Deputados da Direitos Humanos visitam Apac de Nova Lima

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia visitou, na manhã desta segunda-feira (6/12/04), a Associação de Proteçã...

06/12/2004 - 01:00
 

Deputados da Direitos Humanos visitam Apac de Nova Lima

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia visitou, na manhã desta segunda-feira (6/12/04), a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Nova Lima. Para conhecer o trabalho desenvolvido no local, o presidente e o vice da comissão, deputados Durval Ângelo (PT) e Roberto Ramos (PL), visitaram celas e vários setores da Apac e ouviram os detentos sobre o tratamento recebido. A visita à unidade foi solicitada por Durval Ângelo e pelo deputado Biel Rocha (PT), também membro da comissão.

Instalada há apenas um ano e sete meses na rodovia MG-030, nº 280 - Estrada Rio de Peixe, bairro Honório Bicalho, a Apac Nova Lima tem capacidade para 60 presos, mas hoje abriga 45. Os recuperandos, como são chamados na instituição, são condenados por crimes como tráfico de drogas, assassinatos e assaltos. Eles ficam distribuídos nos regimes aberto, semi-aberto e fechado, sendo que não é permitido o contato entre detentos de regimes diferentes.

Fábrica - A unidade prisional conta com consultórios médico e odontológico, todos com atendimentos voluntários dos profissionais. Há também uma horta, oficina de trabalhos manuais (onde são feitos brinquedos e enfeites), auditório e uma fábrica de redes esportivas (para vôlei e futebol). Por cada rede confeccionada, o Ministério dos Esportes, através de um convênio firmado com a instituição, paga R$ 6,50, sendo 15% do valor repassado à Apac e o restante ao recuperando.

Segundo a diretora da Apac Nova Lima, Sandra Miroslawa Gil Tibo, o Estado também repassa mensalmente R$ 217,00 por preso para a sua alimentação. Foi firmado também um convênio com a Anglo Gold, em que a empresa paga R$ 1.020,00 para que dois recuperandos cuidem do chamado Trevo do Ouro, na MG-030.

Meta é tornar Apac auto-suficiente

Outra fonte de recursos para o estabelecimento virá, segundo o juiz da Vara de Execuções Penais de Nova Lima, Juarez Morais de Azevedo, do funcionamento da padaria e da fábrica de vassouras recicladas. As duas dependem apenas da mudança na rede elétrica, que deverá ser providenciada nos próximos dias, de acordo com o magistrado. Com a produção diária prevista para as duas unidades de 5.000 pães e duas dúzias de vassouras, respectivamente, Juarez Azevedo espera vencer o desafio de tornar a Apac auto-suficiente.

Um dos recuperandos ouvidos pela comissão, Orisvaldo José da Silva, elogiou o trabalho da Apac e afirmou aos deputados que "quem não se recupera aqui é porque realmente não quer". Atualmente trabalhando na cozinha e na fábrica de redes, Orisvaldo, que ficou dois anos preso na delegacia de Nova Lima, comparou o tratamento dado aos presos nas duas unidades. "Na delegacia, o clima é tenso, tem muita droga; a gente sofre agressão física e verbal; e não tem higiene nenhuma", lembrou.

Homenagem - Ao final da visita, 12 recuperandos, acompanhados de um violão, cantaram em homenagem aos deputados. Durval Ângelo agradeceu afirmando que o círculo vicioso em que se encontra o sistema carcerário só vai ser quebrado com o investimento do Estado em Apacs. Prova disso, segundo ele, é que nos municípios onde são criadas unidades nesse modelo, os índices de violência e criminalidade diminuem. O deputado Roberto Ramos disse que saía da visita com uma ótima impressão da Apac, considerando o modelo como o único viável na recuperação de detentos.

Presenças - Participaram da visita os deputados Durval Ângelo (PT) e Roberto Ramos (PL), presidente e vice da comissão.

 

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