Direitos Humanos denuncia novos casos de violência
policial
O presidente da Comissão de Direitos Humanos,
deputado Durval Ângelo (PT), denunciou nesta quarta-feira (2/3/05),
em entrevista coletiva à imprensa, na Assembléia Legislativa de
Minas Gerais, a arbitrariedade de policiais militares cometida
contra a família de Kátia Cristina da Cunha Menezes, moradora do
bairro Nova Pampulha, em Belo Horizonte. Segundo o parlamentar, no
último 24 de fevereiro, militares da Rotam invadiram a casa de
Kátia, agrediram moralmente seu marido e, sob o pretexto de procurar
armas escondidas, vasculharam toda a residência por mais de quatro
horas. Sem nada encontrar, simplesmente pediram desculpas e foram
embora, ameaçando-a caso ela denunciasse o episódio. Ao final da
operação, Kátia notou o desaparecimento de R$ 2 mil.
A moradora, também presente à entrevista
acompanhada de um filho, disse que sua advogada também foi ameaçada,
simplesmente por ter exigido que os policiais se identificassem.
Durval Ângelo salientou, no entanto, que é fácil descobrir, junto ao
comando da Polícia Militar, os autores da arbitrariedade. Kátia deu
queixa de furto na delegacia do bairro.
O deputado afirmou que entre dez e 12 denúncias
como essa chegam à Comissão de Direitos Humanos por semana. "Apenas
30% dos episódios de violência policial são denunciados", disse,
lembrando que a publicidade desses casos é a maior garantia de
preservação da integridade física das vítimas.
Durval Ângelo relatou também outro caso recente de
agressão policial. Segundo ele, no dia 26 de fevereiro o gari Josias
Dantas da Silva, de 38 anos, foi perseguido e espancado sem motivo
aparente por policiais militares no bairro Guarani, em Belo
Horizonte. Josias também participaria da entrevista coletiva. Porém,
duas horas e meia após ter saído de casa, ainda não havia chegado à
Assembléia. Isso causou preocupação no deputado, já que o gari
também sofreu ameaças para não denunciar a agressão cometida pelos
policiais.
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