Assembléia aprova orçamento 2005 e entra em recesso

O Plenário da Assembléia Legislativa aprovou, na Reunião Extraordinária da tarde desta sexta-feira (17/12/04), oito p...

17/12/2004 - 01:00
 

Assembléia aprova orçamento 2005 e entra em recesso

O Plenário da Assembléia Legislativa aprovou, na Reunião Extraordinária da tarde desta sexta-feira (17/12/04), oito projetos, entre eles, em turno único, o Projeto de Lei 1.892/04, do governador, que contém o orçamento do Estado para o ano de 2005. Com a aprovação do orçamento, foi encerrada a 2ª Sessão Legislativa da 15ª Legislatura e a Assembléia entrou em recesso, retomando os trabalhos no dia 15 de fevereiro.

O PL 1.892/04 foi aprovado na forma do parecer da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO), apesar de ter recebido 14 pedidos de votação destacada de emendas - cinco do deputado Leonardo Moreira (PL) e nove do Bloco Parlamentar PT/PCdoB. Todas as emendas destacadas foram rejeitadas: 115 a 119 (destacadas por Leonardo Moreira); e 423, 1.114, 1.115, 1.119, 1.122, 1.123, 1.126, 1.127 e 1.182 (destacadas por Rogério Correia). Assim, o orçamento foi aprovado com 389 emendas de parlamentares e outras 15 emendas e 60 subemendas apresentadas pelo relator do projeto na FFO, deputado Antônio Carlos Andrada (PSDB). Destas, 27 subemendas e nove emendas têm o objetivo de adequar a proposta orçamentária à revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental, feita com base em propostas feitas na audiência pública sobre o assunto, realizada em novembro na Assembléia. Foram rejeitadas 756 emendas e outras 65 emendas ficaram prejudicadas. Outras seis emendas haviam sido retiradas pelos seus autores. A emenda 1.215, apresentada pelo governador, na verdade, um substitutivo que formalizou o fim do déficit financeiro do Estado, também foi aprovada.

Entre os destaques do orçamento, está a recomendação para que o Ministério Público (MP), o Tribunal de Contas (TCE) e o Poder Judiciário observem os limites de gastos com pessoal estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e promovam a aplicação do subteto salarial, já implantado no Poder Executivo e na Assembléia. Nesse sentido, foi aprovada uma emenda para que MP, TCE e Judiciário enviem trimestralmente à Assembléia relatório de execução orçamentária das despesas com pessoal.

Orçamento estima equilíbrio em 2005

A proposta orçamentária prevê o equilíbrio das finanças do Estado em 2005, com receitas e despesas no mesmo valor: R$ 23,9 bilhões. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é responsável por 85,2% da receita tributária do Estado e apenas R$ 12,3 bilhões são recursos livres, que equivalem a 51,6% da receita. Os recursos restantes são vinculados, relativos a transferências da União e para os municípios. As isenções, anistias e outros benefícios tributários envolvem recursos estimados em R$ 1,95 bilhão, que equivalem a 11,98% da receita tributária.

LRF - Pela primeira vez, as despesas com pessoal do Estado serão enquadradas na LRF. Os gastos totais com pessoal e encargos em 2005 estão estimados em R$ 10,6 bilhões, que representam 56,3% da Receita Corrente Líquida. Outro ponto importante é o aumento dos investimentos da Cemig com a alteração enviada pelo governador após o início da tramitação do PL 1.892/04. Esses investimentos subiram de R$ 3,13 bilhões para R$ 4,37 bilhões, variação financiada com recursos próprios da empresa.

Vinculações - O Orçamento 2005 também prevê gasto total (investimento e custeio) de R$ 1,8 bilhão na saúde, o que equivale a 13,62% dos recursos constitucionais. Também estão previstos gastos de R$ 3,7 bilhões em educação, o que equivale a 28,34% da base constitucional. A Constituição Federal determina aplicação de 25% da base de impostos e transferências federais em educação. Desse total, 60% têm que ser aplicados no ensino fundamental. A proposta para 2005 também estima aplicação de R$ 116,6 milhões em amparo e fomento à pesquisa, o que corresponde ao percentual constitucional de 1% da Receita Corrente Ordinária do Estado.

Cobrança e pagamento de emolumentos

Outro projeto aprovado pelo Plenário, na Reunião Extraordinária desta sexta-feira (17), foi o PL 1.083/03, do governador, que altera a Lei 12.727, de 1997, que dispõe sobre contagem, cobrança e pagamento de emolumentos devidos por serviços extrajudiciais. O projeto foi aprovado com voto contrário dos deputados da oposição, na forma do vencido em 1º turno, com as emendas 1 a 17 apresentadas na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, em 2º turno. Segundo o relator, deputado Ermano Batista (PSDB), As emendas visaram aperfeiçoar o texto, "tornando-o mais claro e evitando redundâncias, promover adequações de alguns dispositivos às disposições constitucionais, tornar viável a utilização do selo como instrumento de fiscalização dos atos notariais e registrais e realizar alterações nas tabelas anexas que irão beneficiar os usuários".

Durante a votação de 2º turno, foram destacadas as emendas 18 e 19, ambas rejeitadas pelo Plenário. A emenda 18, do deputado Irani Barbosa (PL), previa a isenção da taxa de fiscalização judiciária para atos notariais de lotes com área de até 360 m², casa, apartamentos com área de até 75m², quando o imóvel for de uso próprio e o proprietário se enquadrar nos limites de isenção do Imposto de Renda. E a 19, apresentada pelo deputado Chico Simões (PT), congelava a atual tabela de taxas dos cartórios de registro de imóveis, sob a justificativa de que tais estabelecimentos já têm ganhos altos, não precisando de reajustes nas tabelas, como os cartórios de ofícios.

As principais alterações sofridas pelo o PL 1.083/03 são: a ampliação das possibilidades de isenção do pagamento das taxas; os declaradamente pobres ficam isentos do pagamento de certidões de casamento e de registro de emancipação, ausência, interdição e adoção; o fornecimento gratuito de certidão negativa de registro, para fins de usucapião, para o "pobre no sentido legal"; isenção do pagamento de emolumentos para órgãos da administração direta do Estado; redução dos valores relativos à averbação de construção, "baixa" e "habite-se". Pelo projeto aprovado, o menor valor a ser cobrado pelo cartórios passa a ser de R$ 3,14, para reconhecimento de firma e autenticação e averbação de documentos. O maior valor, por essa tabela, é de R$ 2.997,35, para escrituras que envolvem valores acima de R$ 3,2 milhões.

Outros projetos aprovados em 2º turno

Em 2º turno, também foram aprovados outros cinco projetos:

* PL 625/03, dos deputados Adalclever Lopes (PMDB) e Luiz Fernando Faria (PP), que determina a inclusão de conteúdo referente à cidadania nos currículos do ensino fundamental;

* PL 1.168/03, do deputado Biel Rocha (PT), que cria o Projeto Núcleos Esportivos de Treinamento e Pesquisa;

* PL 1.328/03, do deputado André Quintão (PT), que cria o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte e cria o conselho gestor do programa. Aprovado na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária;

* PL 1.686/04, do governador, que dispõe sobre o exercício da autoridade sanitária nas atividades de vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, auditoria do SUS e regulação de assistência à saúde e cria funções gratificadas. Aprovado com as emendas 1 a 11 da Comissão de Administração Pública; e

* PL 1.814/04, do governador, que cria o Núcleo de Estudos de Direito Público na Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, da Fundação João Pinheiro. Aprovado com as emendas 1 e 2 da Comissão de Administração Pública.

Aprovação em 1º turno

Ainda nesta sexta-feira, o Plenário aprovou, em 1º turno, o PL 1.918/04, do deputado Célio Moreira (PL), que torna obrigatório equipar com aparelho desfibrilador cardíaco os locais, veículos e estabelecimentos que menciona. Aprovado em 1º turno, volta à Comissão de Saúde para parecer de 2º turno.

 

 

 

 

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