Plenário mantém veto à proposição sobre Advocacia-Geral do Estado

O veto parcial do governador do Estado à Proposição de Lei Complementar 90 foi mantido pelo Plenário da Assembléia, e...

30/03/2005 - 00:00
 

Plenário mantém veto à proposição sobre Advocacia-Geral do Estado

O veto parcial do governador do Estado à Proposição de Lei Complementar 90 foi mantido pelo Plenário da Assembléia, em reunião extraordinária realizada na manhã desta quarta-feira (30/3/05). Foram 37 votos pela manutenção e três pela derrubada do veto. A proposição é fruto do antigo PLC 54/03, de autoria do próprio governador, e dispõe sobre a estrutura orgânica da Advocacia-Geral do Estado (AGE).

O artigo vetado foi o 18, que determina que a Lei Complementar 81, de 2004, passará a vigorar acrescida do artigo 13-A. O acréscimo estabelece que o servidor efetivo do Executivo que, em razão de concurso posterior à publicação da lei, ingressar em cargo da carreira da Advocacia Pública do Estado, com jornada equivalente à do cargo de origem, cuja remuneração (incluídos adicionais, gratificações e vantagens pessoais) for superior à remuneração do cargo de procurador, receberá a diferença a título de vantagem pessoal.

Ao vetar a modificação, o governador alegou que a nova redação dada à proposição durante a tramitação na Assembléia alterou "de forma significativa a intenção originalmente contida na mensagem". Durante a análise do projeto pela Assembléia, foi suprimido o parágrafo único do artigo 13-A, que determinava que, para o cálculo da diferença, não seriam computados os adicionais a que se refere ao artigo 118 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição (ADCT). Esse dispositivo da Constituição assegura o direito aos adicionais por tempo de serviço e das férias-prêmio adquiridos e a adquirir àquele servidor que for nomeado para outro cargo no Estado em razão de aprovação em concurso público.

Modelo econômico neoliberal é motivo de discussão

Ainda durante a reunião extraordinária, o deputado Rogério Correia (PT) usou o tempo destinado à discussão do veto parcial à Proposição de Lei 16.299, que autoriza o Executivo a alienar imóveis à Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), para criticar o modelo econômico neoliberal que, segundo ele, continua sendo usado pelo governador Aécio Neves. O deputado citou como exemplo as privatizações nos setores de telefonia e energia elétrica, que teriam gerado aumentos de tarifas muito superiores à inflação, nos últimos anos. De acordo com Rogério, o presidente Lula não tem medido esforços para combater esse modelo econômico e suas conseqüências.

Ao longo do discurso, Rogério Correia concedeu apartes a deputados do PT e do PSDB, e a discussão ficou polarizada. Weliton Prado (PT) concordou com a posição do colega de partido e também fez críticas ao governador do Estado. Ele aproveitou o debate para pedir apoio dos demais deputados ao projeto de lei de sua autoria que modifica o indexador utilizado para reajuste de taxas e tarifas em Minas Gerais. Ao invés do IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna, da Fundação Getúlio Vargas), o deputado sugere que passe a ser usado o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE).

Já Ermano Batista (PSDB) e Miguel Martini (PSB) questionaram a postura do deputado Rogério Correia ao defender "apaixonadamente" o presidente Lula. Ermano Batista reclamou da falta de investimentos da União nos Estados, lembrando as condições precárias em que se encontram as estradas federais em Minas. "Enquanto isso, o presidente está investindo em Cuba, o metrô de Caracas está recebendo dinheiro do BNDES!", criticou. Miguel Martini citou o fato de até hoje não ter havido redução da carga tributária no País, que teria sido uma das promessas de campanha do PT.

 

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