Cipe Rio Doce luta por recursos para saneamento da bacia

A Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce) foi mobilizada...

20/12/2004 - 01:00
 

Cipe Rio Doce luta por recursos para saneamento da bacia

A Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce) foi mobilizada oito vezes durante o ano de 2004, com o objetivo de discutir as questões em torno da construção da usina hidrelétrica de Aimorés, que afeta a Zona Leste de Minas e parte do Espírito Santo, e para discutir um plano de saneamento ambiental que pretende despoluir 90% da bacia hidrográfica até o ano de 2020.

Em 12 de março, a deputada Cecília Ferramenta (PT) e os deputados Márcio Passos (PL), José Henrique (PMDB) e Gilson Amaro (PRTB-ES) se reuniram na Assembléia Legislativa mineira com técnicos da Agência Nacional das Águas (ANA), e dos órgãos ambientais mineiros Feam e Igam, além da Cesam e Copasa, para levantar as questões ambientais da bacia do Rio Doce. Foi revelado aos deputados que existem fundos de saneamento não utilizados, que há 90 empreendimentos hidrelétricos na bacia com requerimento de licenciamento ambiental, e que inúmeros projetos de tratamento de esgotos são mal projetados e mal executados, tornando-se incapazes de cumprir sua função.

Em 11 de maio, os deputados mineiros foram à Assembléia Legislativa do Espírito Santo, onde a reunião da Cipe durou cerca de 8 horas, com abertura para que autoridades e ambientalistas das regiões capixabas às margens do Rio Doce pudessem queixar-se dos danos ambientais e da falta de pagamento de royalties à cidade de Baixo Guandu pela construção da hidrelétrica de Aimorés, pelo consórcio CVRD-Cemig. Foi lido também um relatório alternativo preparado pela Universidade Federal do Espírito Santo, que contesta o EIA-Rima adotado pelo Ibama para dar licenciamento às obras da usina.

Em 15 de junho, os capixabas Paulo Foletto (PSB-ES) e Gilson Amaro vieram à Assembléia mineira para novo encontro com representantes dos órgãos ambientais e dos comitês de bacia hidrográfica a respeito do impasse que cerca a criação do Parque de Sete Salões, uma área de 12.500 hectares que desalojaria centenas de fazendeiros, e que é disputada na Justiça pelos remanescentes dos índios krenaks. Participaram por Minas os deputados Márcio Passos, José Henrique e Jayro Lessa (PL).

No dia 2 de julho, o assunto do Parque Sete Salões foi levado à comunidade atingida, em duas reuniões realizadas em Resplendor e Itueta. Centenas de produtores e autoridades, além dos prefeitos de Resplendor, Conselheiro pena, Santa Rita do Itueto e Itueta participaram dos eventos, e lamentaram a ausência de representantes do Ministério Público Federal para explicar as razões das ações em favor da pretensão dos indígenas.

De volta a Belo Horizonte, o deputado José Henrique foi ao Ministério Público Federal em 7 de julho, para uma reunião com o procurador-chefe José Adércio Leite Sampaio, e com o procurador Adailton Ramos do Nascimento, que havia entrado com duas ações em favor dos remanescentes krenaks. Nascimento explicou que uma das ações reivindicava as terras de Sete Salões porque os índios acreditavam que os espíritos de seus ancestrais habitavam aquelas grutas. A outra ação tornava indisponíveis os R$ 1,78 milhão destinados pelo consórcio CVRD-Cemig para a instalação do Parque.

No dia 19 de outubro, Cecília Ferramenta, Márcio Passos e o deputado federal Leonardo Monteiro (PT-MG) foram a Vitória para assistir a apresentação do programa "Rio Doce Limpo", preparado pela assessoria da Cipe e apresentado pelo técnico Beto Pêgo. O programa estabelece prioridades para tratamento de esgotos dos 230 municípios que compõem a bacia, propondo critérios para atendimento até o ano de 2020. Pelo Espírito Santo, participaram os deputados Paulo Foletto, Gilson Amaro e Anselmo Tose.

Em novembro, de 17 a 19, os deputados José Henrique e Márcio Passos foram a Brasília para uma rodada de audiências em ministérios, em sedes de órgãos ambientais, e também para reuniões conjuntas com os deputados federais da Frente Parlamentar em Defesa do Rio Doce, coordenada pelo petista mineiro Ivo José. O objetivo foi lutar por recursos orçamentários, emendas de bancada e outros recursos disponíveis nos ministérios e nos órgãos federais para iniciar a implantação do programa "Rio Doce Limpo" já em 2005. A comitiva foi reforçada pelos secretários de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José Carlos Carvalho, e Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Teodoro Lamounier.

O programa de despoluição do Rio Doce também foi apresentado e debatido durante o Seminário Legislativo "Saneamento Ambiental", realizado na Assembléia de Minas em 14 de setembro último.

 

 

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