acontece na comissão". Segundo ele, tudo pode ser falado desde que não seja crítica ao governo do Estado. O deputado Edson Rezende reiterou as críticas feitas por Durval e cobrou a presença da TV Minas e da Rádio Inconfidência na reunião.

Denúncia apresentada - A Comissão de Direitos Humanos recebeu denúncia de Sirlene Aparecida da Silva. Segundo ela, seu irmão, Ciro José Gonçalves, teria sido assassinado por policiais militares em 11 de abril de 2004, na cadeia pública de Lagoa da Prata. A comissão vai avaliar a denúncia apresentada.

Presenças - Deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Edson Rezende (PT) e Gustavo Valadares (PFL), além das autoridades citadas.

 

 

 

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