Comissão organiza participação popular nas ações do governo

Um trabalho inovador de aproximação entre o Parlamento e as demandas organizadas da sociedade vem sendo realizado com...

21/12/2004 - 01:00
 

Comissão organiza participação popular nas ações do governo

Um trabalho inovador de aproximação entre o Parlamento e as demandas organizadas da sociedade vem sendo realizado com sucesso pela Comissão de Participação Popular da Assembléia Legislativa, criada há 18 meses. A tarefa da comissão é receber propostas de iniciativa da população e promover o debate no âmbito da Assembléia, e também realizar consulta pública de interesse relevante. O acompanhamento e fiscalização da execução das políticas públicas, por parte das entidades da sociedade civil, tornou-se mais eficiente neste ano de 2004.

A principal tarefa da Comissão de Participação Popular em 2004 foi a revisão do Plano Plurianual de Ação Governamental, feita em audiências públicas realizadas em 9 e 10 de novembro último, em parceria com o Executivo e com a participação de inúmeras entidades da sociedade civil organizada. Das audiências de revisão do PPAG resultaram 197 propostas apresentadas por sete grupos de trabalho, que foram sistematizadas, condensadas ou aglutinadas pela Comissão, e votadas em tempo útil para irem ao Plenário antes da aprovação do Orçamento de 2005.

Doze dessas propostas se referem ao Programa Estrada Real, incluindo municípios, propondo a adoção de logomarca ou tratando da liberação de verbas e da ativação do Conselho Consultivo. O presidente da Comissão, deputado André Quintão (PT), destaca também as PLEs originárias do Fórum Técnico de Cultura, as de proteção ambiental, desenvolvimento da bacia do Jequitinhonha, preservação de florestas, fortalecimento da agricultura familiar e apoio à fruticultura.

"O trabalho de revisão do PPAG foi eficiente graças à objetividade das entidades participantes em suas solicitações, o que demonstra um amadurecimento da participação popular, resultando numa influência maior das demandas da população no planejamento das ações do governo", avaliou André Quintão. Das 74 propostas que tinham impacto sobre o PPAG, 64 foram aprovadas. Dessas, 59 propõem emendas ao PPAG e 33 atingem o Orçamento. Das 79 emendas apresentadas pela Assembléia como um todo, 54 tiveram origem na Comissão de Participação Popular.

O presidente da comissão destaca a colaboração do vice-presidente, deputado Gustavo Valadares (PFL), no trabalho intensivo de preparar as propostas de emenda a tempo de chegarem ao Plenário. Valadares se opôs à criação de novos projetos estruturadores, para evitar a diluição de esforços e prejuízo à ação do governo. "Estou otimista quanto à execução das propostas", disse Valadares. "Antigamente tínhamos um orçamento fictício. Hoje ele é real e conta com a participação popular", acrescentou.

A execução do PPAG, dentro do que foi decidido em 2003 também em audiências públicas, foi relatada pelo secretário adjunto da Seplag, Tadeu Barreto Guimarães. Segundo ele, dos R$ 472 milhões previstos este ano para a execução financeira do Plano, 81% já tinham sido liberados pelo governo até o final de outubro.

Parlamento Jovem prepara estudantes para a participação política

Outra iniciativa expressiva da Comissão de Participação Popular, em conjunto com a Escola do Legislativo, foi a realização do Parlamento Jovem. Durante vários meses, estudantes secundaristas de seis escolas públicas e privadas da Região Metropolitana foram preparados por alunos e professores de Ciências Sociais da PUC Minas. No dia 17 de setembro, os estudantes simularam uma audiência pública e uma reunião ordinária da Comissão de Participação Popular, com a discussão de dois assuntos: políticas para a preservação ao uso de drogas e cotas para minorias nas universidades estaduais de Minas.

Além dos 77 jovens que ocuparam os lugares dos deputados durante o Parlamento Jovem, outros 200 encheram as galerias, manifestando-se a cada pronunciamento, a cada encaminhamento. O resultado foi o melhor dentre todas as iniciativas da Assembléia voltadas para incentivar a participação política de estudantes, a tal ponto que o deputado André Quintão já reservou a data de 2 de junho próximo para a realização da segunda edição.

Duas viagens e cinco audiências públicas na Assembléia

Durante 2004, a Comissão de Participação Popular realizou 18 reuniões ordinárias/especiais e 12 extraordinárias, com a participação de 32 convidados. Duas audiências públicas foram realizadas no interior de Minas. Em 16 de junho, a comissão foi a Virgem da Lapa para discutir um plano de revitalização da cultura do Jequitinhonha e a construção de um centro cultural, inserida no PPAG em 2003. Em 25 de junho, foi a Januária para uma reunião conjunta com a Comissão de Meio Ambiente, para debater a degradação da bacia do rio Pandeiros.

Dentre as audiências públicas realizadas este ano no Auditório da Assembléia, os principais assuntos tratados foram os seguintes:

1) a regulamentação do Conselho Estadual de Comunicação, por solicitação do Sindicato dos Jornalistas. Do debate surgiu o primeiro projeto de lei de iniciativa popular resultado de Proposta de Ação Legislativa, e já está tramitando na Assembléia;

2) a destinação social dos galpões da extinta Casa do Rádio, que deixou débitos com o governo estadual;

3) o debate de um programa de oferta de serviços de engenharia e arquitetura públicas à população de baixa renda;

4) o debate público "Participação Popular e o Poder Legislativo", em comemoração ao primeiro aniversário da comissão;

5) a discussão de irregularidades na administração da Faculdade de Ciências Médicas de Belo Horizonte e abuso no reajuste das mensalidades, por denúncia dos alunos e professores.

Democracia no planejamento governamental

Instalada em junho de 2003 como compromisso fundamental da Mesa Diretora liderada pelo deputado Mauri Torres (PSDB), a Comissão de Participação Popular teve papel relevante na elaboração do Plano Plurianual de Ação Governamental em outubro de 2003. Realizou quatro audiências públicas com a participação das mais diversas áreas do Executivo, sendo uma delas em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, para colher as reivindicações populares da região mais carente do Estado.

Centenas de sugestões e reivindicações apresentadas por entidades da sociedade civil e organizações não-governamentais participantes do ciclo de audiências foram condensadas e organizadas, resultando no acatamento de 51 propostas de ação legislativa. Destas, 27 foram transformadas em emendas ao PPAG. Outras 23 foram acatadas na forma de requerimentos, e uma se transformou em sugestão de audiência pública. Outras 52 propostas foram rejeitadas, por já estarem contempladas no PPAG ou porque não se encaixavam nos projetos estruturadores do governo.

 

 

 

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