Estado garante conclusão de sete penitenciárias em 2005

O governo do Estado assegura que vai concluir as sete penitenciárias em construção em Minas Gerais até o segundo seme...

30/11/2004 - 01:00
 

Estado garante conclusão de sete penitenciárias em 2005

O governo do Estado assegura que vai concluir as sete penitenciárias em construção em Minas Gerais até o segundo semestre do ano que vem. A garantia foi dada pelo secretário-adjunto de Estado de Defesa Social, Luiz Flávio Sapori, durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa nesta terça-feira (30/11/04). O deputado Rogério Correia (PT), que pediu a realização da reunião, queria uma explicação para o atraso na conclusão das obras de sete penitenciárias cujos convênios para receber recursos do Fundo Penitenciário Nacional foram assinados em 2002, no governo Itamar Franco.

Segundo o deputado, a União já repassou ao Estado todos os recursos para a construção de penitenciárias em Uberaba, Santa Luzia, Vespasiano, Formiga, Três Corações, Muriaé e Patrocínio, mas até hoje nenhuma delas foi concluída. Ele citou como exemplo o caso de Uberaba, cuja unidade tinha 26% das obras executadas até julho deste ano. O custo total da penitenciária, segundo Rogério Correia, é de R$ 3,97 milhões, dos quais R$ 3,17 milhões já foram repassados ao Estado pela União.

O superintendente de Planejamento e Finanças da Secretaria de Defesa Social, Hilton Secundino, esclareceu que os recursos previstos nos convênios com a União eram insuficientes para a conclusão das sete penitenciárias. Segundo ele, os convênios previam que o governo federal arcaria com 80% dos custos das unidades prisionais e o Estado entraria com os restantes 20%. Mas, de acordo com Secundino, os projetos tinham custos subestimados e o governo do Estado, já na gestão Aécio Neves, optou por alterá-los para aumentar a capacidade das novas penitenciárias. Com isso, o Estado teve que arcar com a maior parte dos recursos e as obras atrasaram, segundo Secundino.

A unidade de Uberaba, por exemplo, inicialmente orçada em R$ 3,97 milhões, terá um custo final de R$ 11 milhões, dos quais 70% estão sendo bancados pelo Estado. "Executamos as obras até onde foi possível. Sabíamos que a meta estipulada não seria cumprida porque o projeto básico era muito simplório e o preço das penitenciárias de Minas estava bem abaixo da média nacional. Brasília também sabia que os convênios teriam que ser refeitos", acrescentou o representante do Departamento Estadual de Obras Públicas (Deop), Fernando Teixeira.

Cinco penitenciárias já foram concluídas

Mesmo com o atraso nas obras e com a falta de recursos federais, o Estado concluiu em 2003 as penitenciárias de Uberlândia, Juiz de Fora, Pará de Minas, São Joaquim de Bicas e Francisco Sá, e pretende terminar as outras sete unidades prisionais em 2005, segundo Luiz Flávio Sapori. "Não acreditamos mais no governo federal. Se vierem recursos, bem. Se não vierem, amém. Não corremos o risco de termos um cemitério de obras em Minas Gerais", afirmou o secretário-adjunto, que garantiu que as licitações das penitenciárias devem ser iniciadas na próxima semana e as obras devem ser retomadas já em janeiro. Segundo ele, a proposta de orçamento do Estado para 2005 prevê R$ 48 milhões para a conclusão das obras. O secretário-adjunto acrescentou ainda que um novo presídio com 820 vagas em Ribeirão das Neves também deve ser concluído no ano que vem, o que deve aliviar a pressão sobre as superlotadas delegacias de Belo Horizonte, como a Tóxicos e a Furtos e Roubos. Quando todas as obras estiverem prontas, terão sido criadas 5 mil novas vagas no sistema penitenciário estadual.

O subsecretário de Estado de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro, lembrou que o déficit prisional em Minas não é tão grande como em outros Estados. "E o Estado caminha a passos largos para a solução desse problema", assegurou.

Deputados elogiam decisão do governo

Para o deputado Rogério Correia, a decisão do governo de concluir as obras com recursos próprios foi acertada. "Não se podia ficar reclamando do governo federal, pois as ações na área de segurança pública são obrigação do Estado", disse o parlamentar, que adiantou que vai cobrar a conclusão das sete penitenciárias em 2005. Mesma opinião manifestou o deputado Zé Maia (PSDB), para quem o governo estadual tinha várias opções diante da falta de recursos e tomou a decisão mais adequada.

Já o deputado Sargento Rodrigues (PDT) criticou a construção de um novo presídio em Ribeirão das Neves, cobrou agilidade na transferência de presos das delegacias superlotadas e pediu que policiais civis e militares sejam liberados da guarda de presos para se ocuparem de investigações e rondas.

Teófilo Otoni - Os deputados Sargento Rodrigues e Marcelo Gonçalves (PDT) cobraram a apuração de irregularidades cometidas pelo diretor da penitenciária de Teófilo Otoni, Élio da Motta Leal, conforme denúncias apresentadas por presos aos membros da comissão. O subsecretário de Administração Penitenciária disse que, se as denúncias de facilitação de fuga e tráfico de drogas na penitenciária forem confirmadas, o diretor será exonerado.

Pessoas desaparecidas - A comissão aprovou parecer favorável ao Projeto de Lei 280/03, do deputado Sargento Rodrigues, que institui o Sistema de Comunicação e Cadastro de Pessoas Desaparecidas. O projeto determina a divulgação, em repartições públicas e nos veículos de comunicação estatais, de informações sobre pessoas desaparecidas e sobre as circunstâncias dos desaparecimentos. O relator, deputado Rogério Correia, opinou pela aprovação do projeto em 2o turno sem novas alterações (na forma do vencido em 1o turno). O projeto agora segue para votação em Plenário.

Foram aprovados ainda três requerimentos:

* do deputado Luiz Humberto Carneiro (PSDB), pedindo à Polícia Civil rigorosa apuração do assassinato do vereador eleito de Iraí de Minas, Júlio de Souza Landim;

* do deputado Rogério Correia, em que solicita ao Comando de Policiamento da Capital reforço no policiamento no ponto final do ônibus 2402, no bairro Coqueiros;

* do deputado Rogério Correia, pedindo ao Poder Executivo a aquisição de equipamentos para reforçar o policiamento nas cidades de Carmo do Rio Claro, Muzambinho, Conceição da Aparecida, Ilicínea e Paracatu.

Presenças - Deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Rogério Correia (PT), Zé Maia (PSDB), Marcelo Gonçalves (PDT) e Célio Moreira (PL). Também participou da reunião o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Minas Gerais, Marcos Aurélio de Paula Terrinha.

 

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