Entidades fazem defesa da preservação da Mata do
Cercadinho
A ameaça de construção de novos empreendimentos na
área do manancial do Cercadinho, zona sul de Belo Horizonte, foi
debatida nesta terça-feira (23/11/04) em audiência pública das
comissões de Meio Ambiente e Recursos Naturais e de Defesa do
Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa. A
preocupação de moradores da região do Alto Santa Lúcia e de
ambientalistas presentes à reunião é com a preservação das
nascentes, que abastecem de água uma população estimada em 70 mil
pessoas na Grande BH.
Segundo dados apresentados pelo superintendente de
Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Copasa, Valter Vilela, no
manancial do Cercadinho há cinco poços profundos, de onde são
captados 180 litros de água por segundo. Ele afirmou que existe a
previsão de ocupação de aproximadamente 8 hectares dos 151 hectares
da área. "A impermeabilização do terreno vai trazer alterações
significativas na bacia", alertou o técnico. Ele garantiu, porém,
que a captação de água no manancial jamais vai ser interrompida.
O presidente da Associação Pró-Interesses dos
Moradores do Bairro Santa Lúcia, Cândido Bernardes Lamounier, fez
uma defesa emocionada da preservação da mata do Cercadinho. Já o
coordenador da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público, Eduardo
Nepomuceno de Souza, disse que o Ministério Público está
questionando a legalidade de um desmembramento realizado na mata
pela Prefeitura de Belo Horizonte há vários anos, o que permitiu a
cessão de uma área a uma empresa privada.
A deputada Lúcia Pacífico (PTB), que presidiu a
reunião, defendeu a preservação do manancial e cobrou uma solução
definitiva para o problema. O deputado João Leite (PSB) sugeriu uma
ação de reintegração de posse da área cedida.
Presenças - Deputada Lúcia
Pacífico (PTB), deputado João Leite (PSB) e, além das personalidades
citadas na matéria, participaram da audiência o assessor do
Instituto Estadual de Florestas (IEF) Antônio César de Oliveira, o
advogado da Fasal S/A Tércio Marcati, o engenheiro da Hemisfério
Holding Roberto Amorim e o gerente de recursos hídricos da
Prefeitura de Belo Horizonte, Weber Coutinho.
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