Deputados querem ajudar Santa Casa junto ao BNDES

A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa foi à Santa Casa de Belo Horizonte na manhã desta quinta-feira (2/12/20...

02/12/2004 - 01:00
 

Deputados querem ajudar Santa Casa junto ao BNDES

A Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa foi à Santa Casa de Belo Horizonte na manhã desta quinta-feira (2/12/2004) para ouvir do comitê diretor os avanços realizados durante o ano no saneamento financeiro-administrativo da instituição, e os planos de transformar a estrutura do Cardiominas em um Centro de Especialidades a serviço da população mineira. Os deputados Ricardo Duarte (PT), presidente da comissão, Carlos Pimenta (PDT) e Doutor Ronaldo (PDT), membros da comissão, dispuseram-se a dar respaldo político às negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre a dívida de R$ 200 milhões que pesa sobre a Santa Casa.

Os diretores da instituição procuraram mostrar aos deputados os aspectos positivos decorrentes do trabalho de um grupo interministerial constituído no final de setembro para estudar as dificuldades da instituição, composto pelos ministérios da Saúde, da Fazenda, da Casa Civil, e pelo BNDES, Caixa Econômica Federal (CEF) e Santa Casa. A proposta do grupo é de a Santa Casa quitar a dívida em 20 anos com 15% do faturamento bruto do SUS e passar a recolher em dia os tributos atrasados.

Apesar dessa negociação, o BNDES executou em 15 de novembro um bloqueio de R$ 2,5 milhões nos repasses do Fundo Nacional de Saúde para a Prefeitura de Belo Horizonte, por conta da dívida da Santa Casa. O deputado Roberto Carvalho (PT), que foi o relator da Comissão Especial da Santa Casa, cujos trabalhos foram concluídos exatamente há um ano, quer que a Comissão de Saúde, com o reforço de deputados federais mineiros, vá a Brasília cobrar do novo presidente do BNDES, Guido Mantega, a responsabilidade social do banco.

O provedor da Santa Casa, Saulo Levindo Coelho, disse que essa recomendação é do próprio prefeito Fernando Pimentel. Disse que a prefeitura arca com a maior parte do prejuízo da Santa Casa e que suplementa a remuneração das autorizações de internação hospitalar (AIHs), a moeda corrente do SUS. Coelho também pediu ao deputado Carlos Pimenta, que é da base do governo estadual, que procure engajar o secretário de Estado da Saúde, Marcus Pestana, no esforço de recuperação da instituição.

Centro de Especialidades na estrutura abandonada do Cardiominas

Porfírio Marcos Rocha Andrade, diretor geral, revelou que já foram pagos dois terços da dívida de 800 mil euros contraída com a multinacional Siemens pela compra de tomógrafos, os quais correram o risco de ser confiscados no ano passado. Não obstante, a Santa Casa tem uma dívida de R$ 25 milhões com o FGTS, dívidas trabalhistas elevadas e uma dívida financeira por volta dos R$ 200 milhões, originária de um grande empréstimo de R$ 84 milhões com os bancos Bandeirante, Real, Unibanco e CEF.

"Na verdade, temos muitos créditos a receber. Se o Governo Federal cumprir a condenação judicial em última instância de revisão da conversão da URV, teríamos um alívio de R$ 106 milhões em nossa dívida. Estamos propondo um encontro de contas para fazer esses acertos, e que houvesse um tratamento legislativo para o saldo da dívida. A partir disso começaríamos vida nova na Santa Casa, sem a sangria mensal de R$ 1 milhão diretamente na fonte de faturamento", resumiu Porfírio.

Os diretores expuseram também um plano para utilização da estrutura abandonada do Cardiominas, que foi transferida para o patrimônio da instituição. Segundo Saulo Coelho, o Cardiominas é "um câncer urbano" e um "monumento ao desperdício de dinheiro público". Sua melhor utilização seria a transformação num Centro de Especialidades, para receber inclusive pacientes encaminhados pelo Ipsemg.

De acordo com um projeto ainda em elaboração, a Prefeitura de Belo Horizonte pagaria a instalação no Cardiominas de um andar de ambulatórios, outro seria transformado em estacionamento pago, e aos poucos seria instalado um centro de nefrologia e hemodiálise nos demais andares. Até uma estação especial do metrô está prevista para o ex-Cardiominas. Saulo Coelho defende que no próprio prédio da Santa Casa caberia um importante hospital do coração com 100 leitos.

Presenças - Deputados Ricardo Duarte (PT), presidente; Carlos Pimenta (PDT), Doutor Ronaldo (PDT) e Roberto Carvalho (PT). Pela Santa Casa, o provedor Saulo Levindo Coelho, o diretor-geral Porfírio Marcos Rocha Andrade, o diretor financeiro César Cristiano de Lima e o secretário executivo Gonçalo de Abreu Barbosa.

 

 

 

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