Deputados vão a Brasília entregar a ministro relatório da Fruticultura

Os deputados da Comissão Especial da Fruticultura da Assembléia Legislativa irão a Brasília nesta sexta-feira (18/2/0...

16/02/2005 - 01:00
 

Deputados vão a Brasília entregar a ministro relatório da Fruticultura

Os deputados da Comissão Especial da Fruticultura da Assembléia Legislativa irão a Brasília nesta sexta-feira (18/2/05) para entregar o relatório final da comissão ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, e ao presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Luiz Carlos Everton de Farias. O requerimento solicitando as audiências foi aprovado durante os trabalhos da comissão, que iniciou suas atividades em 22 de maio de 2004 e terminou os trabalhos em 21 de outubro, com a aprovação do relatório. Na audiência com o presidente da Codevasf, marcada para as 11 horas, na sede da empresa, também serão tratados assuntos relacionados ao Projeto Jaíba. A reunião com o ministro será às 16 horas.

De acordo com o deputado Laudelino Augusto (PT), que presidiu a comissão, os deputados esperam que os projetos voltados para o desenvolvimento da fruticultura possam constar no orçamento federal. Segundo ele, a comissão também irá solicitar do ministro apoio especial aos programas mineiros. "Quando estivemos em Brasília apresentando ao ministro Roberto Rodrigues o relatório da Comissão da Cafeicultura e o cronograma da Comissão da Fruticultura, ele parabenizou a Assembléia pela iniciativa e disse que ela deveria ser disseminada pelo Brasil", afirmou o deputado, otimista com a possibilidade de apoio do governo federal.

Os deputados Carlos Pimenta (PDT), que foi o relator da comissão; Roberto Ramos (PT), Leonardo Quintão (PMDB) e a deputada Ana Maria Resende (PSDB), que eram membros efetivos da comissão, também participarão da visita.

Relatório traça diagnóstico do setor

O relatório apresenta cerca de 50 recomendações aos órgãos técnicos do Estado e governo federal e apresenta duas proposições e três requerimentos. Ele traça um diagnóstico do setor em Minas, resultado de quatro meses de reuniões, visitas técnicas e audiências públicas. Entre as conclusões do relatório estão as de que a fruticultura mineira é inexpressiva, com o Estado importando cerca de 70% de seu consumo interno; que 87% da produção concentra-se em apenas três frutas, a laranja, o abacaxi e a banana; que a produção de frutas está estagnada há dez anos, em 2 milhões de toneladas, enquanto o País evoluiu de 35 milhões para 40 milhões de toneladas, no mesmo período. Outras conclusões são de que não há linhas de crédito específicas para o setor, no BDMG; que os produtores e beneficiadores de frutas têm baixa organização, com poucas cooperativas e associações; e que as pesquisas praticamente não existem, bem como a fiscalização de mudas e sementes.

Entre as recomendações estão as de regulamentar a Lei 12.998/98, que cria o Programa Mineiro de Incentivo à Fruticultura; garantir recursos para a implantação das etapas I e II do Projeto Jaíba, visando à incorporação de 25 mil hectares de terras ainda ociosas; destinar recursos para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig); reativar o Programa de Desenvolvimento da Fruticultura, paralisado desde 2000 e incluí-lo no PPAG.

O relatório recomenda ainda a instalação da Câmara Setorial da Fruticultura de Minas Gerais, como órgão da Secretaria da Agricultura; a promoção da integração das ações do setor, desenvolvidas pelos diversos órgãos estaduais; e o fornecimento, subsidiado pela Cemig, de medidor de energia noturna aos pequenos produtores do Jaíba. Na área de beneficiamento, o relatório recomenda mecanismos de incentivo fiscal para as agroindústrias de sucos, polpas e doces que comprovem a aquisição de frutas de produtores filiados a associações e cooperativas; que sejam adotadas medidas para reduzir a carga tributária de defensivos agrícolas usados em culturas de frutas; e que sejam estabelecidas linhas de crédito junto ao BDMG para financiamento da renovação de pomares erradicados em virtude da incidência de pragas. O relatório faz uma recomendação especial à Epamig, para que crie, em sua estrutura, condições para desenvolver pesquisas emergenciais para o controle da praga sigatoka negra, que atinge bananais, já detectada no Sul de Minas, bem como criar mudas resistentes a essa praga.

 

 

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