Comunidade denuncia que problema de lixão não foi resolvido

A comunidade de Inconfidentes e região cobrou nesta terça-feira (30/11/04) que os órgãos ambientais definam, por geo-...

30/11/2004 - 01:00
 

Comunidade denuncia que problema de lixão não foi resolvido

A comunidade de Inconfidentes e região cobrou nesta terça-feira (30/11/04) que os órgãos ambientais definam, por geo-referenciamento, as áreas onde poderão ser implantados aterros sanitários, a fim de que haja destinação correta do lixo produzido pelos municípios. A reivindicação foi feita durante audiência da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais da Assembléia de Minas, realizada no Centro Comunitário São José, em Inconfidentes. A comunidade denunciou ainda que não foi cumprido acordo firmado entre Ministério Público e Prefeitura para resolver a situação do lixão de Inconfidentes, instalado em área de manancial.

Um resultado concreto da reunião - à qual não compareceram representantes dos órgãos ambientais, do Ministério Público e nem da Prefeitura - foi o compromisso da Câmara de Inconfidentes de votar a proposta de interdição do lixão. A vice-presidente da Câmara, Marisa Reali, e o vereador Alcides Constantino, presentes à audiência, afirmaram que apresentarão a proposta ao Plenário na próxima reunião. O compromisso foi assumido depois de o coordenador-geral da ONG Defensoria da Água, Leonardo Moreli, ter afirmado que é do município a atribuição de legislar sobre uso e ocupação do solo e, por conseqüência, aprovar a interdição do lixão.

Lixão está localizado em área de preservação permanente

Os problemas do lixão de Inconfidentes remontam a fevereiro, quando uma empresa da cidade de Araras (SP) depositou irregularmente no local 152 tonéis com produtos tóxicos e lixo industrial da multinacional Akros. A comunidade criou, então, uma comissão de moradores para cobrar das autoridades a retirada do material. Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em maio não foi cumprido, segundo denunciaram os moradores - opinião não compartilhada pelo Ministério Público. Teriam sido retirados 116 dos 152 tambores, mas 36 tonéis teriam sido enterrados com o resíduo industrial. A Prefeitura teria ainda jogado no local lixo hospitalar. A comunidade voltou a cobrar na audiência que o lixão seja transferido para um local adequado e construído em seu lugar um centro de educação ambiental.

Além dos problemas ocasionados pelos resíduos considerados tóxicos, o lixão de Inconfidentes reúne outras irregularidades: possui declividade acima de 30%, tem baixa permeabilidade, está localizado próximo a nascentes e em área de preservação ambiental. Segundo a ONG Defensoria da Água, amostras de terreno colhidas no lixão apontaram uma concentração de arsênio 400% além do permitido, assim como concentração de cádmio 100% superior ao limite tolerado. O representante da Copasa de Pouso Alegre, Rubens Barbosa, presente à audiência, afirmou, no entanto, que a captação de água ocorre abaixo do lixão, não havendo risco de contaminação, segundo pesquisa realizada pela empresa. Para a ONG, o tipo de análise feita pela Copasa não consegue detectar resíduos de agrotóxicos.

Palavra do deputado - O deputado Laudelino Augusto (PT), autor do requerimento que deu origem à reunião, lembrou que é preciso observar cinco aspectos, ao analisar o problema dos lixões: reduzir o lixo, reciclá-lo, reutilizá-lo e manter o respeito à vida e à responsabilidade socioambiental. A reunião foi presidida pelo deputado Doutor Ronaldo (PDT), vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente. Também participaram estudantes, que fizeram apresentações artísticas com o tema "meio-ambiente", além de moradores de Pouso Alegre, Camanducaia e Estiva, que relataram problemas de destinação incorreta do lixo produzido em seus municípios.

 

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