Deputados aprovam parecer favorável a Octávio Elísio para o Iepha

A Comissão Especial instituída para argüir o professor Octávio Elísio Alves de Brito, indicado pelo governador Aécio ...

16/03/2005 - 00:02
 

Deputados aprovam parecer favorável a Octávio Elísio para o Iepha

A Comissão Especial instituída para argüir o professor Octávio Elísio Alves de Brito, indicado pelo governador Aécio Neves para a presidência da Fundação Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), aprovou parecer favorável à indicação após sabatinar o candidato por duas horas na tarde desta quarta-feira (16/3/05). A reunião, presidida pela deputada Maria Tereza Lara (PT), teve as presenças dos deputados José Henrique (PMDB), relator, e do deputado João Leite (PSB). O parecer agora vai ao Plenário para votação.

Inicialmente, o professor Octávio Elísio resumiu seu currículo, destacando que leciona desde os 15 anos, atualmente no Instituto de Geociências da UFMG e anteriormente na Universidade Federal de Ouro Preto, cidade onde viveu por 23 anos. "Embora tenha nascido em Belo Horizonte, considero-me tombado pelo patrimônio histórico de Ouro Preto", gracejou o candidato.

Foi deputado federal por dois mandatos, inclusive como constituinte em 1988, foi secretário de Estado da Educação nos governos Tancredo Neves e Hélio Garcia, depois dirigiu a pasta de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. No governo Azeredo foi secretário de Minas e Energia e depois da Cultura. Foi também secretário do Patrimônio do Ministério da Cultura, cargo ao qual atribui a razão de sua escolha pelo governador Aécio Neves para administrar o Iepha.

Octávio Elísio também expôs seus planos para revitalizar o órgão. Segundo ele, Minas tem o maior acervo de patrimônio cultural protegido do país, e que é preciso ampliar o conceito de patrimônio cultural, abrangendo não apenas o patrimônio material tombado e o patrimônio imaterial registrado, mas também toda uma gama de coisas que tenham significado cultural segundo a percepção do cidadão.

Apesar de se considerar ouropretano, o professor mostrou conhecer e valorizar não apenas o patrimônio barroco católico das cidades históricas, mas também a arquitetura eclética da Praça da Liberdade, o conjunto moderno da Pampulha, a importância do símbolo escolhido para Belo Horizonte, que foi a Serra do Curral, e o patrimônio rupestre entre Belo Horizonte e Sete Lagoas. Elogiou também a iniciativa da CDL, que recuperou um quarteirão inteiro da Rua dos Caetés através da Lei Rouanet.

Biografia de professor é aprovada por deputados

Esses conhecimentos e a vasta biografia de homem público deram aos deputados a certeza de que o candidato é plenamente apto para o cargo. O relator José Henrique sondou as idéias dele a respeito da elaboração dos planos diretores, atualmente em curso em diversos municípios. Para o deputado, cidades como Caeté, Sabará e Mariana enfrentaram muitos transtornos para a preservação de seu patrimônio no passado, pela falta de controles. Octávio Elísio disse conceber o Estatuto da Cidade como uma lei de proteção, mas que a política cultural precisa ser internalizada na gestão das cidades, para que o órgão de patrimônio possa fazer mais orientação do que proibição.

O deputado João Leite preferiu não apresentar questionamentos ao candidato, dizendo que era uma satisfação ouvi-lo e que era testemunha de sua longa folha de serviços prestados ao Estado e ao País. Considerou que Octávio Elísio tem uma postura "renovadora, ousada e avançada", e lembrou a luta por ele empreendida para preservar os espaços da extinta Rede Ferroviária Federal. "O patrimônio ferroviário precisa ser preservado por fazer parte da identidade mineira. Todos os mineiros têm uma ligação afetiva com as estações ferroviárias", afirmou o professor.

A deputada Maria Tereza Lara interrogou o postulante a respeito das parcerias com o governo federal, já que os recursos orçamentários de Minas são escassos para fazer recuperação do patrimônio, e também perguntou sobre os roubos de obras sacras. "A relação com o governo federal é proveitosa", assegurou o professor, acrescentando que o Iepha tem um serviço de apoio também para as prefeituras apresentarem seus projetos de recebimento de ICMS cultural dentro da Lei Robin Hood.

"Quanto à recuperação de objetos sacros das igrejas de Minas, tivemos uma grande e bem-sucedida campanha em 2003 e 2004, com forte participação da cidadania. Temos ampliado as instalações de alarmes contra roubo e incêndio nos prédios protegidos e revisado as instalações elétricas através da Cemig", informou.

 

 

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