Audiência discute enquadramento de aposentados em planos de carreiras

Os servidores inativos não terão perdas ao serem enquadrados nos novos planos de carreiras que estão sendo aprovados ...

14/12/2004 - 01:01
 

Audiência discute enquadramento de aposentados em planos de carreiras

Os servidores inativos não terão perdas ao serem enquadrados nos novos planos de carreiras que estão sendo aprovados pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A garantia é da assessora de Política de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), Jomara Alves da Silva, que participou, na manhã desta terça-feira (14/12/04), de audiência pública da Comissão de Administração Pública. A reunião foi convocada a requerimento do deputado Domingos Sávio (PSDB) para debater o enquadramento dos servidores estaduais aposentados nos respectivos planos de carreiras, bem como o pagamento de verba retida a inativos.

Segundo Jomara Silva, após a aprovação dos planos de carreiras, a segunda etapa para o enquadramento será a definição das tabelas de vencimento básico, que ainda estão sendo elaboradas pelo Executivo e deverão ser encaminhadas para a Assembléia em 2005. Somente após a aprovação das tabelas, serão editados os decretos com as regras de posicionamento dos servidores e aberto o prazo de 90 dias para que eles possam optar pelo enquadramento, ou não, nas novas carreiras. "Hoje, já é possível saber em que nível e carreira o servidor será enquadrado. O que não se sabe, ainda, é o grau, o que depende da tabela", explicou.

Verbas retidas serão liberadas em 2005

Também presente à audiência, Antônio Luiz Musa Noronha, da Superintendência Central de Gestão de Recursos Humanos da Seplag, assegurou que todas as verbas retidas a que os servidores têm direito serão liberadas até o final do ano que vem. O montante da dívida do Estado para com cerca de 28 mil servidores era da ordem de R$ 103 milhões. De acordo com Noronha, em 2003 foram liberados até R$ 3 mil para servidores que tinham alegado problemas de saúde; e este ano todos que tinham verbas retidas receberam até R$ 1 mil até julho.

No último dia 31 de outubro, 17.245 servidores ainda tinham a receber um crédito de R$ 95,5 milhões. Em novembro, houve liberação de até R$ 3 mil para cada servidor. Em dezembro, não haverá liberação; mas a partir da folha de janeiro, a ser paga no início de fevereiro, o saldo restante, de aproximadamente R$ 57 milhões e referente a pouco mais de seis mil servidores, será liberado em parcelas mensais durante todo o exercício de 2005.

Aposentados denunciam perdas

Geraldo Francisco Barbosa, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), e a professora aposentada Terezinha Aparecida de Castro, de Divinópolis, apontaram perdas salariais e cobraram maior agilidade nos processos de aposentadoria e vontade política do governo para que os novos planos de carreiras tenham efeitos práticos. "Queremos uma tabela que reconheça as perdas que tivemos nos últimos anos. O déficit zero, que o governo anuncia, não pode ser a custo do salário tirado dos servidores", declarou Geraldo Barbosa.

Terezinha Aparecida lembrou que o piso de um professor estadual P-1, atualmente, é de apenas R$ 212, valor inferior até mesmo ao salário mínimo vigente no País. Ela listou questões relacionadas ao enquadramento que preocupam os aposentados, como o estabelecimento de regras que não impliquem redução de vencimentos; a observância do grau em que o servidor se aposentou; a consideração do cargo e nível de escolaridade quando da aposentadoria para fins de enquadramento no novo nível; o respeito às vantagens adquiridas, como trintenários e biênios, com a nomenclatura original, sem serem transformados em vantagem pessoal; e o cumprimento da legislação que trata de isonomia entre ativos e inativos no que diz respeito a reajustes.

Terezinha Aparecida denunciou, ainda, a demora nos processos de aposentadoria, dizendo que não corresponde à verdade a propaganda feita pelo governo dizendo que a tramitação dos pedidos de aposentadoria, que durava em média 800 dias, havia sido reduzia a um terço desse tempo. Noronha respondeu informando que a Seplag está se empenhando para agilizar os processos.

Presenças - Deputados Domingos Sávio (PSDB) e Fábio Avelar (PTB) e deputada Jô Moraes (PCdoB).

 

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