Segurança Pública recebe reivindicações de taxistas contra a violência

Na reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa desta quinta-feira (16/12/04), além de discutir...

16/12/2004 - 01:00
 

Segurança Pública recebe reivindicações de taxistas contra a violência

Na reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa desta quinta-feira (16/12/04), além de discutir a violência contra taxistas, representantes deles trouxeram reivindicações visando minimizar o problema. O autor do requerimento pela reunião, deputado Sargento Rodrigues (PDT), enfatizou que os problemas na segurança pública se devem em larga medida à ausência de receitas vinculadas para o setor. Para resolver a questão, ele lembrou uma iniciativa sua, o Projeto de Lei 823/03, que institui o Fundo Estadual de Segurança Pública, mas ressalvou que o projeto não era aprovado porque não havia interesse por parte do governo estadual. Rodrigues, e também o deputado Zé Maia (PSDB), lamentaram também que o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Sócrates Edgard dos Anjos, convidado para a reunião, não compareceu nem enviou representantes.

Dirceu Efigênio Reis, presidente do sindicato dos taxistas (Sincavir/MG), que representa também os motoristas autônomos, apresentou sugestões para melhorar a segurança da categoria. Umas delas seria intensificar a operação pedágio, com ações itinerantes, no horário entre 10 horas da noite e 4 da manhã, e não só em pontos fixos, como tem ocorrido, e com freqüência reduzida, segundo ele. Reis afirmou ainda que a PM não estaria pedindo documento ao passageiro, mas só ao motorista, não fazendo a busca deles e dos veículos. Ele sugeriu ainda a abordagem dos táxis inclusive em movimento, principalmente nos locais com maior incidência de assaltos. Outra idéia foi a reativação do sistema de rádio da polícia comunicando com as centrais de rádio-táxis.

Comunicação com rádio da PM reduziu violência

Complementando as palavras do presidente do Sincavir/MG, Olinto Soares Jardim, da comissão de segurança pública da entidade, disse que a adoção desse sistema de comunicação reduziu bastante a violência contra a categoria. Mas lembrou que quando mudou o Comando-Geral da PMMG, o projeto foi abortado. De acordo com ele, hoje há 12 mil taxistas trabalhando em 6.400 táxis em Belo Horizonte, sendo que 2 mil desses carros estão ligados por rádio. Soares avalia que a reativação do projeto representaria para a PM quase que mais duas mil viaturas, com os taxistas atuando como parceiros na segurança pública.

Ele reclamou também da dificuldade dos taxistas para registrar ocorrências na Polícia Civil, demorando até quatro horas para isso. Ele foi acompanhado pelo presidente da Coopertáxi, Lázaro do Carmo, e por outro membro da comissão no Sincavir, Fernando Tavares. Esse último acrescentou que essa dificuldade acaba falseando as estatísticas da criminalidade, pois muitos taxistas desistem de fazer a ocorrência. Mas Olinto Jardim reconheceu que o governo tem atuado para diminuir a violência, tanto que os índices da criminalidade entre a categoria têm caído. "Em 2000, tivemos dez assassinatos de taxistas; em 2004, foram cinco", cita ele. Outro dado trazido foi a média de assaltos, que em 1999 era de seis por dia e agora está em dois assaltos diários.

O delegado Adam dos Santos, disse que as reivindicações da categoria seriam repassadas ao chefe de polícia, Otto Teixeira Filho. Ele anunciou também que a polícia vai adotar a partir de 2005 o boletim informatizado de ocorrências, utilizando uma base de dados on line para inserir informações, inclusive fotos, de criminosos.

Fundo de Segurança - Tratando também do Fundo de Segurança Pública, os deputados Rogério Correia (PT) e Zé Maia tiveram posições diferentes com relação ao projeto. Correia avaliou que o projeto do fundo só seria aprovado com a mobilização da população, uma vez que o governo estadual é contra. Já Zé Maia ponderou que a discussão sobre o fundo de segurança precisa avançar mais. Ele disse que os R$ 313 milhões arrecadados por ano com taxas de segurança pública são insuficientes para cobrir os gastos na área, que seriam de R$ 2,5 bilhões. E lembrou também que o governo federal não liberou todos os recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública destinados a Minas Gerais. Ao final, Sargento Rodrigues disse que o relatório da reunião iria ser enviado ao governador, aos dirigentes das Polícias do Estado e ao secretário de Defesa Social.

Requerimentos - Foram aprovados os requerimentos: dos deputados Paulo Piau (PP), Marlos Fernandes (PPS), Elmiro Nascimento (PFL), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e Zé Maia, pedindo audiência pública no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas para discutir a situação da Segurança Pública; e dos deputados Sargento Rodrigues e Rogério Correia, em que solicitam o envio de ofício ao secretário de Estado da Fazenda pedindo informações sobre a aplicação das verbas captadas em 2004 com as taxas de segurança pública, detalhando arrecadação e despesas.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão; Rogério Correia (PT) e Zé Maia (PSDB). Além dos convidados citados, participaram também os diretores do Sincavir, Avelino Moreira Araujo e José Campidel; e o diretor da Unitáxi, Getúlio Messias da Silva.

 

 

 

 

 

 

 

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