Debate sobre impacto ambiental de atividades econômicas encerra seminário

Os conflitos entre as atividades econômicas e a preservação da natureza foram a temática do último painel do Seminári...

23/03/2005 - 00:01
 

Debate sobre impacto ambiental de atividades econômicas encerra seminário

Os conflitos entre as atividades econômicas e a preservação da natureza foram a temática do último painel do Seminário "Águas e Terras - integração pela cultura da paz", realizado na tarde desta quarta-feira (23/3/05) no Plenário da Assembléia Legislativa. O painel foi coordenado pelo deputado Márcio Passos (PL), presidente da Comissão Interestadual Parlamentar da Bacia do Rio Doce. Ele ressaltou a importância do evento para a conscientização do desenvolvimento sustentável como forma de garantir a preservação da natureza.

O coordenador técnico da área de meio ambiente da Emater, Ênio Resende de Souza, defendeu a gestão da água integrada à dos demais recursos naturais renováveis. "A qualidade e a quantidade de água são determinadas pelas condições de relevo, solo, formação geológica e cobertura vegetal, além da atividade econômica. Por isso, a gestão dos recursos hídricos também precisa levar em consideração aspectos como a infiltração da água no solo e o ordenamento da ocupação urbana", defendeu. Ele também abordou a importância da elaboração de políticas públicas voltadas para a educação ambiental com a participação da comunidade.

Já o representante da Copasa, Tales Heliodoro Viana, fez um alerta sobre o risco que a degradação ambiental pode representar para a sobrevivência da humanidade no futuro. Ele traçou um amplo painel das relações entre o homem e a natureza, centradas no antropocentrismo. "Nessa visão, o homem tudo pode e o ambiente tem que se adequar a ele, se esquecendo de que o ser humano é o único agente capaz de criar e resolver seus próprios problemas", disse.

No outro extremo, segundo Viana, surgiu a teoria de Garia, segundo a qual o universo é um ser total que pulsa em uníssono, idéia da qual derivou a teoria da inocência da natureza. "Esse romantismo nos leva a encarar a natureza de forma pouco responsável, além de piegas", afirmou. Para resolver a míriade de problemas ambientais causados pela ocupação humana desordenada, baseada nesses dois princípios errôneos, Viana propõe ações imediatas envolvendo todos os segmentos da sociedade. "Pesquisa, investimento e bom senso devem ser a tônica dos trabalhos de recuperação do meio ambiente. Vamos juntos trabalhar na recuperação de nossas matas e rios", conclamou.

Um bem sucedido exemplo de atividade econômica sob rígidos controles para assegurar o menor impacto ambiental possível foi relatado pelo gerente executivo da Rio Paracatu Mineração, Luís Alberto Alves. A empresa, que explora uma mina de ouro a céu aberto em Paracatu, no Noroeste do Estado, consegue reaproveitar 73% da água utilizada em suas operações. A mineradora também faz monitoramento de ruídos, contenção de água da chuva para impedir a contaminação do solo por enxofre e irriga os arredores da sua unidade 24 horas por dia, para reduzir a quantidade de poeira da mina, vizinha à zona urbana de Paracatu.

No início da reunião, foram entregues prêmios aos cinco primeiros colocados no concurso de reportagens "Meio ambiente na pauta do jornalista de amanhã", promovido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Os vencedores foram os estudantes Kerison Lopes, Denilson Cajazeiro e Rafael Minoru, autores da matéria "O insuportável peso do lixo", publicada no jornal-laboratório Impressão, do Uni-BH.

Presenças - A mesa de trabalhos foi composta pelo deputado Márcio Passos; pelo gerente executivo da Rio Paracatu Mineração, Luiz Alberto Alves; pelo coordenador técnico da área de meio ambiente da Emater, Ênio Resende de Souza; pelo representante da Copasa, Tales Heliodoro Viana; pelo presidente do Igam, Paulo Teodoro de Carvalho; pelo presidente da Feam, Ilmar Bastos Alves; e pelo assessor da secretaria geral da Agência Nacional de Águas, Maurício André Ribeiro.

 

 

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