Comissão quer incentivar doações aos fundos da Infância e Adolescência

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa aprovou três requerimentos em reunião nesta quarta-feira (24...

24/11/2004 - 01:00
 

Comissão quer incentivar doações aos fundos da Infância e Adolescência

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa aprovou três requerimentos em reunião nesta quarta-feira (24/11/04), que têm por objetivo estimular as doações de pessoas físicas e jurídicas para os Fundos Estadual e Municipais da Infância e Adolescência. No primeiro deles, o presidente, deputado Durval Ângelo (PT), encaminha solicitação à Mesa da Assembléia para que, em conjunto com as presidências do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas, adote medidas para criação de programas similares ao existente no Ministério Público, que facilita doações aos fundos. Já o deputado Biel Rocha (PT), em dois outros requerimentos, pede que a Rede Minas e a TV Assembléia divulguem em suas programações quais são os fundos existentes, as formas de contribuição possíveis e os trabalhos financiados por eles. O deputado pede que o mesmo seja feito através do site da Assembléia.

A reunião da comissão foi convocada para discutir a importância dos fundos da infância e adolescência e os procedimentos para captação dos recursos que os compõem. Participaram o subsecretário de Estado de Direitos Humanos, João Batista de Oliveira; a secretária executiva do Conselho Estadual dos Direitos da Infância e do Adolescente, Maria Salete Gimenez; e o Coordenador da Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, Celso Penna Fernandes Júnior. Segundo o promotor, a renúncia fiscal em favor dos fundos pode ser feita de forma simples e objetiva. No Ministério Público, quem quiser fazer doações pode até autorizar desconto direto em folha de pagamento.

O subsecretário João Batista de Oliveira fez um apelo à população, lembrando que quem doa a essas instituições tem abatimento no imposto de renda devido ou restituição integral depois. "O dinheiro da renúncia fiscal vem do governo federal, é fazer cortesia com o chapéu alheio, no bom sentido", afirmou. Maria Salete Gimenez agradeceu o empenho da Comissão de Direitos Humanos e pediu aos deputados que também destinem recursos das emendas parlamentares aos fundos.

Camelôs denunciam irregularidades em shopping popular da capital

Na segunda parte da reunião, dezenas de camelôs que trabalhavam no Centro de Belo Horizonte e foram transferidos para o shopping popular da Rua Tupinambás fizeram apelo à comissão para que investiguem o funcionamento do shopping. De acordo com eles, as condições de trabalho no local são precárias, faltam água, banheiros e equipamentos de prevenção a incêndios. Segundo Djalma Pereira, o aluguel dos boxes é muito caro, o que inviabiliza a permanência dos ambulantes. Ele afirma que a maior parte do shopping está sendo explorada por empresários de outros Estados, e também chineses e coreanos, a exemplo do que também estaria acontecendo no outro shopping popular da Capital, o Oiapoque, que inclusive já foi visitado pela Comissão de Direitos Humanos.

O camelô Carlos Galhardo dos Santos afirmou que no dia em que os deputados foram ao shopping Oiapoque, muitos chineses e coreanos foram escondidos em uma sala, e suas lojas, fechadas. Segundo ele, o Código de Posturas da Prefeitura está sendo desrespeitado, e a administração municipal está intransigente com relação às reivindicações dos ex-ambulantes.

O deputado Durval Ângelo disse que a comissão deverá fazer uma visita ao shopping Tupinanbás em breve, e designou o deputado Roberto Ramos (PL) para acompanhar o caso. Roberto Ramos afirmou que há dias está tentando marcar uma reunião com a administração da Regional Centro Sul para discutir o assunto, mas ainda não obteve retorno.

Assprom - Outro assunto trazido à Comissão de Direitos Humanos foi o caso de dois trabalhadores mirins da Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte (Assprom), que teriam sido vítimas de constrangimento e discriminação por parte de um comerciante, no Mercado Central. Os meninos foram acusados de furto e levados a uma delegacia, segundo a advogada Ray Lourdes Medeiros, em situação ainda não muito bem esclarecida. Os dois menores afirmam que tudo não passou de um mal entendido. O deputado Roberto Ramos prometeu que a comissão iria acompanhar o caso.

Outros requerimentos aprovados - Outro cinco requerimentos aprovados na reunião tem como assunto o assassinato de cinco trabalhadores sem terra em Felisburgo no último sábado (20). O deputado Durval Ângelo apresentou pedido de manifestação de elogios e apoio ao Procurador Geral de Justiça, ao Comandante da Polícia Militar, ao chefe da Polícia Civil e ao Instituto de Terras de Minas Gerais (Iter) pela atuação no episódio. O mesmo deputado apresentou requerimento pedindo à Polícia Civil informações e apuração de possível morosidade em inquéritos instaurados em 2002 e também neste ano, sobre ameaças sofridas por trabalhadores rurais sem terra acampados em Felisburgo.

A comissão aprovou, ainda, requerimento assinado pelos deputados Durval Ângelo e Biel Rocha para que seja apresentada moção de repúdio à idéia defendida pelo vice-presidente da Associação Comercial de Minas Gerais, Charles Lotfi, de que a chamada "Lei do Talião", ou "olho por olho, dente por dente", seja aplicada no Brasil. Os parlamentares consideram a lei em vigor no mundo árabe um retrocesso em relação aos princípios democráticos previstos na Constituição Federal.

Presenças - Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente; Roberto Ramos (PL), vice-presidente; Biel Rocha (PT); e Marcelo Gonçalves (PDT).

 

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